Todo nós precisamos de alguma orientação na vida em relação
as questões básicas sobre: o que crer e o que fazer. O que cremos define o
conjunto de verdades que aceitamos como nosso guia para a vida, o conjunto de
conceitos, princípios e valores que nos servem de orientação. Esse conjunto
forma uma maneira de pensar e estabelece um padrão para nossas decisões e
acções. O que fazer em cada momento da vida vai depender em boa parte do que
cremos mas faz parte também do nosso padrão mental.
Vivemos uma batalha por nossas mentes, pelo que cremos e
fazemos. A TV, a rádio, os jornais e revistas, a media em geral, a internet,
todos se juntam para nos dizer o que fazer e o que crer. Programas de TV tentam ditar as regras para nossas vidas nos dizendo o que
é verdade (logo o que devemos crer) e como devemos viver (logo o que devemos fazer).
Há lições tão elaboradas como as que procuram nos indicar uma filosofia de vida
até as mais simples que procuram nos mostrar o que comer, como nos exercitar, o
que ler e como pensar. Há desde reportagens de fundo e editoriais de jornais,
entrevistas a doutores e autoridades famosas até as dicas de psicologia barata
ou o horóscopo do dia. Parece que todos querem nos dar direcção e a competição
é grande. Mas onde está a verdade? Onde temos a certeza? Onde basear nossa fé e
nossa ética?
Devemos perceber que essa luta não é recente. Ela começou há
muito tempo num belo jardim quando Deus deu ao homem a sua Palavra para que
fosse sua direcção e garantisse a vida plena que o Criador desejava para a
criatura. A Palavra de Deus então, era dada directamente ao homem a cada dia, em
perfeita comunhão. Surgiu porém outro ser, maligno e manhoso, que sugeriu
outras verdades, outra forma de vida, uma alternativa aliciante e aparentemente
mais animada e divertida. E o homem, o pai da humanidade, aceitou as propostas e assim se
separou de Deus para desgraça sua, da humanidade e da criação. O pecado do
homem foi de desobediência da ordem de Deus, mas teve a ver com o rejeitar da
palavra de Deus como base última para a vida humana.
Mas o Senhor não deixou o homem sem direcção. Sua palavra
não foi perdida de modo irremediável. Ele a fez chegar ao homem por meio de
escritores que a compilaram e por fim por meio da encarnação da palavra em
Jesus que foi a Palavra entre nós, a palavra viva e trazendo vida, a palavra em
forma de gente vivendo e mostrando como viver, morrendo mas ressuscitando para
nos garantir a volta a vida com Deus. A conclusão daquele que conhece o Senhor
e a sua Palavra é a do salmista:
" A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.
O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos." Salmos 19:7-11
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos.
O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos." Salmos 19:7-11
Logo, temos a palavra
de Deus em confronto com o mundo e temos que fazer a escolha: qual delas
seguiremos? Não podemos seguir a ambas. Ou seguimos a palavra de Deus como base
para a vida, como nossa verdade, ou seguimos as mensagens sempre em mudança que
o mundo oferece.
E onde temos a palavra de Deus? Esta questão pode parecer
sem sentido para crentes numa igreja evangélica, mas há pelo menos três grupos significativos que não aceitarão essa noção facilmente. Um segmento faz parte mesmo do
que se designa por cristandade, os outros serão avessos a Cristo. Por um lado, temos
os católicos, que vêem como Palavra de Deus a Bíblia, mas também a tradição e as
palavras infalíveis dos Papas. Por outro lado, todas as religiões que alegam ter
outra revelação que julgam ser palavra de Deus como o Corão muçulmano, por
exemplo. E ainda outro grupo de ateus e agnósticos que negarão valor a Bíblia
que classificarão como apenas um livro antigo repleto de mitos e lendas e
histórias inaceitáveis para a mente moderna, cheio de falhas e que não é digno
de confiança. O que responderemos?
Comecemos pelos ateus e outras religiões. Apesar de dizerem
coisas diferentes podem receber uma mesma resposta que servirá para combater as suas alegações em conjunto.
A Bíblia suporta os mais rigorosos testes que lhe
façam. Mostra assim sua veracidade (em relação aos cépticos) e sua superioridade
(em relação a outras religiões). Nenhum livro foi tão atacado como a Bíblia.
Nenhum livro foi tão combatido e acusado, desprezado e desrespeitado, agredido
e vasculhado e, no entanto, permaneceu o mais valioso de todos. Durante séculos
tentaram acabar com a Bíblia queimando-a em praça pública, fazendo com que
fosse crime tê-la ou lê-la e ainda hoje é proibida em dezenas de países. Mas a
Bíblia resistiu!
