A Grande Heresia


Há uma heresia dizimando as igrejas e as vidas de cristãos evangélicos no mundo ocidental de uma maneira devastadora. Trata-se do maior e mais bem planejado ataque do inimigo às fileiras cristãs.

Não é um tema necessariamente de teologia profunda. Não é algo que ponha em causa a soberania de Deus ou a Divindade de Jesus. Não tem a ver com a atuação mais ou menos intensão do Espírito Santo ou a diversidade de dons. Não são as testemunhas de Jeová, os adventistas ou mórmons.

Seu resumo é simples e seria o seguinte: Para ser salvo você só precisa de uma oração rápida de aceitação de Jesus e pronto…
Esta heresia mata a possibilidade de vida nova em milhões. Gente em busca de Deus que entende que por meio de uma espécie de reza ou de um simples levantar da mão tudo vai mudar meio que instantaneamente.  A vida será melhor e Deus vai solucionar todos os seus problemas, como num passe de mágica. Estes,  depois de uns tempos abandonam o evangelho dececionadas ou se tornam mais um elemento de um batalhão de bebés espirituais, longe de qualquer sinal de verdadeira maturidade na senda de Cristo.
Esta heresia ensina ao novo convertido que o discipulado de Jesus é opcional, que o compromisso é uma segunda escolha, que trabalhar para crescer na fé é só para uns poucos privilegiados.  

Informa que frutificar para o Senhor é uma coisa excecional e que a maioria foi mesmo chamada para assistir o trabalho dos outros e desfrutar de seus esforços. Para aproveitar muito bem todas as bênçãos que Deus dará a partir desta "decisão" e que não é preciso fazer mais nada. 

Esquecem-se da conhecida frase: Nossa Salvação foi de graça, mas teve um alto custo, o sangue de Jesus. 
Faz entender que a salvação é, no fundo, só para a eternidade e que aqui nesta vida cada um faz o melhor que pode e escolhe a vida que quiser levar e depois nos vemos no céu.

Um cristão que seguiu o discipulado torna-se maduro e frutifica! Não basta levantar o braço e fazer a oração que o pastor ordenou. Há todo um processo de livrar-se dos conceitos mundanos e relativistas e passar a pensar como Cristo.

 

O Mundial da nossa insatisfação

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Não interessa se gostamos ou não de futebol. Durante as próximas semanas é só dele que se vai falar. A cada 4 anos é assim. O mundo pára e centenas de milhões acompanham avidamente todas as notícias de seus ídolos e cada movimento dos jogos. Mas quando nos damos ao trabalho de olhar a verdade por trás do mundial não podemos deixar de ficar insatisfeitos.

O campeonato do mundo de futebol se realiza no Brasil. País grande e rico em recursos, mas com uma das piores distribuições de renda do mundo, onde faltam estruturas de todo tipo. Mesmo as mais básicas, como escolas, hospitais e centros de saúde. Onde há milhões que vivem em bairros de lata (favelas) e milhares que habitam as ruas das grandes cidades. Nessa realidade se gastaram biliões para construir… estádios de futebol. Estruturas faraónicas para umas poucas horas de lazer e desporto ocasional. Construções que na sua maioria ficarão dentro de um mês desocupadas e sem sentido. Monumentos a má utilização do dinheiro público. Não é possível ficar contente com esse panorama.

O mundial de futebol chama a atenção para a futilidade de nossa sociedade. Num pequeno país como o nosso em que a crise domina e milhares estão sem emprego, pouco mais se fala a não ser de um jovem frívolo e vaidoso que por acaso é um bom atleta e tem jeito na manobra de uma bola de couro. Ouvimos falar de orgulho nacional. Ora Portugal tem muito de que se orgulhar em sua história e na resiliência de seu povo. Temos gente de artes, ciência, literatura e diplomacia que ocupa posições importantes no mundo. Devemos nos orgulhar do que merece verdadeiro orgulho. Diante da frivolidade e inutilidade real do mundial não podemos ficar satisfeitos.

Mas, nossa maior insatisfação tem a ver com o facto de que o mundial representa apenas uma pequena parte de toda uma indústria mundial de entretenimento que visa adormecer, anestesiar o homem moderno. Em meio aos dramas da vida, casamentos desfeitos, famílias destruídas, empregos precários, crianças mal criadas, idosos abandonados e uma crescente multidão de deprimidos, somos mergulhados em diversão e distracção para tirar nossas mentes e corações do que realmente interessa – Que valor tem a vida? O que fazemos aqui? Para onde iremos um dia?

Como Cristãos é nosso dever manter a chama profética. No linha dos profetas do Senhor no Antigo e Novo Testamento somos chamados a avisar, a despertar, a agitar o mundo ao nosso redor com as verdades necessárias. Somos seres criados por um Deus Eterno. Somos seres espirituais e o material nunca nos satisfará plenamente. Precisamos de voltar a comunhão com o nosso Criador e tudo isso só é possível por meio de Jesus Cristo, sua vida, seu ensino, sua morte e sua ressurreição. Pode ser que as atenções nestes tempos se voltem para uma bola mas a igreja precisa continuar a anunciar uma CRUZ!


