Certezas para o Novo Ano


Nesta época do ano há sempre duas coisas muito comuns na média em geral: resumo do que foi o ano passado, e previsões para o ano novo. Mas, a verdade é que as incertezas são muitas. Ninguém pode falar com certeza sobre muitas coisas de 2015. Por exemplo: não sabemos se a economia vai melhorar ou piorar; ninguém sabe se o desemprego vai aumentar ou diminuir; ninguém tem certeza sobre a politica do próximo ano (a não se que vai continuar corrupta); não se sabe se vai haver (mas parece provável, mais guerras); não sabemos se vamos ter saúde ou não, se vamos estar seguros nos nossos empregos ou mesmo nas nossas casas e carros…
Mas isso não quer dizer que o crente em Cristo não pode ter certezas. Na verdade, as escrituras nos dão muitas e boas razões para nos sentirmos seguros em relação a muitas coisas. Pela Palavra de Deus podemos dizer que sabemos de muita coisa com garantia. 

Eis sete certezas bíblicas que podemos levar para o novo ano:

O Mundo jaz no maligno
Foi João que afirmou: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.” 1 João 5:19. Isso nos garante que o mundo não vai melhorar. Por vezes achamos que sim e o homem gosta de se iludir com a ideia de que estamos a melhorar e a caminhar para uma sociedade mais justa e um mundo melhor, mas não é isso que vemos nas escrituras. O homem escolheu viver sem Deus e por mais que avance na tecnologia e conhecimento o mundo vai continuar a piorar. O século XX é prova suficiente disso. Tanto conhecimento, como o mundo não vira antes, e no entanto foi um século de maldade e crueldade, guerras e genocídio. O homem escolheu viver assim e não vai mudar.

O Juízo de Deus virá sobre o mal
Diante da maldade por vezes ficamos perplexos com a paciência de Deus e Ele é um Deus de misericórdia, mas também de justiça. Paulo lembrou isso ao escrever: “E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.” Romanos 2:2. O Senhor não olha o mal com facilidade. O salário do pecado é a morte e a consequência do pecado vai chagar a cada um porque o que o homem semear isso também ceifará. Podemos olhar a história e confirmar que assim é. Neste ano de 2014 muitos grandes e poderosos de nosso país caíram estrondosamente e antes se julgavam intocáveis. Isso sabemos – a justiça de Deus não vai deixar de agir.

Somos salvos em Jesus
Mas nós temos a garantia da nossa salvação em Jesus: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.” 1 João 3:5. Sabemos que a razão pela qual Jesus veio ao mundo (Natal) foi para um dia ir a cruz (Páscoa) e ali ganhar a nossa salvação levantando dos mortos 3 dias depois (Ressurreição) para nos dar a certeza de suas palavras. Sabemos isso e temos experimentado a paz com Deus por meio da obra de Cristo por nós. Não falamos de ânimo leve do pecado mas sabendo que o preço pago foi muito alto e valioso. A vida e o sangue de Cristo para a nossa vida com Deus.

Deus está no controle para o nosso bem
Por causa da salvação que encontramos em Cristo temos paz com o Senhor. E esse Deus que amamos e queremos servir é um Deus soberano que mantém o controle pelo que podemos ter a certeza de seu cuidado: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” Romanos 8:28. Nós temos visto na Bíblia, na história e em nossa experiência que o Senhor abençoa e controla. Que Ele não abandona até porque nada pode nos separar do amor de Deus em Cristo e com essa garantia sabemos que o ano que vem pode trazer momentos bons e maus mas em todos o Senhor estará presente para nos guiar e abençoar.

O Senhor responde a nossas orações
Uma das formas em que podemos ter garantia de que veremos seu amor é na resposta as nossas orações porque: “…sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.” 1 João 5:15. Sabemos que Deus ouve e que atende as nossas orações. Nem sempre como achamos que é o melhor mas como ELE sabe que é o melhor e essa garantia nos leva ao novo ano com alegria renovada e corações mais leves. Teremos muito que orar no ano que vem e o Senhor sempre ouvirá e atenderá na sua hora, de seu modo, para o nosso bem. Que nos faz servi-lo com outra certeza.

