Aprendendo com os Neo pentencostais


Temos muito a aprender com os movimentos e igrejas neopetencostais que proliferam hoje no meio evangélico. Creio mesmo que a sobrevivência do evangelho puro, segundo as escrituras depende do que podemos aprender com esses grupos novos.  Lembremos que há dois tipos de aprendizagem: podemos aprender através da observação de exemplos positivos e afirmações claras e diretas de verdades estabelecidas. Essa é a forma mais comum de aprendizado. Mas, podemos também aprender observando exemplos que devem ser evitados e descobrindo verdades pela negativa.  É esse segundo tipo de aprendizagem que preconizo em relação aos neopetencostais.

Podemos e devemos analisar as tendências desse tipo de evangelicalismo à luz das escrituras e da história da Igreja e perceber onde e como se desviaram da mais pura orientação bíblica exatamente para evitarmos seguir suas pisadas e cair nas mesmas tentações.  Proponho que façamos uma avaliação das principais características dos movimentos neopetencostais e tirar ensinamentos para a Igreja de Cristo.

Religião = Emoção

Os grupos neopetencostais redefiniram a religião em termos quase que puramente emocionais. Tudo em seus cultos e práticas visa tocar as emoções. Os cultos são verdadeiras montanhas russas emocionais com altos e baixos que mexem com o coração do povo. O recurso às lágrimas é constante e a manipulação das massas é regra. Com isso, esses movimentos criam dependência emocional dos seus seguidores. Há necessidade de doses crescentes de emoção e há que inventar novas práticas para manter o padrão de excitação do povo. Daí que vemos um concurso de novidades com rituais e produtos sendo criados com grande imaginação, tudo para manter a congregação na dependência emocional.

Essa tendência teve parte de sua origem nos movimentos reavivalistas nos EUA, onde as emoções também foram fator importante. Uma das consequências principais dessa tendência foi a feminização do evangelicalismo. Todos sabemos que as igrejas têm mais mulheres que homens e que mais mulheres se convertem.  Será interessante notar que as outras grandes religiões do mundo são efetivamente masculinas. O Islamismo, Judaísmo, Hinduismo e Budismo são religiões onde os homens surgem à frente ou pelo menos a par das mulheres nas atividades religiosas.  No tempo de Jesus e na religião do AT os homens estavam à frente na religião e se envolviam tanto ou mais que as mulheres. O Cristianismo também teve essa tendência. Abriu um espaço único para as mulheres, mas manteve os homens interessados e ativos.  Foi a mudança em direção a ênfase emocional que nos fez perder os homens e tornar o evangelicalismo uma religião predominantemente feminina.

Com isso não estamos combatendo a importância das mulheres na Igreja de Jesus, mas lamentando que o emocionalismo tenha afastado os homens.  A Igreja beneficia tremendamente da presença e influência feminina, mas precisa do equilíbrio e da presença masculina que é evidentemente importante. Nesse ponto a principal lição a aprender com os neopetencostais é que a religião bíblica pura e fiel não é baseada em emoções.  A Palavra é clara sobre a fraqueza dos corações humanos. Qualquer pessoa que reflita um pouco sabe que não devemos viver baseados nas emoções porque isso nos levaria a muitos erros de julgamento e a muitas atitudes precipitadas. Quantas vezes quando erramos culpamos exatamente as emoções? Quantas vezes dizemos que foi o temperamento? Quantas vezes falamos que fomos vencidos pelas emoções do momento? Como vamos então pautar a vida cristã e nossa relação com Deus no emocionalismo?

A Bíblia não orienta a desvalorizar as emoções ou reprimi-las. Basta ler os Salmos e veremos que o Senhor aceita o clamor do homem quando é sincero e voltado a uma resposta honesta.  Mas, a mesma palavra nos leva a refletir, meditar, examinarmo-nos a nós mesmos e rogar a Deus uma sondagem que vai além da nossa simples capacidade. Diante de um mundo cada vez mais secularizado nossa mensagem tem que ser também racional, lógica e prática e não pode se contentar em satisfazer emoções passageiras. Precisamos de pensadores em nosso meio. Precisamos de incentivar os crentes a uma vida de reflexão e seriedade. Devemos fugir da dependência emocional na busca de um Cristianismo maduro e consciente que mostra ao mundo desorientado como se vive quando há confiança em Deus e propósito para cada dia.