PARA QUE SEJAM FEITOS FILHOS DE DEUS!


Maria é uma jovem crente, filha e neta de crentes, frequenta a mesma igreja evangélica desde que era bebé, onde seus pais a apresentaram a Deus. Foi batizada aos 15 anos, porque todas as suas amigas já haviam sido batizadas e gostava de fazer a felicidade dos seus pais e do pastor. Neste mês, todos a olharam com admiração e sorriam para ela. Diziam: Finalmente vai se batizar, estava a ver que nunca mais se decidia! Já não era sem tempo!
Foi uma boa sensação, a de pertencer ao grupo, ah! E já podia tomar a ceia! Nunca alguém a acompanhou nem haviam sentado com ela para falar sobre esta decisão, partiram do princípio que ela já ouvira o suficiente para entender tudo...
Porém, fora da comunidade da sua igreja ninguém sabia o que Maria tinha feito. Ela tivera muito trabalho para que nenhum colega do liceu soubesse o que se iria passar. Não queria passar a vergonha e ser diferente!
Fazia questão de ir a todas as festas e programações e quando os pais não permitiam que aproveitasse a noite até de madrugada sempre podia inventar uma desculpa e “dormir“ em casa de uma amiga, para acabarem o trabalho de grupo tão importante! Um rapaz do 12º ano começou a conversar com ela e em pouco tempo já “ficavam” nas festas…o pai não precisava saber…não era nada sério! Só um namoro sem importância. 
O tempo foi passando e o envolvimento também! Já evitava todas as programações da igreja que não fossem as obrigatórias, como o culto do domingo…tudo era desculpa para não ir à igreja…os estudos, uma festa, doenças imaginárias. Por fim Maria completou seus 18 anos! Ia entrar na faculdade e fez questão que fosse um curso bem longe de casa. Enfim, a liberdade! Nunca mais a apanhavam numa igreja! Talvez no natal e no dia das mães, só para constar…mas, quando ouve as queixas dos pais diz que sim, mas depois faz o que bem entende! Afinal, a vida é para ser vivida e deve ser aproveitada ao máximo!
Em todo o seu percurso nunca pensou que, talvez, tivesse frequentado tantos anos os bancos da igreja sem ter tomado uma decisão verdadeira. Jamais reconhecera nem sentira o peso e a dor do pecado.
Durante os anos que se passaram casou-se, separou-se, brigou com toda a família e tornou-se amarga. Estava sozinha e deprimida. Num momento de desespero resolve dar uma última oportunidade a Deus. Em prantos, na sua cama, tenta lembrar das palavras de sua oração infantil até que estas passam a sair do coração. Inexplicavelmente Maria sente pela primeira vez que Deus está com ela, sente sua presença consoladora. Fala em voz alta até perder a noção do tempo. Ao se levantar sente que ainda há tempo de voltar, de finalmente conhecer este Jesus de quem tanto seus pais falavam. Tantos anos e tanto sofrimento, mas ainda é possível que Deus faça a transformação que precisa! Finalmente declara: Eu creio, Senhor!
Esta pode ser a história de muitos que conhecemos, que foram criados na igreja e que pensava-se já serem "salvos", afinal a Bíblia diz, "instrui o menino no caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele". No entanto, não basta levar os filhos à igreja, uma hora de escola bíblica dominical não transformará o filho em perfeito cristão. É um trabalho em conjunto, todos devem falar, orar, auxiliar, discipular, evangelizar e exortar. Os pais, principalmente, devem interceder por seus filhos, mas também questionar-se e averiguar os frutos de arrependimento em suas vidas.  A responsabilidade de acompanhar a vida espiritual dos filhos não termina quando estes completam 18 anos, mas seguirá até o fim, através do aconselhamento, do apoio e da intercessão, para que sejam sempre bênção nas mãos do Pai Celeste.
Ida Venturini de Souza

A VOZ QUE NÃO QUER CALAR!




Há já algum tempo o compositor evangélico João Alexandre lançou uma música que fez furor intitulada "É Proibido pensar". João Alexandre é um daqueles músicos que fazem sempre falta em nosso meio. Suas melodias são ricas e variadas usando múltiplos ritmos e sabores e as letras poéticas, inspiradas e muitas vezes doutrinárias. Na música "É Proibido pensar", João Alexandre se insurge contra um evangelicalismo moderno, onde as ações são artificiais e os crentes são convidados a aceitar sem questionar. Na verdade, há muitos meios onde, realmente, é proibido pensar!