A Palavra de Deus é um conjunto de 66 livros únicos. E
Apesar de muitos “doutores” a combaterem vai se revelando cada vez mais
correta. Quanto mais o tempo passa e mais estudos e achados são feitos, mais a
Bíblia se mostra a verdade total. Muito do que foi dito para a combater e
ridicularizar foi aceito por falta de provas contrárias mas que com o tempo
acabaram por ser encontradas. A arqueologia, o estudo de textos antigos, a
história, tudo tem contribuído para nos mostrar um material único.
Alguns
tentam em desespero negar o seu valor, criticar suas traduções, culpar seus
copistas, inventar contradições ou apresentar textos concorrentes (evangelhos
apócrifos por exemplo). Tentativas vãs. Nenhum texto antigo tem tantas cópias e
tão próximas do original como os livros da Bíblia tanto do AT como do NT e as
provas só escapam aos desinteressados e mal-intencionados. Os cépticos
continuarão a desconfiar e injuriar, mas para sua própria condenação, porque se
apresentando como mentes científicas, na verdade não querem admitir as evidências
que lhes são contrárias, o que é uma forma muito pouco científica de pensar.
Um conjunto de 40 homens, vivendo em terras tão distantes,
pertencendo a classes sociais distintas e extremas (pescadores e agricultores, Reis e mestres), escrevendo em línguas diferentes, vivendo com até mil anos de
distância entre si, produz uma obra completa, coerente, com uma linha única,
com começo e fim, com alvos e finalidades claros.
Como seria isso possível? Só
se houvesse um autor comum e é isso que acontece com a Bíblia. O autor é Deus e
isso se evidencia pelas páginas de toda a Escritura. Essa é sua superioridade
clara sobre toda outra obra religiosa que não tem qualquer semelhança ou
proximidade. Nenhum outro livro religioso se aproxima da clareza e da maravilha
da Bíblia em seu conjunto. Uma avaliação séria e imparcial sempre o mostrará.
Em relação à Igreja Romana, somos devedores à Reforma
protestante que nos trouxe o princípio de Sola Scriptura (Só a Escritura). Foi
uma das pedras de toque de Lutero. Rejeitando as tradições humanas, os escritos
valiosos, mas de claro carácter falível e as afirmações papais sujeitas à politica e lutas regionais, e certamente sujeitas a falhas, Lutero se cingiu a
escritura e determinou que a Igreja usasse apenas a Bíblia para seu padrão.
Como herdeiros da reforma defendemos e a Bíblia é nossa única regra de fé e
prática.
Isso significa que A Palavra de Deus, a Bíblia é nossa única
bússola na vida. Nela encontramos os artigos que regem nossa fé e as grandes
respostas para a vida como:
· Quem Somos?
·
De onde viemos?
·
O que fazemos neste mundo?
·
O que levou o mundo a se
deteriorar tanto?
·
Como solucionar essa
questão?
·
Quem é Deus?
·
Como podemos conhece-lo?
·
Como podemos andar com
Deus?
·
Como devemos viver nossa
vida?
·
Como podemos nos relacionar
com os outros?
E a Palavra continua a mostrar como deve ser a vida de trabalho,
de negócios, de vizinhança, de casamento, de família e tudo Mais ela é um
manancial inesgotável de sabedoria para a Vida dado pelo próprio Criador para
nossa orientação e guia e para nos levar a uma Vida mais próxima daquela para a
qual fomos criados. Tendo isso em mente e tendo a Bíblia em nossas mãos e em
nossa língua de forma livre e quase gratuita devemos:
·
Ler a Palavra (devocional
diário)
·
Ouvir a Palavra (CD’s de
áudio, mensagens gravadas, cultos)
·
Meditar na Palavra (a
partir do que lemos e ouvimos)
·
Estudar a Palavra (para
melhor a conhecer)
·
Decorar a Palavra (para
tê-la disponível na mente para as ocasiões diversas)
·
Usar a Palavra (Na prática
e na conversação)
Um testemunho que me tocou foi o de um colega
missionário presbiteriano Ronaldo Lidório, que trabalhou no Gana. Ele traduziu a Bíblia para
um dos dialectos do povo Konkomba. Antes porém, do trabalho pronto, havia apenas
alguns textos traduzidos e os líderes das igrejas nas aldeias vinham periodicamente para a aldeia onde vivia o missionário. Ali recebiam ensino
para levar às aldeias e assim aprendiam 13 versos de cor para levar a seu povo.
Certa feita, uma senhora idosa estava entre os discipulados. Ela viera de uma
aldeia que ficava há vários dias de viagem a pé. Após o treinamento ela seguiu
em direcção à sua casa. Na segunda manhã, depois de acordar percebeu que
esquecera um dos versículos. Sem hesitar, ela voltou dois dias a pé para a
aldeia do obreiro. Ali a receberam com surpresa: “O que aconteceu irmã?” Sua
resposta tranquila, apesar de cansada foi: “A palavra de Deus é preciosa demais
para ficar perdida no caminho”. Sola Scriptura!
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