Ignorância = Controle

Os movimentos neopetencostais se afastaram claramente dos grupos históricos no tocante à ênfase no estudo bíblico. Nessas igrejas novas não há EBD e nem preocupação com o estudo. Os líderes das congregações são muitas vezes pessoas de formação bíblica quase nula.  Aprendem certo tipo de discurso e imitam os lideres máximos do movimento em tudo, desde o modo de falar ao modo de vestir passando pelo gestual elaborado e pelo tom de voz.  Aprenderam que, quanto menos o povo souber menos pergunta e menos complica.  Logo, ignorância é igual a controle, uma equação antiga e eficaz.

A Igreja de Jesus necessita de fiéis que sabem o que creem.  Devemos incentivar o estudo e a reflexão bíblica por parte de todos na igreja.  A EBD é essencial para a sobrevivência de um cristianismo forte e centrado na Palavra.  Muitos desses movimentos novos conseguem levar seus adeptos a fazer coisas estranhas, exatamente porque não ensinam a Bíblia.  Se os que assistem nos bancos começarem a estudar a Bíblia sairão logo desse meio à procura de quem os alimente.

Uma Igreja séria não tem medo da Palavra. Sabe que a proximidade da Bíblia é vida para o crente. Mas é claro que crentes esclarecidos e que estudam as escrituras irão exigir um nível de vida e mensagem que aqueles que desconhecem a Palavra nem sonham.  Devemos voltar a uma ênfase no estudo da Palavra. Precisamos de tempo para discutir e trabalhar os textos que falam de nossa vida com Deus. Devemos franquear a palavra a todos e incentivar os crentes ao estudo.

Cristianismo = Individualismo

Uma das ênfases da religião sempre foi a comunidade. Os muçulmanos se orgulham da UMMA (comunidade), onde estão todos unidos.  O Judaísmo enfatiza a comunidade de Israel em louvor. O Cristianismo não foi diferente.  A Igreja era a comunidade dos salvos, a família de Deus. Podemos ver claramente isso nos dons do Espírito Santo, que são para beneficio comum e se manifestam para ajuda e inspiração de outros. No entanto, os movimentos modernos dentro do evangelicalismo enfatizam a visão individualista da religião.

Novamente podemos traçar essa tendência aos avivamentos americanos com sua ênfase na salvação individual.  Paulo disse ao carcereiro de Filipos: “Crê e serás salvo, tu e a tua casa”.  A ênfase americana foi numa salvação individual. Isso se coaduna bem com a visão secular do egoísmo moderno, do individualismo extremo que deixa o homem só diante da maior parte dos problemas da vida.  Na religião isso teve a ver com romper as barreiras comunitárias. A relação parece existir apenas entre o crente e Deus. Você é salvo, busque a vontade de Deus para a sua vida,  receba as bênçãos porque você é herdeiro do céu, etc...

Tudo isso pode até ser parte da verdade, mas não é a verdade toda e meia verdade acaba sendo mentira.
A salvação tem a ver comigo e Deus, mas passa pela minha família e certamente pela igreja. A ênfase individualista leva os crentes modernos a pular de igreja em igreja à espera daquela que vai satisfazer todos os seus desejos. Afinal ele tem direito. Como muitos que já chegam na igreja perguntando: o que esta igreja me oferece? O que vocês tem para mim? Quando deveriam perguntar: Como posso ser benção? Onde posso atuar para edificar meus irmãos?

Devemos relembrar e destacar a necessidade do corpo para que a obra aconteça. O olho por mais maravilhoso que seja não faz um corpo. Precisa de tudo o mais para ser realmente tão maravilhoso como é. Sem os demais órgãos ele perde toda a sua valia e assim é na igreja.  Um individualismo puro nos faz perder a noção de família de Deus e da interdependência que deve existir na Igreja de Jesus.

A visão individualista do evangelicalismo tem sua força ao levar o homem a uma relação pessoal com Deus, mas tem sua fraqueza ao leva-lo a peder a noção maior do reino, de que a vida cristã não é algo egoísta e apenas pessoal mas passa pelo plano de Deus para toda a realidade e inclui o mundo as outras pessoas. A visão individualista tem feito muitos perderem a noção de que a vida cristã não pode ser vivida fora do contexto maior da igreja porque nenhum crente sozinho pode ser o que o Senhor quer para o seu povo como um todo.

Marketing = Sucesso

Os movimentos neopetencostais têm usado de forma extensa e muitas vezes abusiva as técnicas de marketing e publicidade. No Brasil,  por exemplo,  passa pela utilização das rádios a nivel local e nacional e passou para o uso da TV.   Hoje no Brasil são os pregadores neopetencostais que mais têm tempo de antena, a ponto de ocuparem  mais de um canal de TV ao mesmo tempo. O poder financeiro de suas máquinas empresariais pode pagar valores que as igrejas tradicionais não têm para aceder à midia.