O escritor Clyde Reid verificou o mesmo fenómeno nos Estados Unidos e chamou-o de "Conspiração do Silêncio" a essa atitude de passividade da esmagadora maioria dos crentes quanto a questões fundamentais da fé. Parece que os crentes não querem pensar e não ousam perguntar. O mundo tem, via de regra, uma visão bastante negativa sobre o nível intelectual dos crentes. Em muitos meios, crente é sinónimo de simplório, de ignorante. Uma cultura inibida numa conspiração de silêncio onde é proibido pensar só vai agravar esse quadro. Mas afinal, por que é que não pensamos? Por que é que não perguntamos?

Muitos não levantam questões e não indagam porque temem que os outros os julguem e não os considerem espirituais. Afinal, no coração de multidões, perguntar e crer parecem coisas que se excluem. Se pergunto é porque não tenho fé. Logo, é melhor ficar calado e mesmo que as dúvidas me assaltem ficarei silencioso para não passar por incrédulo.

Muitos não perguntam por medo de que não haja respostas ou de que as existentes os levem a perder a fé. Nesses casos até há vontade de perguntar, de refletir, mas há também o medo: e se não houver resposta? E se a resposta ainda me deixar pior do que estava antes de perguntar? Prefiro ficar sem questionar a colocar minhas dúvidas e ver minha fé ruir como castelo de cartas.

Muitos não questionam porque não desejam embaraçar lideres que amam, mas que provavelmente não saberiam responder a suas indagações. Vivem duas realidades diferentes, a do mundo cheio de especialistas e mestres em várias áreas e a da igreja com um líder amado e respeitado, mas que na verdade não domina as questões mais recentes. Questionar esse líder, procurar respostas aos dilemas modernos parece impossível. Só traria embaraço e dor. Então é melhor calar e viver com as respostas do mundo.

Muitos não questionam simplesmente porque não gostam de refletir, não gostam de gastar tempo pensando. Como o povo de Israel lá no deserto, preferem que outro pague o preço de subir o monte e trazer a lei porque isso de meditar, refletir, pensar, gasta muito tempo e dá muito trabalho. Querem a comidinha feita e servida e se contentam com o que conseguirem.

A questão principal diante disso deve ser: O que o Senhor pensa disso? Será que nosso Deus tem medo de nossas perguntas? Será que ELE se satisfaz com uma prática desprovida de entendimento? Será que ELE se contenta com seguidores limitados numa conspiração de silêncio, temendo as questões e as respostas? Creio que, biblicamente, a resposta clara é NÃO!

De Génesis a Apocalipse o Senhor respeitou e valorizou a reflexão e o debate. Nunca vemos o Senhor repreendendo o homem por perguntar. Nem sempre ELE respondeu, até porque, muitas vezes, o homem não entenderia as respostas. O próprio Jesus reconheceu, em certa ocasião, que seus discípulos não estavam capacitados para suportar as respostas (João 16:12). Por vezes se dá o mesmo conosco. No caso de Jó, por exemplo, o Senhor colocou a ele a situação nesses termos. Jó não podia entender o que se passava na esfera espiritual sendo limitado até na terrena. Mas o Senhor veio a ele, lidou com suas questões, deu-lhe uma satisfação, e o deixou elucidado. O facto de não podermos entender tudo não pode nos fazer desistir de entender o máximo que pudermos.

Paulo elogiou os moradores de Bereia exatamente porque não se deixavam levar por oratória, mesmo a mais inspirada, como no caso do Apóstolo. Os de Bereia questionavam, procuravam, debatiam, refletiam e conferiam antes de aceitar (Atos 17:11). Isso não foi visto como falta de fé, desconfiança ou incapacidade, mas como algo valoroso e a ser imitado.

Escrevendo aos Coríntios Paulo incita os crentes a fazerem exame de si mesmos, a se questionarem: "Examine-se o homem a si mesmo..." I Cor. 11:28; "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos." II Cor. 13:5. Não fomos chamados a uma fé cega, a uma prática sem raciocínio, a uma vida cristã sem reflexão. Somos convidados a pensar, a questionar, a crescer na graça mas também no conhecimento (II Pedro 3:18) porque o Senhor deseja que todos os homens "cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (I Timóteo 2:4).

Na Igreja de Cristo não pode ser proibido pensar, não pode haver conspiração de silêncio. Precisamos crescer em maturidade, aprendendo a fazer as questões pertinentes, a refletir em conjunto, a buscar na Palavra as respostas para a Vida.

Não tenhamos medo de usar o raciocínio que Deus nos deu. ELE nos dotou dessa capacidade como parte de sua imagem e semelhança. Deseja filhos amados, devotos mas conscientes, dedicados mas inteligentes, espirituais, mas também sábios.

Louvemos a esse DEUS maravilhoso e ao nosso fantástico Salvador, o homem mais inteligente que já viveu na terra e sejamos seus seguidores nisso também.
 
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