Propósitos para o ano de 2014


 

Uma das maiores tragédias da humanidade actual é que vive uma vida sem propósito, sem razão de ser, sem objectivos. Viver sem propósito é caminhar a esmo, sem destino; é trabalhar sem saber o que se está a produzir; é fabricar algo que não sei o que será; é iniciar um discurso onde não sei o que pretendo e nem onde terminarei. Vida sem propósito não é a Vida que Deus nos criou para viver.

Início de um novo ano é um bom momento para avaliar nossos propósitos e afinar nosso caminhar. Serve para auto-exame e correcção de direcção. Isso deve ser feito a título individual e colectivo. E é como igreja que queremos determinar nossos alvos de forma bem clara. Uma definição escrita, clara e directa, ajuda a mentalizar um propósito e é nesse sentido que apresentamos a seguinte. Nosso alvo como Igreja:
 “Queremos ser uma família em Cristo, de servos de Deus, que cresce no conhecimento e prática de seus propósitos, que busca, exalta e reflecte a Glória do Senhor para o mundo, trabalhando para ver vidas Transformadas por Jesus.”

Nessa definição encontramos as bases do propósito de Deus para igreja segundo encontramos no Novo Testamento. Encontramos o alvo da comunhão fraternal marcada pelo amor em Cristo (Queremos ser uma família em Cristo). Encontramos o objetivo do Serviço cristão que se dedica a Deus e ao próximo (servos de Deus… trabalhando). Encontramos o propósito da Adoração a Deus, como único Ser verdadeiramente digno de nosso louvor na Santa Trindade (que busca, exalta e reflecte a Glória do Senhor). Achamos a vocação evangelística de levar o Senhor a todos os que não o conhecem (reflecte a Glória do Senhor para o mundo… ver vidas transformadas por Jesus). E nessa definição temos o alvo do crescimento pelo ensino e edificação mútuos baseados na Palavra (que cresce no conhecimento e prática de seus propósitos).

Desejamos que essa declaração seja levada a sério por cada membro de nossa igreja. Que nos espelhemos nela para os alvos que temos como Igreja neste ano de 2014. Que cada crente individualmente, cada ministério e departamento em particular e a comunidade como um todo se reveja nela e trabalhe para que seja verdade para cada pessoa que entrar em contacto com nossas actividades. Sem nunca perder de vista o alvo maior da Glória do Senhor e da preparação da Noiva de Cristo para o encontro com o Noivo, Jesus.

Neste mundo sem propósito que possamos dar um sinal claro de nosso caminhar e de nossos objectivos. Mantendo em mente a necessidade do crescimento individual e colectivo como expresso na Palavra:
“Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.” 2 Pedro 3:18
 

PORQUE A BIBLIA TERMINA?


 
Eis uma questão interessante e que no entanto nunca me tinha ocorrido. Se a Bíblia é a revelação de Deus, se Ele é um Deus que fala e se comunica, e se a Bíblia é nossa principal forma de receber revelação (uma vez que a presença encarnada de Deus entre os homens foi para um período curto de tempo em Jesus) então porque a Bíblia terminou? Porque não temos hoje profetas e apóstolos escrevendo as suas revelações com a mesma autoridade de então?

Esta pergunta longe de ser irrelevante está na verdade na raiz de uma das questões mais significativas para todo Cristão – a autoridade das escrituras. Nós defendemos nossa fé unicamente com base na Palavra Sagrada. A Escritura é para nós revelação direta e especial de Deus para o Homem e nossa principal fonte de entendimento de um Deus de outro modo transcendente. Mas vivemos num mundo que questiona cada vez mais essa nossa afirmação. Vivemos num mundo que vê a Bíblia apenas como mais um livro velho, válido pelo valor histórico e cultural, mas irrelevante para nossas vidas práticas e não ser que sejamos fanáticos religiosos obcecados pela igreja. E em que ficamos?

Nós cremos nas afirmações e defesas internas da Bíblia como as de Paulo e Pedro e as marcantes afirmações do Senhor Jesus:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” 2 Timóteo 3:16-17

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2 Pedro 1:21

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.” Mateus 24:35

Como podemos então entender que essa revelação tenha terminado? Eis a questão que desejava meditar brevemente com os irmãos.

Iniciamos com o próprio conceito de revelação de Deus. Ele era NECESSÁRIA, ou seja, não tínhamos capacidade, como humanos limitados que somos, de perceber a verdade de Deus se Ele mesmo não se revelasse. Na Bíblia encontramos essa revelação a nós que nos permite conhecer a Deus, sua pessoa, sua forma de agir e seus planos.