Usar alguma forma de publicidade pode e deve ser benção para o reino de Deus,  pois pode alcançar pessoas que não entram nas igrejas. O problema está no uso abusivo do marketing. As propagandas desse tipo de evangelicalismo fazem declarações falsas prometendo o que não podem dar, anunciando milagres e maravilhas ao gosto do freguês e a solução de todos os problemas, o que sabemos que não acontece.
Há testemunhos elaborados para encantar e as igrejas se enchem de gente que busca desde prosperidade material e solução de falências ao casamento ou simples namoro. Vale tudo para encher os salões e alcançar os bolsos. É a lei do pragmatismo: se dá certo vamos usar.  Mas se só vamos depender do que dá certo então não precisamos de Deus ou do Espirito Santo... Há muitas coisas na vida do reino de Deus que não fazem sentido humanamente falando.

Devemos lembrar que a mídia pode servir para falar de Jesus e até pode levar alguém à fé, mas não pode dar o que é mais importante que é o acompanhamento próximo, o discipulado.  A Igreja não pode embarcar em falso testemunho só para ganhar audiência. Não pode avançar para a rádio e a TV esquecendo do discipulado que é a fonte de crentes maduros que precisamos e é a ordem fundamental de Jesus. As campanhas bem organizadas pela mídia podem apresentar resultados espetaculares em termos numéricos. Mas será que as vidas são mesmo transformadas? Todos sabemos que após seis meses de uma campanha carissima e de grandes resultados em números verificamos que poucos convertidos se integraram nas igrejas.

Precisamos de uma perspectiva biblica do marketing e da publicidade. Há que lembrar em primeiro lugar um compromisso profundo com a verdade.  Não podemos simplesmente oferecer mais um produto. Podemos usar a publicidade mas terá que ser genuína e terá que ter na base, na igreja local, toda uma preparação para a recepção daqueles que vierem.  A Igreja nos tempos do novo testamento não precisou de meios de comunicação para alcançar todo o império romano, porque tinha crentes verdadeiros cheios do ES e alegres no testemunho. O que a igreja precisa hoje não é de mais tempo de antena, mas de mais crentes antenados na vontade de Deus vivendo como testemunho prático do que é o poder do Senhor.

Exclusivismo = Certeza de Continuidade

Uma última caracteristica marcante dos movimentos neopetencostais que queremos referir é seu exclusivismo.  Essas igrejas se apresentam como os únicos detentores da verdade. Seus líderes são ungidos como ninguém e gostam de se auto proclamarem com títulos especiais que os elevem acima de outros mentores espirituais.  As doutrinas desses grupos são apresentadas como revelação especial, como se em dois mil anos de Cristianismo o Senhor tivesse esperado até agora para dar certas iluminações a estes servos escolhidos.

O resultado desse exclusivismo é gente imatura que perde a benção de crescer com a Igreja do Senhor no sentido mais amplo.  Um líder de verdade não tem medo que seus liderados conheçam outras realidades. O pastor que está seguro de sua vida com Deus e de seu ministério não teme que suas ovelhas ouçam outros bons pregadores.  Sabe que serão edificados e trarão beneficio ao ministério.  Na verdade, um pastor maduro procura mesmo ouvir e ler outros bons mestres, porque sabe que ninguém tem monopólio da verdade e os membros convivem na igreja para se edificarem mutuamente.

Cada um dará conta de si mesmo a Deus, o que significa que não devemos julgar pelas diferenças e sim pelos frutos, como o Senhor ensinou.  Uma das tragédias da igreja tem sido a sua divisão, que acontece principalmente por falta de amor e tolerância.  Essas divisões têm causado muito dano à Igreja, principalmente pela mensagem que mandam aos que assistem de fora: " Se não são capazes de se entender entre eles o que terão a oferecer"? Julgar-se exclusivo e dono da verdade é claro sinal de falta de maturidade e vivência cristã. Ninguém tem biblicamente o direito de afirmar que só os membros de sua igreja estão salvos ou são verdadeiros. Mesmo reconhecendo que havia joio na plantação do Senhor a orientação de Jesus foi esperar pelo juízo Divino e não se precipitar em julgamentos afobados.