Nosso trabalho não é vão
Sabemos que o ano novo trará muito trabalho e algum cansaço mas é também confortador saber que em relação ao nosso trabalho: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” 1 Coríntios 15:58. Que alegria saber que temos essa garantia no Senhor. Por vezes não veremos resultados rápidos e fáceis. Mas a palavra é semente que não volta vazia, é obra que sempre dá seus frutos e para a Glória de Deus. Sabemos isso e nos dá muita força para o trabalho. E mesmo que o ano novo seja nosso ultimo temos outra garantia.

Estamos seguros da Eternidade com Cristo
Se o nosso tempo chegar e a nossa hora vier temos assegurado: “Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco… Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.” 2 Coríntios 4:14 e 5:1. Temos a certeza do céu, da vida eterna com Deus, da ressurreição de nosso corpo com e para Cristo e isso nos consola em relação aos que perdemos e já partiram e nos consola em relação a nossa partida.


Num mundo cheio de incertezas que alegria ter tantas certezas para o ano que vai começar. Louvemos por isso e nos consolemos uns aos outros estimulando a santidade e ao serviço com as garantias que o Senhor nos dá!


MALDITO TRABALHO!!?


O individuo parecia transtornado. Os músculos da face tensos e contraidos enquanto por entre os lábios saía o impropério: "se um dia encontrar quem inventou o trabalho dou-lhe um tiro nos miolos!"  Assisti a cenas parecidas como esta por mais de uma vez. Era um desabafo contra uma atividade penosa que servia apenas para sustentar a familia.

Outras expressões menos dramáticas, mas igualmente contrárias ao trabalho são as que vemos nas tiras de banda desenhada do gato Garfield onde ele confessa: "I hate mondays" (Detesto segunda-feira) ou "Thank God it´s friday" (Graças a Deus é sexta).  Todas essas expressões servem para transmitir a mesma mensagem: o trabalho é algo detestável do qual todos nos queremos ver livres!  Será essa a visão biblica e cristã do assunto?

Devemos começar por reiterar que o cristão deve ter uma cosmovisão guiada pela Biblia em todas as coisas. A vida cristã não pode ser apenas a que se vive em algumas horas no domingo ou em dias sagrados, mas deve ser a vida diária que engloba todas as atividades que desenvolvemos.  Uma fé que não diga respeito ao meu trabalho será de pouco valor. Se gasto a maior parte do meu tempo trabalhando então minha fé deve ter algo a dizer sobre isso ou não será uma fé relevante! 

Encurralar meu cristianismo aos domingos é destituí-lo de toda influência prática e
real na minha vida! 

Logo, minha fé tem que me falar de meu trabalho.   E o que aprendemos na Bíblia sobre o trabalho?

1) O Trabalho precedeu o pecado na História Humana

Biblicamente, o trabalho aparece antes do pecado.  Deus criou o homem e o colocou no jardim para que cuidasse dele e dos animais. O primeiro homem foi jardineiro, agricultor e criador de animais. Essa atividade era plena, ocupava os dias de Adão e Eva e representava uma boa utilização das capacidades com que o Criador os dotou.   Logo, sendo algo original ao homem, estava inicialmente em estado puro. O trabalho não veio como castigo por causa do pecado como pensam alguns, mas o precedeu com o intuito de dar ao homem propósito e realização.

2) O Trabalho foi instituído por Deus
Segundo Genesis 1 e 2,  foi Deus o inventor do trabalho.  O Criador conhecia a criatura como ninguém.  Deus trabalhou e ainda hoje trabalha, criou o homem à sua imagem, logo, criou um ser trabalhador.  Deus deu ao homem trabalho especiífico e esse mandato precedeu todos os outros inclusive os da era da Igreja.  Aqueles que se insurgem contra o trabalho em si, se rebelam contra Deus.   Aqui não discutimos a existência de trabalho escravo, de trabalho injusto, de trabalho infantil ou mal remunerado(fruto do pecado e da ganância dos homens).  Falamos do trabalho como instituição!  Do trabalho honesto, que serve para sustento próprio e para prover outros.  O trabalho como tal, foi criação de Deus para valorizar e honrar o homem e por isso mesmo nenhuma cultura do mundo até hoje honrou o preguiçoso.

