Missões, profissão e Oportunidade


O dia amanheceu frio e chuvoso. No caminho do trabalho faço a oração habitual para que o Senhor me auxilie a dar bom testemunho, a ser um bom profissional e dar louvor ao seu nome revelar sua Glória e que Ele me dê boas oportunidades para mostrar e falar de sua Graça.

Antes de iniciar as consultas uma profissional de informação médica pede uma palavrinha. Repara na pulseira que uso dos 4 pontos (método evangelístico com um pulseira com os símbolos de coração, X de erro, Cruz de Cristo e ? para decisão) e me pergunta o que é. Serão 15 minutos de oportunidade para falar de Jesus. Ela está em meio a um problema conjugal e familiar e o testemunho a comove. O dia começou bem.
Começo as consultas. Os problemas vão se alternando entre gripes próprias do outono europeu, crises de Hipertensão, controle de diabetes, os tradicionais exames de rotina e uma eventual patologia nova. A 3ª paciente está em depressão profunda. Precisa muito mais de ouvir da esperança em Jesus que de anti depressivos ou ansiolíticos. Aproveito para lhe falar da esperança que há em nós. O 7º paciente viu sua empresa falir e está com a tensão descontrolada e nos nervos muito alterados. Necessita de uma palavra de ânimo e de uma vida nova que só Cristo pode dar. Uma colega de trabalho pede apoio numa situação difícil que esta a viver em casa. Paro para orar com ela e lhe falar da paz que encontramos ao depositar nossos fardos nas mãos de Deus. A 12ª utente descobre que tem uma doença cancerosa que lhe traz uma nova luta pela vida. Sua esperança precisa ser renovada para a luta e para a eternidade e isso só no evangelho. Os doentes finais são um casal de idosos que precisam de uma consulta calma e de quem os ouça. Agradecem minha atenção e aproveito para explicar que sou um servo de Jesus e por isso os atendo desse modo.
Meu horário acaba mas surge uma doente que já é na verdade uma amiga. Uma fibromialgia com crises dolorosas terríveis que venho acompanhando há 3 anos. Atendo fora de horas e fico 40 minutos além do meu serviço para a ouvir e apoiar. No fim as lágrimas em seus olhos me garantem que o testemunho vai penetrando em seu coração. Ela me garante que vai assistir um culto em nossa igreja.
Saio atrasado para um almoço tardio. Há ainda tanto que fazer. Há trabalho missionário de apoio aos colegas no leste europeu. Cartas para ler, relatórios para acompanhar, orientações a passar, agendas a controlar. Há trabalho pastoral a fazer. Mensagens e estudos bíblicos a preparar, agenda da sessão a elaborar, visitas a doentes a fazer. O dia promete. E a pergunta vem: O que você é? Médico, Missionário, ou Pastor.
Minha resposta é simples: Sou discípulo de Jesus. Procuro no meu cotidiano mostrar os princípios e conceitos coerentes com minha fé: valorização do trabalho, honestidade e profissionalismo na profissão, respeito pelos colegas e clientes, amor ao próximo revelado em serviço alegre, testemunho oportuno da verdade de Jesus para mim, uma busca constante de revelar a Glória de Deus em meu viver, pela sua Graça. Estes são os valores de um seguidor de Jesus em qualquer lugar ou posição. O Senhor precisa de pedreiros, pintores, domésticas, cozinheiras, professoras, médicos, advogados, executivos, engenheiros, estudantes e tantos outros a viverem assim. Mostrando na vida e nas palavras o amor de Deus e a graça de Jesus.
É claro que o Senhor vai chamar alguns para um trabalho específico em missões fora de sua terra com um perfil transcultural e a necessidade de adaptação a outras línguas e gentes. Mas isso não significa que a missão de Deus se cumpra só com esses. O Senhor escolheu todo um povo, uma nação santa, um sacerdócio real, que somos nós a igreja de Jesus. É preciso fé em Cristo e novo nascimento, consciência da missão de Deus em nossas vidas e abertura para as oportunidades que ELE certamente vai providenciar. Missão, profissão e oportunidade. E brilhamos como luz e salgamos como bom sal e cumprimos o desejo do Senhor – alcançar os povos até os confins da terra.

Dia da Bíblia - Regra de Fé e Prática



Todo nós precisamos de alguma orientação na vida em relação as questões básicas sobre: o que crer e o que fazer. O que cremos define o conjunto de verdades que aceitamos como nosso guia para a vida, o conjunto de conceitos, princípios e valores que nos servem de orientação. Esse conjunto forma uma maneira de pensar e estabelece um padrão para nossas decisões e acções. O que fazer em cada momento da vida vai depender em boa parte do que cremos mas faz parte também do nosso padrão mental.