Conclusão:
Temos mesmo muito que aprender com os neopetencostais. Guardemos esses pontos importantes para a Igreja de Jesus hoje:
a) Um cuidado para fugir do emocionalismo puro, dando lugar para a razão e a maturidade;
b) Uma ênfase no estudo da Palavra na busca de crentes convictos, seguros de sua fé,
c) Uma visão comunitária da vida cristã no objetivo da interdependência que deve marcar a vida do Reino, d) Um uso biblico de todos os meios de comunicação e marketing sempre respaldados por uma comunidade pronta a acompanhar e discipular,
e) Uma visão maior da Igreja que foge de exclusivismos, no entendimento que podemos e devemos aprender e crescer uns com os outros.

A fé em Cristo Jesus não extingue a razão e devemos aprender e observar com estes novos movimentos neopentecostais para não cairmos no erro de, na busca de seguidores, banalizarmos o evangelho.

Haiti e o Problema do Sofrimento

O terremoto no Haiti levantou a questão sempre presente sobre o sofrimento dos inocentes. Já em 1755 Voltaire tinha se revoltado por causa do terremoto que arrasou Lisboa e usou esse acontecimento como prova contra Deus. Diante da catastrofe humanitária no Haiti ouvem-se novamente exclamações parecidas. Como se pode crêr em Deus ao ver tamanho sofrimento?


A argumentação do ateus e céticos é já sobejamente conhecida. Os Cristãos advogam a existência de um Deus que é Todo Poderoso e ao mesmo tempo Amor. Os ateus argumentam que isso não é possivel diante do sofrimento. Ou ELE não é tão poderoso assim porque não consegue impedir catastrofes como a do Haiti, ou não é tão amoroso assim porque permite desgraças dessas. Como fica o Cristão ao enfrentar argumentação aparentemente tão forte? Teremos resposta convincente?


Não podemos evidentemente proclamar aqui a resolução desse problema. Centenas de pensadores tem excrimido argumentos dos dois lados. Queremos apenas refletir um pouco nas implicações do que cremos face aos eventos perturbadores que enchem os noticiários.


Iniciemos pela própria intenção de entender o Criador.  Ao falarmos do poder e do amor de Deus estamos partindo do princípio que são semelhantes aos nossos.  Pensamos que Deus usa seu poder e ama como nós. Mas será essa reflexão válida? Não é presunção do homem acreditar que pode entender o Senhor do Universo? Mal nos entendemos a nós mesmos! Frequentemente nos confundimos a nós mesmos e aos nossos queridos com gestos e palavras que ninguém esperava. Quantas vezes vemos os vizinhos de assassinos em série dizer que o tal criminoso "parecia boa pessoa". Se temos tantas dificuldades em entender o próximo que é gente como nós como entenderemos a Deus?


Uma coisa que fica clara da leitura das escrituras é que Deus não pensa e não ama como nós e por isso podemos mesmo clamar ALELUIA.  Se Deus usasse seu poder como nós certamente já não haveria mundo ou humanidade.  Se seu amor fosse limitado como o nosso não haveria salvação e Jesus nunca teria vindo se sacrificar pelos pecadores.  Talvez o texto de Isaías seja dos mais pertinentes nesse sentido quando o Senhor diz que "os meus pensamentos não são os vossos pensamentos , nem os vossos caminhos os meus caminhos, porque assim como os céus são mais altos que a terra assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos e os meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos" 55:8 e 9


Por isso mesmo no livro de Jó, um tratado sobre o sofrimento, o Senhor não responde a Jó mas o enche de perguntas.  A conclusão de Jó é válida ainda hoje.  Se não consigo entender as coisas aparentemente mais simples do cotidiano, como vou entender as sublimidades do Espirito? Argumentar sobre o Poder e o Amor de Deus não é lógico pela própria definição de Deus que temos.


Em segundo lugar, precisamos lembrar que a Bíblia e o Cristianismo nos dão uma resposta clara e lógica sobre o problema do sofrimento. Essa resposta não é aceita pelo mundo por ser ilógica ou incompreensivel, mas por ser desagradavel.  Segundo as Escrituras Sagradas, Deus criou o mundo perfeito e o homem vivia em gozo de paz e plena realização na sua relação com o Criador. Foi o pecado que trouxe a dor, a enfermidade e a morte ao nosso mundo.
O sofrimento veio como consequência do pecado e do afastamento de Deus.


É muita hipocrisia do homem moderno reclamar de Deus quando a maior parte do sofrimento pode ser facilmente traçado ao próprio homem. Fomentamos as guerras, produzimos lixo tóxico, plantamos e vendemos drogas, instigamos a lúxuria e o consumismo desenfreado, danificamos irreversivelmente o clima e o planeta e depois reclamamos de Deus porque estragamos tudo e com isso sofremos.