3) O Trabalho foi valorizado nos 10 mandamentos
Sabemos que o decálogo tem as bases de toda a lei.  Nesses 10 mandamentos encontramos o resumo daquilo que seria o guia prático para o povo de Israel.  No oitavo e no décimo mandamentos há uma clausula de proteção a propriedade privada que nos mostra o valor do trabalho. Na lei estipulada pelo Senhor há regras especificas para salvaguardar aquilo que é fruto do trabalho do homem.

4) O Trabalho era muito valorizado pelo povo de Deus
Na cultura judaica resultante da orientação divina o trabalho sempre foi valorizado. Todo menino judeu deveria aprender uma profissão mesmo que depois se dedicasse a outras atividades mais intelectuais. Isso demonstra a importância do trabalho para o povo de Deus.

5) Jesus e os lideres Cristãos foram trabalhadores
Todos sabemos que Jesus foi carpinteiro.  Até os 30 anos ele exerceu essa profissão que aprendeu de seu pai terreno dando assim uma visão elevada do trabalho humano. O Criador feito criatura não rejeitou a vida de trabalho.  Os apóstolos de modo geral eram homens simples de trabalho que o Senhor chamou para a missão.  Paulo manteve sua profissão como fazedor de tendas e em boa parte de seu tempo, mesmo como missionário, ele se sustentava com sua atividade profissional.

Ainda a propósito da vida de trabalho de Jesus será interessante lembrar o episódio de seu batismo.  Deus o Pai falou do céu "Este é meu filho amado, em quem me comprazo!"para referir seu contentamento com Deus o Filho.  Fica a questão: Por qual milagre o Pai exaltou o Filho?  De que sermão falava Deus ao elogiar Jesus?  Na verdade, o seu ministério público ainda estava por começar, logo,  o contentamento do Pai não se referia a nenhum milagre, maravilha ou mensagem.  O Pai estava feliz com Jesus, que até então vivera como um simples carpinteiro, honesto, trabalhador, sustentando a familia e vivendo um testemunho de profunda comunhão com o Pai.  Seria bom meditarmos nisso.

6) O Ensino bíblico incentiva o trabalho
Muitas das parábolas de Jesus acontecem no ambiente do trabalho.  A famosa parábola dos talentos diz respeito ao galardão de trabalhadores esforçados.  As epístolas seguem nessa linha e Paulo incentiva mesmo os escravos a serem bons trabalhadores e darem exemplo como servos dedicados.  O trabalho recebe nas escrituras uma posição destacada como parte fundamental da vida.  Na verdade, o trabalho é um dos modos mais importantes de expressarmos nosso caráter e personalidade.  Um mal trabalhador dificilmente convencerá as pessoas de que é uma boa pessoa.  Minha forma de encarar e viver minha vida de trabalho certamente revela muito de quem eu sou. por isso a Biblia incentiva o crente a ser um bom trabalhador.

Se o trabalho é assim tão valioso e de origem divina, então por que é que hoje temos uma visão tão negativa do trabalho?

- Os gregos faziam uma dicotomia marcante entre o material e o espiritual.  Uma das correntes mais fortes da filosofia grega apresentava tudo o que é matértia como negativo e mal.  Nessa visão, o trabalho físico perdia valor em relação ao espiritual.  O Cristianismo bebeu nessa fonte, passando a considerar o trabalho do espírito (pregação, ensino, serviço religioso) como mais valioso que o do corpo.  Isso contribuiu bastante para uma visão negativa do trabalho no mundo de cultura judaico-cristã.

- O pecado contaminou tudo, inclusive o trabalho. Quando pecou, o homem perdeu a comunhão com Deus e nessa perda se foi o propósito para a vida, que incluía o trabalho.  O homem sem Deus não tem razão para viver e se vê como fruto do acaso.  Nessa perspectiva o trabalho é verdadeira prisão que nos impede de aproveitar a vida.  Surge uma visão negativa do trabalho.