Vivemos uma batalha por nossas mentes, pelo que cremos e fazemos. A TV, a rádio, os jornais e revistas, a media em geral, a internet, todos se juntam para nos dizer o que fazer e o que crer. Programas de TV tentam ditar as regras para nossas vidas nos dizendo o que é verdade (logo o que devemos crer) e como devemos viver (logo o que devemos fazer). 

Há lições tão elaboradas como as que procuram nos indicar uma filosofia de vida até as mais simples que procuram nos mostrar o que comer, como nos exercitar, o que ler e como pensar. Há desde reportagens de fundo e editoriais de jornais, entrevistas a doutores e autoridades famosas até as dicas de psicologia barata ou o horóscopo do dia. Parece que todos querem nos dar direcção e a competição é grande. Mas onde está a verdade? Onde temos a certeza? Onde basear nossa fé e nossa ética?

Devemos perceber que essa luta não é recente. Ela começou há muito tempo num belo jardim quando Deus deu ao homem a sua Palavra para que fosse sua direcção e garantisse a vida plena que o Criador desejava para a criatura. A Palavra de Deus então, era dada directamente ao homem a cada dia, em perfeita comunhão. Surgiu porém outro ser, maligno e manhoso, que sugeriu outras verdades, outra forma de vida, uma alternativa aliciante e aparentemente mais animada e divertida. E o homem, o pai da humanidade, aceitou as propostas e assim se separou de Deus para desgraça sua, da humanidade e da criação. O pecado do homem foi de desobediência da ordem de Deus, mas teve a ver com o rejeitar da palavra de Deus como base última para a vida humana.

Mas o Senhor não deixou o homem sem direcção. Sua palavra não foi perdida de modo irremediável. Ele a fez chegar ao homem por meio de escritores que a compilaram e por fim por meio da encarnação da palavra em Jesus que foi a Palavra entre nós, a palavra viva e trazendo vida, a palavra em forma de gente vivendo e mostrando como viver, morrendo mas ressuscitando para nos garantir a volta a vida com Deus. A conclusão daquele que conhece o Senhor e a sua Palavra é a do salmista:

 " A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.
O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos." Salmos 19:7-11

 Logo, temos a palavra de Deus em confronto com o mundo e temos que fazer a escolha: qual delas seguiremos? Não podemos seguir a ambas. Ou seguimos a palavra de Deus como base para a vida, como nossa verdade, ou seguimos as mensagens sempre em mudança que o mundo oferece.

E onde temos a palavra de Deus? Esta questão pode parecer sem sentido para crentes numa igreja evangélica, mas há pelo menos três grupos significativos que não aceitarão essa noção facilmente. Um segmento faz parte mesmo do que se designa por cristandade, os outros serão avessos a Cristo. Por um lado, temos os católicos, que vêem como Palavra de Deus a Bíblia, mas também a tradição e as palavras infalíveis dos Papas. Por outro lado, todas as religiões que alegam ter outra revelação que julgam ser palavra de Deus como o Corão muçulmano, por exemplo. E ainda outro grupo de ateus e agnósticos que negarão valor a Bíblia que classificarão como apenas um livro antigo repleto de mitos e lendas e histórias inaceitáveis para a mente moderna, cheio de falhas e que não é digno de confiança. O que responderemos?

Comecemos pelos ateus e outras religiões. Apesar de dizerem coisas diferentes podem receber uma mesma resposta que servirá para combater as suas alegações em conjunto.
A Bíblia suporta os mais rigorosos testes que lhe façam. Mostra assim sua veracidade (em relação aos cépticos) e sua superioridade (em relação a outras religiões). Nenhum livro foi tão atacado como a Bíblia. Nenhum livro foi tão combatido e acusado, desprezado e desrespeitado, agredido e vasculhado e, no entanto, permaneceu o mais valioso de todos. Durante séculos tentaram acabar com a Bíblia queimando-a em praça pública, fazendo com que fosse crime tê-la ou lê-la e ainda hoje é proibida em dezenas de países. Mas a Bíblia resistiu!

A Palavra de Deus é um conjunto de 66 livros únicos. E Apesar de muitos “doutores” a combaterem vai se revelando cada vez mais correta. Quanto mais o tempo passa e mais estudos e achados são feitos, mais a Bíblia se mostra a verdade total. Muito do que foi dito para a combater e ridicularizar foi aceito por falta de provas contrárias mas que com o tempo acabaram por ser encontradas. A arqueologia, o estudo de textos antigos, a história, tudo tem contribuído para nos mostrar um material único. 