É evidente que a dor de cada criança apanhada numa catastrofe natural não pode ser identificada com um ato maligno de um ou dois homens, mas a verdade é que fizemos o máximo para destruir nossa terra e nossas culturas e a esmagadora maioria de nossos sofrimentos advem disso.

Os filósofos ateus se parecem com os fumadores inveterados que processam as companhias de tabaco porque estão morrendo de câncer.  No próprio Haiti assolado pelo terremoto podemos ver que o sofrimento é aumentado pela violência de homens que dificultam a distribuição de socorro e ainda aproveitam para roubar seus compatriotas em agonia.


Os sofrimentos que passamos podem ser entendidos como consequência de erros nossos (uma boa parte deles) ou de erros de outras pessoas (muitos casos também). Quando se trata do sofrimento de inocentes lembramos que a própria vida neste planeta foi contaminada pelo nosso pecado e a adoração e preferência do mal que caracteriza a vida humana. É uma realidade triste e pode ser deprimente, mas não deixa de ser a verdade por isso.


Em terceiro lugar devemos recordar que o ateísmo que se apressa a condenar o Deus Cristão não tem resposta nenhuma ao sofrimento humano. A filosofia moderna alega que o homem é produto do acaso, logo o sofrimento é algo sem qualquer importância e nem sequer faz qualquer sentido. por outro lado o Cristianismo lida e sempre lidou, diretamente com o sofrer humano.  Lembremos que muitos missionários que trabalhavam no Haiti encontram-se entre os mortos.  A ajuda humanitária que vai inundar o Haiti virá (como sempre) de países de tradição Cristã.  As outras grandes religiões do mundo pouco se importam com a dor humana. Se o mundo fosse hoje dominado pela filosofia dos ateus provavelmente nenhuma ajuda seria dada.

Os céticos que acusam o Cristianismo não fazem nada para responder ao problema do sofrimento. Sua filosofia criou os piores regimes que o mundo já conheceu. Os crimes contra a humanidade perpetrados pelos regimes ateus como os de Stalin, Hitler e Mao tse Tung mataram muito mais gente num único século que todos os crimes que gostam de atribuir á igreja. Onde estão os ateus e a sua filosofia na hora de ajudar em situações como o Haiti?  Em casa, xingando os Cristãos que irão se arriscar nos locais de perigo.

Concluimos recordando que a Bíblia não dá apenas a má nova do pecado como raiz do problema do sofrimento. A Boa Nova é que DEus realmente se importa conosco e fez o sacrificio maior exatamente para que possamos começar a vencer a dor neste mundo e derrotemos a morte numa vida eterna com a paz divina. Ninguém lutou mais contra o sofrimento que Jesus e hoje a sua Igreja.

 O ateu pode usar o sofrimento para negar a Deus mas não será porque faz sentido ou não haja resposta. Enquanto estivermos neste mundo teremos que lidar com essa dificuldade e ele nunca será fácil, mas em Cristo podemos ser vencedores agora e no além.

No, We Can't !


Não, Nós Não Podemos!
Milhões de pessoas por todo o mundo se emocionaram com a eleição do primeiro afro americano à presidência dos EUA. A campanha e subsequente eleição de Barack Obama mexeu com o imaginário mundial. Na altura de sua eleição ouviam-se e liam-se manchetes falando sobre um verdadeiro salvador para o mundo. Uma onda quase messiânica varreu o planeta criando expectativas que obrigatoriamente acabariam por levar ao desapontamento geral.
O mote principal da campanha de Obama foi a frase emblemática: "Yes We Can!” Sim, nós Podemos! Ele prometeu que estas três palavras abririam um novo capítulo na história da América. "Sim nós podemos consertar este mundo, sim nós podemos curar esta nação, sim nós podemos capturar o nosso futuro..." E as promessas continuaram garantindo uma era de justiça, igualdade, oportunidade e prosperidade para todos.

No fundo, não aconteceu nada de novo. Talvez a cobertura mediática tenha sido maior e a tecnologia usada para transmitir a mensagem mais sofisticada, mas de resto, vimos apenas a tão conhecida forma de funcionar da democracia. Uma luta para saber qual minoria vai governar a maioria.  Alguém tentando convencer os outros de que "se me derem o poder vou usá-lo para o beneficio geral". No fim, as promessas são apenas isso e poucos meses passados da euforia já a desilusão é grande, porque na verdade  "No, We Can´t",  Não, nós não podemos!