- A mentalidade de consumo e lazer que impera hoje incentiva o entretenimento em detrimento do trabalho.  O homem moderno vê o trabalho como aquilo que tem que fazer para poder ter dinheiro para gastar em coisas e em serviços que lhe tragam prazer e bem estar.   Nessa perspectiva o trabalho é novamente o vilão que nos rouba a melhor parte da vida.  A aposentadoria se torna a terra prometida, um período em que não precisaremos fazer nada que não queiramos e vamos gozar a vida.  Muitos, senão mesmo a maioria, descobre tempos depois que era mais feliz quando trabalhava e não sabia...

_Qual deve ser a posição do cristão sincero diante do trabalho?

Propósito: Deus nos criou com um propósito e para tal nos dotou de talentos e virtudes. Devo entender como fui criado, desenvolver minhas habilidades e usa-las para experimentar toda a razão da minha existência. Dou glória a deus como Criador quando cumpro minha missão na terra trabalhando de acordo com as caracteristicas que deus me deu. Uns serão bons para certas coisas, outros para outras. Podemos e devemos todos encontrar alegria e realização no que fazemos.

Honra: O trabalho honesto deve ser valorizado e honrado no meio cristão e no seio da igreja. Não devemos cair na mentalidade errada de desacreditar certos tipos de trabalho. Precisamos de todos para viver melhor e a igreja deveria estar na linha da frente na preservação da dignidade do trabalho.

Bênção: Se estou a trabalhar naquilo em que sou bom, porque Deus me criou assim, então vivo para a glória de Deus e posso ser bênção para os demais!  Por exemplo: um pintor de parede:  num mundo escuro, sujo e sem graça por causa do pecado, o pintor pode se ver como aquele que traz vida, côr e alegria.  Depois de terminar seu trabalho, um lugar que antes era feio e sem vigor pode ter graça, beleza e animar os espíritos. O pintor pode se ver como sócio de Deus no propósito de recuperar as cores que o pecado manchou.

Eu sou médico. Entendo que a doença não fazia parte do plano de Deus para o homem e surgiu como consequência do pecado. Quando luto contra a enfermidade e trabalho para a saúde entendo que estou engajado na tarefa Divina de recuperar o homem por inteiro.

Cada profissão pode entender sua atividade como uma sociedade com o Criador na restauração da Criação e desse modo cada profissional passa a ser um agente de salvação na terra.  Essa visão madura e abençoada do trabalho deveria encher o coração de cada cristão. Como seria diferente um trabalho feito assim!  Deixe-se contagiar e contagie outros com essa visão e estaremos trabalhando por um mundo melhor para a glória de Deus!

Joed Venturini

Fé que Remove Montanhas – A Vida de George Muller

O grupo de mais de 100 crianças levantou à hora habitual e fez suas orações. A algazarra comum nas casas de banho encheu a casa de risos e correrias. Logo, estavam todos no refeitório onde as assistentes os aguardavam. As mesas do pequeno-almoço estavam vazias, mas o Senhor à cabeceira sorria como todas as manhãs e depois de cumprimentar as crianças as dirigiu numa oração de gratidão pela que iriam comer. Enquanto oravam ouviu-se uma batida na porta. No fim da oração foram atender e um padeiro entrou com vários cestos cheios de pães. Olhou o responsável e disse: Esta noite não consegui dormir, sentia uma forte impressão de que devia fazer pão para o orfanato, não deu para resistir e levantei as 3 da manhã para os fazer e aqui estão, admiro o trabalho que o Senhor está a fazer, é algo nobre, que Deus o abençoe. Assim já tinham pão e puderam orar novamente agradecendo e enquanto o faziam nova batida na porta trouxe o leiteiro… esse é um dos episódios bem conhecidos da vida e obra de George Muller.

Fé é uma das atitudes mais comuns do homem. Deus nos criou com a capacidade de crer. Fomos feitos assim e temos prazer em acreditar. O cepticismo, a ironia, a falta de confiança é um defeito que aflige muitos corações por causa de experiências negativas. Mas o coração que se fecha para a capacidade de crer perde a grande maioria das bênçãos da vida e por fim deixa mesmo de poder viver em comunidade.