Alguns tentam em desespero negar o seu valor, criticar suas traduções, culpar seus copistas, inventar contradições ou apresentar textos concorrentes (evangelhos apócrifos por exemplo). Tentativas vãs. Nenhum texto antigo tem tantas cópias e tão próximas do original como os livros da Bíblia tanto do AT como do NT e as provas só escapam aos desinteressados e mal-intencionados. Os cépticos continuarão a desconfiar e injuriar, mas para sua própria condenação, porque se apresentando como mentes científicas, na verdade não querem admitir as evidências que lhes são contrárias, o que é uma forma muito pouco científica de pensar.

Um conjunto de 40 homens, vivendo em terras tão distantes, pertencendo a classes sociais distintas e extremas (pescadores e agricultores, Reis e mestres), escrevendo em línguas diferentes, vivendo com até mil anos de distância entre si, produz uma obra completa, coerente, com uma linha única, com começo e fim, com alvos e finalidades claros. 

Como seria isso possível? Só se houvesse um autor comum e é isso que acontece com a Bíblia. O autor é Deus e isso se evidencia pelas páginas de toda a Escritura. Essa é sua superioridade clara sobre toda outra obra religiosa que não tem qualquer semelhança ou proximidade. Nenhum outro livro religioso se aproxima da clareza e da maravilha da Bíblia em seu conjunto. Uma avaliação séria e imparcial sempre o mostrará.

Em relação à Igreja Romana, somos devedores à Reforma protestante que nos trouxe o princípio de Sola Scriptura (Só a Escritura). Foi uma das pedras de toque de Lutero. Rejeitando as tradições humanas, os escritos valiosos, mas de claro carácter falível e as afirmações papais sujeitas à politica e lutas regionais, e certamente sujeitas a falhas, Lutero se cingiu a escritura e determinou que a Igreja usasse apenas a Bíblia para seu padrão.

Como herdeiros da reforma defendemos e a Bíblia é nossa única regra de fé e prática.
Isso significa que A Palavra de Deus, a Bíblia é nossa única bússola na vida. Nela encontramos os artigos que regem nossa fé e as grandes respostas para a vida como:
·         Quem Somos?
·         De onde viemos?
·         O que fazemos neste mundo?
·         O que levou o mundo a se deteriorar tanto?
·         Como solucionar essa questão?
·         Quem é Deus?
·         Como podemos conhece-lo?
·         Como podemos andar com Deus?
·         Como devemos viver nossa vida?
·         Como podemos nos relacionar com os outros?

E a Palavra continua a mostrar como deve ser a vida de trabalho, de negócios, de vizinhança, de casamento, de família e tudo Mais ela é um manancial inesgotável de sabedoria para a Vida dado pelo próprio Criador para nossa orientação e guia e para nos levar a uma Vida mais próxima daquela para a qual fomos criados. Tendo isso em mente e tendo a Bíblia em nossas mãos e em nossa língua de forma livre e quase gratuita devemos:
·         Ler a Palavra (devocional diário)
·         Ouvir a Palavra (CD’s de áudio, mensagens gravadas, cultos)
·         Meditar na Palavra (a partir do que lemos e ouvimos)
·         Estudar a Palavra (para melhor a conhecer)
·         Decorar a Palavra (para tê-la disponível na mente para as ocasiões diversas)
·         Usar a Palavra (Na prática e na conversação)


Um testemunho que me tocou foi o de um colega missionário presbiteriano Ronaldo Lidório, que trabalhou no Gana.  Ele traduziu a Bíblia para um dos dialectos do povo Konkomba. Antes porém, do trabalho pronto, havia apenas alguns textos traduzidos e os líderes das igrejas nas aldeias vinham periodicamente para a aldeia onde vivia o missionário. Ali recebiam ensino para levar às aldeias e assim aprendiam 13 versos de cor para levar a seu povo. 

Certa feita, uma senhora idosa estava entre os discipulados. Ela viera de uma aldeia que ficava há vários dias de viagem a pé. Após o treinamento ela seguiu em direcção à sua casa. Na segunda manhã, depois de acordar percebeu que esquecera um dos versículos. Sem hesitar, ela voltou dois dias a pé para a aldeia do obreiro. Ali a receberam com surpresa: “O que aconteceu irmã?” Sua resposta tranquila, apesar de cansada foi: “A palavra de Deus é preciosa demais para ficar perdida no caminho”. Sola Scriptura!


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