1) Não podemos resolver a crise econômica
Os fundamentos da crise são muito mais profundos do que se imagina. Os pacotes sugeridos lidam apenas com consequências superficiais da crise e não com suas origens e é por isso que não irão resolver nada.   A razão da crise é simples: ganância! A Bíblia já disse há muito tempo que "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males" (II Timóteo 6:10).
Só isso explica como administradores de bancos falidos continuam recebendo prêmios milionários que provem do próprio governo para evitar a falência.

Para que a crise fosse realmente resolvida seria necessário que a população em geral vivesse moderadamente. Os EUA gastam anualmente 8 bilhões de dólares com cosméticos e a Europa gasta anualmente 11 bilhões com sorvete. Bastava isso para dar escolas e saneamento com água a toda a população mundial carente. Mas essa informação não vai mudar o padrão de consumo da população ocidental.

A mídia, a TV e o cinema continuam mostrando a vida de luxúria e opulência como o ideal para o ser humano, alimentando o consumismo desenfreado. A Crise econômica reside no egoísmo do nosso coração, logo, não podemos controlar essa crise porque não sabemos como tornar o homem altruísta. Não, nós não podemos!

2) Não podemos resolver o problema da violência
O Secretário de Justiça americano na década de 70  foi Ramsey Clark.  Ele afirmava, no entendimento da sociologia moderna, que na origem da criminalidade estava a situação social e o ambiente em que o individuo vivia.   Esse era um problema técnico e seria resolvido com a aplicação de soluções técnicas. Seu discurso foi um eco da filosofia de Rousseau, que afirma que o homem é naturalmente bom, sendo corrompido pela sociedade. Na verdade, isso não é novidade, pois no terceiro século antes de Cristo o filósofo Chinês Meng Ke (Mêncio) defendia essa posição.

Baseados nessa premissa os psiquiatras Samuel Yochelson e Stanton Samenow se dedicaram a um estudo que provasse que a maioria dos crimes tinha sua origem nas condições de vida dos perpetrantes. O estudo durou 17 anos. A conclusão final foi que a criminalidade tem pouco a ver com as condições sociais dos criminosos. O problema é mais fundo e se trata de uma deliberação pessoal. As circunstâncias podem contribuir, mas não são necessariamente determinantes. A Bíblia diz que "não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus" (Salmo 14 1 e 3; Romanos 3:10 e 11).

Hoje sabemos que isso é assim, porque vemos muitos garotos saírem da favela e se tornarem doutores ou cidadãos respeitáveis, ao passo que muitos filhos da classe média e alta, criados com excelentes condições, tornam-se criminosos. Afinal o problema da violência não é uma questão técnica. O problema está no coração do homem e por isso nós sabemos que não podemos resolvê-lo como pensávamos. Não basta dar casa, escola e comida de qualidade. É preciso transformação interior. Não, nós não podemos!

3) Não podemos resolver a crise de desemprego
A maioria dos políticos fala do desemprego como se fosse o real problema. A fórmula parece ser: dê trabalho a todos e tudo estará resolvido! Mas não é assim tão simples. Novamente, a raiz do problema é mais profunda. A atitude do coração conta muito. De nada serve oferecer emprego a um homem que sente que não tem razão de viver e sem motivação para trabalhar. Não há falta de trabalho, o que há é falta de ânimo.

A visão moderna do trabalho como maldição penetra todas as camadas da sociedade. O homem vive em função dos momentos de lazer. Sonha ganhar na loteria para não precisar mais trabalhar. Toma remédios porque não encontra razão de ser para sua existência e ainda achamos que a situação se resolve dando apenas um emprego a cada um?

 mudança tem que começar com uma real perspectiva da vida. Quando o homem encara a vida como dádiva de Deus e percebe que tem um propósito para sua presença neste mundo, tudo muda! Enquanto isso não acontecer todos os planos para acabar com o desemprego irão se frustrar. Nós não podemos acabar com uma crise que está fora de nossas mãos. Não, nós não podemos!

Conclusão
A razão pela qual não podemos é que o real problema do homem é o pecado, a alienação de Deus, a fuga do Criador. Não quero, de forma alguma, ser pessimista nesta reflexão. Nós não podemos, mas ELE pode. A razão pela qual Obama está caindo nas pesquisas e vai continuar desiludindo é que confiou no homem. Em vez de “yes, we can “deveria ter dito “YES, HE CAN”! Sim , Ele pode!

Só Jesus pode nos levar à vida com Deus, direcionar nosso interesse para o próximo, retirar de nós a violência nata e nos dar nova razão de ser e de viver. Só Jesus pode salvar este mundo, curar nossa nação e nos capacitar para o futuro. E essa é a boa nova, quando deixamos que Ele faça, tudo fica diferente, por isso declaramos com alegria:

NÃO NÓS NÃO PODEMOS, MAS ELE PODE!