Todas as pessoas têm fé. Todos a exercem de um modo ou de outro. É preciso fé para as coisas mais simples como entrar num autocarro, tomar um galão no café da esquina ou sentar numa cadeira em local público. Esses atos são atos de fé na capacidade de motorista do autocarro, na correcção do empregado no café e na perícia do carpinteiro que fez a cadeira. As pessoas são capazes de crer nas coisas mais estranhas. Por exemplo, no fim do ano passado houve muita gente que creu que o mundo ia acabar por causa de uma antiga profecia maia… há quem creia que as pirâmides foram construídas por seres extra terrestres… e diariamente vemos gente que acredita novamente naqueles que já provaram não ser dignos de confiança…

A Bíblia nos fala de 3 tipos de fé:

O primeiro tipo é o tipo salvífico, a fé para a salvação. Vemos isso de modo claro na vida de Jesus. Várias vezes ele disse as pessoas sobre a sua fé como a base da salvação. Em Lucas 7 ele diz a mulher pecadora que lhe lavou os pés: vai, a tua fé te salvou. Em Lucas 8 ele diz a mulher com fluxo de sangue que o tocou: tem bom ânimo filha, a tua fé te salvou. Em Lucas 17 ele diz ao leproso agradecido no meio dos 10 curados, levanta-te e vai, a tua fé te salvou. E em Lucas 18 o Senhor diz a Bartimeu o cego, vê, a tua fé te salvou.

Essa fé salvadora é a fé em Jesus como o salvador, o Filho de Deus, Deus encarnado que veio para nos resgatar. É a fé que entende sua obra na cruz como a obra da redenção da humanidade, que se rende ao que Ele fez por nós. É a fé sobre a qual Paulo escreveu aos Efésios ao dizer: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus, não vem das obras para que ninguém se glorie." A fé salvadora não é de todos. Muita gente crê em muitas coisas, mas a fé pura e simples não salva. O que salva é a fé em Jesus. Fé sim, mas no lugar certo, na pessoa certa.

O segundo tipo de fé é um dom o ES dado a alguns crentes. Na listagem de dons dados por Paulo em I Coríntios 12 ele diz: e a outro pelo mesmo Espírito a fé… Essa fé é uma capacitação especial para crer que o Senhor concede a alguns salvos para que por meio dela possam abençoar e edificar a igreja. Sendo dom cai na categoria dos demais. Não é de todos, é dada a alguns para o benefício comum. Tem que ser identificada, entendida e exercitada para crescer.

E há um terceiro tipo de fé que o Senhor pede de todos os salvos. Aquela descrita em Hebreus: Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Hebreus 11:1 e Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Hebreus 11:6

A palavra é clara na medida em que deixa bem explícito que sem esse tipo de fé não é possível agradar ao Senhor. Essa não é a fé que salva e nem a fé dom do ES pois só alguns a têm. É a fé que o Senhor espera de todos os salvos. A fé que faz remover montanhas. Foi Jesus que disse aos seus discípulos em Mateus 17:20: Por causa de vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. 

Os discípulos tinham falhado na libertação de um menino que era atormentado por espíritos maus. A causa? Pouca fé. Jesus não estava falando de montanhas literais, mas de obstáculos que surgem em nossas vidas e que não sabemos ultrapassar. Nossa maior dificuldade é que tentamos removê-los com as mãos e pela nossa força. Seria tolo tentar mover uma montanha com as mãos… também o é tentar deste modo com as montanhas que aparecem em nossas vidas. Temos que aprender a confiar.

A fé que todo crente precisa ter é desenvolvida. Como um músculo ela exige pouco no começo e vai crescendo na medida de nosso compromisso com Deus. O triste é que há crentes que passam a vida cristã inteira sem nunca crer, sem nunca exercitar um pouco de fé. Estão salvos mas não usufruem de nada do que o Pai tem separado para eles, porque não conseguem crer, não conseguem dar o primeiro passo de fé em direcção ao Senhor. Biblicamente, podemos pedir mais fé, podemos rogar por fé no meio da incredulidade, mas precisamos começar em algum ponto.