Mas essa revelação era SALVADORA ou seja, era feita de modo a trazer o homem de volta a comunhão que tinha sido perdida no jardim quando do pecado. Toda a revelação de Deus na Palavra visa só isso – o retorno do Homem ao plano original de Deus de viver em comunhão plena e estável com Ele.

Essa revelação foi então dada de forma PESSOAL. Foi revelação de um ser pessoal e outro ser pessoal, o homem. O Senhor o fez por meio de homens que escreveram por Ele inspirados, o que Ele desejava que ficasse escrito, de modo a estabelecer essa relação. Enfatizamos isso porque a revelação não foi para nos trazer ritual, ou cerimónia ou religião no sentido litúrgico, mas relação no sentido pessoal. A revelação visava e visa a salvação e o resgate dessa comunhão.

A revelação de Deus foi então PROGRESSIVA. O Senhor não mostrou tudo de uma vez, mas como bom professor foi nos revelando passo a passo, dando ao homem a capacidade de assimilar essas verdades. No AT temos muitas coisas, que vivendo hoje, não são fáceis de entender. Mas tratava-se de uma fase inicial da revelação. Como uma espécie de primária. O homem estava na escola primária e não podia lidar com matéria de liceu ou de faculdade. Mas a medida que o tempo passa, de modo progressivo e sistemático, o Senhor vai levantando mais e mais o véu até Jesus, auge da revelação.

Ora, sendo salvífica e progressiva, podemos então perceber que a revelação fosse passível de ser COMPLETADA. No que diz respeito ao que precisávamos saber para a nossa salvação e a nossa volta a comunhão com Deus a Bíblia termina porque acaba a revelação nesse sentido. Tudo o que precisávamos saber para sermos salvos e voltar a comunhão com Deus foi dito. Tudo que era preciso saber para viver bem com o próximo, ser cheio do Espírito de Deus, cumprir nosso propósito nesta vida e estar preparados para a próxima, foi dito e terminado. Por isso a Bíblia terminou.

É bem provável que os escritores do texto sagrado não pudessem perceber o que estava acontecendo. Olhamos para os escritos de Moisés, Davi, os profetas e mesmo os evangelistas ou o Apostolo Paulo e os vemos como uma bordadeira debruçada sobre seu bordado, cuidando para que aquela parte do trabalho fique perfeita. Mas pare um pouco e recue permitindo uma visão completa do bordado e verá o que na verdade representa cada parte do trabalho.

Nós vivemos em uma época privilegiada. Podemos olhar o “bordado” terminado. Na Revelação que temos em mãos há um trajeto completo, uma história terminada que começa num jardim e caba numa cidade celestial, que começa com o homem criado perdendo a comunhão e termina com ele vivendo em total harmonia com o Criador. Temos a aliança inicial e a aliança final, o Israel de Deus e a Igreja de Cristo. Temos tudo e ficamos maravilhados com o que o Senhor nos dá. Sabemos como tudo começou porque começou e o que foi que deu errado. Somos orientados no caminho da solução do problema maior do pecado e temos um vislumbre claro e definido de como tudo irá acabar. Revelação necessária, salvífica, pessoal, progressiva e terminada.

Mas, não podemos terminar aqui, apesar de tudo o que vimos ser maravilhoso e nos chamar de novo à maravilha do livro que temos em nossas mãos. De facto temos a revelação de Deus a nós de modo definitivo e completa e isso deveria nos fazer amar, proteger, reverenciar essa revelação de amor e poder mais que qualquer outro bem que tenhamos. Mas mesmo assim não podemos terminar porque se há verdade na afirmação de que essa revelação salvífica está completa também é verdade que a história ainda não terminou e somos a sua continuidade.

Podemos usar a metáfora de uma peça de teatro em 5 actos. O primeiro: a criação de Deus, o segundo: a queda em pecado, o terceiro: o povo de Israel, o quarto: a pessoa, obra e salvação de Jesus e o quinto: a Igreja.

Este ato final não terminou. Somos a Igreja. A continuidade da história e da atuação de Deus no Mundo.

O livro de Atos continua, somos o seu capítulo 29, a igreja viva e gloriosa. O povo escolhido, nação santa e ativa na terra para que a vontade do Senhor seja cumprida em nós e através de nós.
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