Ano Novo, Vida Velha?


Este ano vai ser diferente! Este ano vou ser diferente! Vou fazer dieta, vou me exercitar diáriamente, vou ler bons livros em vez de ver TV, vou meditar na Palavra todos os dias... Vou me tornar uma pessoa melhor! Já ouviu isso em algum lugar? Certamente, e na passagem de ano mais ainda!   Provavelmente ouviu isso de sua própria boca este inicio de 2010 ou então pelo menos assim pensou.  Mas... os dias passam e descobrimos que o ano novo só trouxe mesmo a vida velha...

As resoluções de ano novo valem o que valem. Servem como periodo de reflexão e avaliação. Podemos até tirar proveito desse exercicio. O objetivo maior é que nos tornemos melhores que no ano anterior e isso já é vantajoso. Significa que entendemos que é preciso melhorar. Todos queremos ser pessoas perfeitas. Firmes diante das lutas da vida, felizes no decorrer do dia a dia, em paz consigo mesmos e com a vida, realizadas no que fazemos e produtivos em nosso trabalho e vida pessoal. E como atingiremos esses objetivos valiosos? Pensemos por um pouco neles:

1) Firmes
Todos admiramos uma pessoa forte. Aqueles que parecem enfrentar a vida sempre de cabeça erguida, com um ar de vitória no rosto mesmo em meio a lutas e problemas.  Todos queremos ser assim!  Para isso precisamos de um fundamento, uma base forte.

Jesus disse que aquele que ouvia suas palavras e as praticava seria como um homem que edificou sua casa sobre a rocha (Mateus 7:24 e 25).  Esse homem está pronto para as tempestades, mesmo as mais fortes. Os ventos podem fustigar, a chuva pode cair, mas ele permanece firme. Segundo Jesus, seus ensinos servem para nos dar esse fundamento firme que tanto valorizamos.

O ensino de Jesus não é apenas para as aulas de Escola dominical ou algumas reflexões bem intencionadas no domingo de manhã. Seus enisnoa são relevantes, práticos e atuais. São um manual para a vida com DEus e o próximo. Guiados por eles nos tornamos sim as pessoas que devemos ser. mas é preciso que os conheçamos e que os sigamos de coração. Então seremos firmes como a rocha.

2) Alegres
Quem não admira uma pessoa feliz? parece que todo o mundo correr atrás da felicidade. E ela parece ser grande corredora e muito resistente porque a maior parte da humanidade a persegue arduamente mas parece nunca alcança-la. Podemos até discutir que as pessoas buscam a felicidade nos lugares e nas coisas erradas. Mas a verdade permanece, todos queremos ser felizes e vivemos para esses momentos que parecem pouco e fugazes.

Jesus disse a seus discipulos que os ensinava para que tivessem alegria (João 16:24). Interessante que lhes telha falado de alegria na noite em que sabia que ia ser preso. Falou de alegria sabendo que no outro dia aquela hora já estaria morto, e morte de cruz. E Jesus falou assim porque falava da alegria verdadeira que o mundo nem sequer conhece.

A verdadeira felicidade vem de dentro. Não a podemos encontrar fora. Nem coisas, nem eventos, nem mesmo outras pessoas podem ser fonte duradoura de alegria. A fonte única e fiel é o Senhor. Se ELE for o centro de nossa vida e estivermos ligados a ELE como devemnos, a alegria será natural. Não a euforia das festas ou dos acontecimentos, mas a serena felicidade do coração pleno. Algo sublime e duradouro porque eterno. Algo que sabemos que vai continuar de modo perfeito quando deixarmos essa dimensão da vida. Óh felicidade especial. E vem de conhecer os ensinos de Jesus, de ouvir a sua voz, de o seguir.

3) Paz
Um dos principais votos de inicio de ano é o de Paz. O dia 1 de janeiro foi inclusive dedicado como o dia da paz mundial, algo bastante irrealista mas nem por isso menos desejado. Mas a paz que o homem busca é primeiramente pessoal. Paz consigo mesmo, com seus pensamentos, com suas intenções, com sua consciência. Paz na familia, nas relações, no casamento, no trabalho e nas amizades.

Jesus disse a seus discipulos que lhes deixava a sua paz, paz essa difernte da que o mundo falava (João 14:27). Novamente o Senhor falava de paz no meio da maior traição da história, à beira de um julgamento terrivelmente injusto e de uma morte por tortura. Como se pode falar de paz diante dessas perspectivas? Só é possivel porque Ele falava de uma paz que excede o entendimento.

