Filhos de Missionários: Cidadãos do Mundo

Hoje meu filho retornou de um acampamento evangélico. Ele amou todas as actividades. Durante seus 16 anos só havia participado de um acampamento no Brasil, da nossa Igreja  Batista de Campo Grande. Foi tão bom ver seu entusiasmo e principalmente conhecer outros jovens, de diversas nacionalidades, que passam pelos mesmos problemas e dilemas, como a dificuldade de falar de Cristo para um colega aqui na Europa, que é tão cética e secularista. Sentiu que não estava sozinho como um jovem crente que deseja realmente fazer a vontade de Deus.

Todas as suas expressões me fizeram agradecer a Deus por nos ter chamado para Missões. Não estou a falar de todas as vezes que ficamos sem água, das noites passadas à luz de velas nem da dificuldade para encontrar alimentos na longínqua Bafatá, mas louvo a Deus porque meus filhos se sentem à vontade com pessoas de várias nacionalidades.

No liceu Gabriel convive e é bem querido por vários grupos: guineenses, portugueses ( pois nasceu nos Açores), ucranianos ( pois parece mesmo russinho) e brasileiros. Quando entra na escola conversa em várias línguas e sente-se bem com isto.  Sem problemas!

Minha filha sente-se à vontade na escola, mesmo sendo uma mistura de Barbie com a Polly brinca e dança com suas colegas de turma da Guiné, Cabo Verde e Angola. Tem amigas brasileiras, portuguesas e romenas e brincam de maneira multicultural, cada qual ensinando sua versão do mesmo jogo.

Creio que no céu será assim, enganam-se aqueles que pensam que na glória haverá compartimentos estanques para as raças e as denominações.  Muitos crentes vão se surpreender, pois o Senhor será louvado em todas as línguas.

Dou graças a Deus e me emociono quando lembro que o Cordeiro será louvado em Fula também,  pois cantaremos juntos com nossos irmãos Fulas e Mandingas da Guiné, graças também  à nossa pequena contribuição em Bafatá.

Uma vez, Gabriel com 5 anos perguntou-me porque Deus havia criado pessoas com tantas cores: ele era cor de rosa, mamãe cor de creme, Tia Edna cor de caramelo, o irmão Demba cor de chocolate e seu melhor amigo era bem negro, como carvão.  Respondi que Deus amava a criatividade e, com certeza, conheceríamos pessoas com muito mais cores.  Terminou com outra pegunta:
_ Tem alguma pessoa azul? 
Quem sabe? E estas também precisam ouvir do Senhor e estão a colorir nosso mundo.
Que o Senhor nos faça cada vez mais unidos, nos preparando para o porvir.

Contribuição de Ida Venturini

3 comentários:

Liana disse...

Lindo demais! Fui lendo e imaginando a adolescência de meus filhos, uma dupla de "Gs" Guilherme e Gustavo... Como compartilharão do amor do Senhor, como viverão bem na presença de Deus neste mundo tão sórdido... Oro intensamente para que sejam sal e luz, sempre! Espero ter alegrias como a sua pr. Joed!

Dinê Lóta disse...

Você me fez voltar no tempo!
Deus nos abençoe como filhos de missionários!

Joed Venturini disse...

Realmente as experiências de filhos de missionários são únicas, até mesmo empresas multinacionais nos E.U.A. procuram esta característica pois acreditam que filhos de missionários se adaptam melhor a novos locais. Brevemente compatilharemos mais experiências.

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