George Muller é um exemplo moderno de fé digno de figurar entre os heróis de Hebreus 11. Nasceu em 1805 no então reino da Prússia,de um pai que era funcionário público e que desejava ver George no ministério da Palavra não por ser crente, mas porque era uma profissão respeitável e de boa remuneração. No entanto, George aprendeu o triste hábito de roubar desde cedo. Seu pai colectava impostos e George roubava o saco dos impostos e entrou numa vida de enganos e golpes que o levaram à prisão com 16 anos. Ficou um mês preso até que seu pai pagou a fiança e o enviou a Halle para estudar para o ministério. Ali ele conheceu um jovem crente chamado Christofer e este o levou a um estudo bíblico na casa de Johan Wagner. Foi ali que George conheceu a fé simples e uma vida cristã genuína e se converteu.

O caminho de George foi difícil desde então. Decidido a viver na vontade de Deus ele entendeu que deveria se dedicar ao trabalho missionário pelo que seu pai o deserdou e parou de pagar sua pensão. George recorreu a oração e surgiram alunos americanos que precisavam aulas de Inglês e assim ele pode continuar seus estudos. No fim destes seguiu para a Inglaterra de onde deveria ser enviado para o campo missionário entre os judeus que era seu plano, mas estourou a guerra entre a Turquia e a Rússia e ele não pode ir. Liga-se então a um pastor escocês batista de nome Henry Craig e conhece por meio dele os escritos de Antony Groves. 

Antony era um missionário que defendia a vida pela fé na dependência total de Deus. George passa a orar nesse sentido e quando conhece a irmã de Groves se apaixona por ela e acabam por casar com o propósito de viverem apenas da graça de Deus. Decidiram não pedir nada a ninguém e viverem daquilo que Deus colocasse em suas mãos. Foram morar em Bristol.

Bristol era um porto importante na Inglaterra mas que perdera boa parte de seu lucro como cancelamento do tráfico de escravos. A crise era profunda e havia milhares de órfãos vivendo nas ruas sendo que na Inglaterra só havia orfanatos para crianças de classe mais alta. Os pobres moravam e morriam nas ruas. George tem seu coração tocado por isso e em oração decide iniciar um orfanato para as crianças abandonadas de Bristol. Com que meios? Apenas os que Deus mandasse. Ele começou o trabalho assim em 1836 e em um ano já tinha 90 crianças em 2 casas alugadas. Depois de 2 anos de alguma facilidade por causa da novidade o trabalho se tornou árduo e por vezes a comida só chegava na hora da refeição. George nunca mudou seu modo de agir. Nunca fez propaganda, nunca pediu fundos, nunca fez publicidade. Orava e confiava e Deus provia.

Quando os moradores da rua seus vizinhos reclamaram do barulho dos orfanatos George entendeu de Deus que era hora de construir suas próprias instalações. Novamente orou e procurou terreno. O projecto era orçado em meio milhão de euros (valores actuais) e ele não tinha nada! Mas o Senhor como sempre foi dando. Ele só começou as obras quando tinha toda a verba e em 1849 eles inauguraram as novas instalações com 4 casas para duas mil crianças. Ao longo dos tempos o ministério de George e Mary Muller alcançou cerca de 120 mil órfãos e recebeu mais de 100 milhões de euros. Ele nada guardou para si e sempre viveu com os órfãos. As crianças eram ensinadas e treinadas para uma vida adulta e conseguiam bons empregos quando era hora de sair do orfanato. George Muller sabia o que era confiar. Um gigante da fé.

Não serão muitos de nós a ser chamados para viver assim. Não serão muitos a viver pela fé de modo integral como Muller, mas certamente temos que aprender com ele. Se um homem pode viver assim, se Deus abençoa um filho seu desta maneira, o que poderia Ele fazer de sua igreja? Fé é requisito obrigatório para a vida cristã. Vamos começar hoje, agora mesmo! Leve a Deus a sua mente e peça ao Senhor um desafio. Ele continua sendo o Deus de Abraão, de Elias, de Paulo e de Muller. Confiemos e cresçamos.


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