A Paz que Jesus falava tinha ver com a relação entre o homem e Deus. Quando estamos de bem com o Senhor, estamos de bem com a vida, e é possivel estar de bem com o próximo. Essa paz é algo espiritual e que não se explica por palavras, nem se pode ver a ão ser nas atitudes. Sabe o que ela é quem a conhece. Quem não conhece apenas pode tentar imaginar. A paz que Jesus falava era novamente um produto da relação dos discipulos com Ele e seu ensino.

4) Realização
Hoje valoriza-se o homem e a mulher realizados. Todos no fundo querem sentir que suas vidas são bem sucedidas, produtivas. Todos querem sentir-se realizados no que fazem. todos querem ser vistos como pessoas que fazem as coisas acontecerem. Todos queremos produzir algo que fique na memória dos demiase perpetue a nossa passagem por esta vida.

Jesus disse aos seus discipulos que tinha vindo para que eles tivessem uma vida abundante (João 10:10) e que se permenecessem nEle produziriam muito fruto (João 15:5). O Mestre diexou claro que uma vida realizada e produtiva dependia da capacidade e da dedicação de segui-lo e a seus ensinamentos.

Jesus não omitia opiniões. Ele não fazia sugestões como tantos outros mestres do passado. Ele fazia afirmações com autoridade, com a certeza e a confiança do Criador que orienta a criatura. Segui-lo pode ser opcional, mas se quisermos uma vida abundante é o único caminho. No fundo tudo o que dissemos até aqui se poderia resumir em uma palavra - discipulado.

O Senhor não veio à terra para nos dar um bom exemplo. Ele não veio para morrer a fim de que pudessemos ter apenas a certeza do céu. Vida Cristã não é algo que vamos viver um dia quando deixarmos este mundo. A salvação foi e é dos nosso pecados e da nossa maneira vã de viver. Só será completa na eternidade mas começa aqui e agora. Não somos salvos só para o céu mas para viver agora a vida com Deus e isso acontece seguindo a Jesus, sendo seus discipulos.

Um discipulo é aquele que quer imitar o mestre, quer ser como ele, e faz tudo para que isso aconteça. Ser cristão é ter Cristo no centro da vida, das decisões, dos pensamentos e das atividades. É ser moldado por seus ensinos e viver segundo o que Ele mostrou. Aqueles que assim o fizerem serão pessoas firmes, alegres e em paz, realizadas e produtivas. O mundo precisa urgentemente de ver gente assim. Que possamos nós ser assim. Um ano abençoado e de feliz discipulado.

VOCÊ SABIA? Aprendendo a interpretar as notícias!


A partir desta semana estaremos compartilhando pensamentos e raciocínios segundo a visão cristã do mundo.  As informações estão à disposição de todos, basta buscar com interesse. 

Infelizmente, nem sempre a informação importante
 torna-se a notícia interessante.

É função dos crentes, daqueles que anseiam fazer a diferença, ver, assisitr, analisar e interpretar as notícias à luz do evangelho e da cosmovisão cristã.  Fazendo isto veremos o quanto somos manipulados pela mídia, para ouvirmos e atentarmos somente para o lado que interessa.  Há muito para saber, e testemunhar.

Principiaremos um novo quadro em nosso blog, não com os números que a mídia quer transmitir e impingir, mas com números reais e aterrecedores!  Senão vejamos:

VOCÊ SABIA?

1) A lista dos países que mais contribuem percentualmente com ajudas humanitárias é encabeçada pela Noruega, Suécia e Irlanda.   Os 20 primeiros da lista são países de tradição cristã. Curiosamente não aparece entre estes nenhum país de maioria budista, hindu  ou mesmo Islâmico.  A formação cristã destes países ainda abençoa o mundo!

2) No ano 2000 os países mais ricos do mundo doaram cerca de 4,6 bilhões de dólares aos países mais pobres.  Nesse mesmo ano, esses mesmos países venderam o equivalente a 25 bilhões de dólares em armamentos a países em desenvolvimento.  E ainda culpam a Deus pela miséria do mundo?

3) A Organização Mundial de Saúde prevê que em 2030 a doença mais comum no mundo será a depressão.  Atualmente, estima-se que há 450 milhões de pessoas deprimidas no mundo e a prevalência é maior no Japão e na Europa. Isso deveria nos levar a refletir sobre o tão elogiado desenvolvimento do 1o mundo.

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