Feliz Natal


Feliz Natal! Mas, que Natal?

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Se há uma coisa fácil de perceber no mundo ocidental, neste momento, é que há algo diferente a acontecer. É Natal! As ruas e as montras estão iluminadas. Há uma corrida excepcional às compras e as lojas estão a abarrotar. A palavra se ouve por todo lado: Natal! Mas, afinal o que é isso de Natal? Com tanta publicidade e propaganda deveria ser fácil entender o que é. Mas, se olharmos bem, fica mesmo muito difícil entender o que é Natal ou porque é celebrado.
Imagine que um extraterrestre chegasse hoje à terra. Entre as suas muitas capacidades está a de se misturar com a população com aspecto humano e aprender nossa língua em tempo recorde. Ele olha à volta e parte do princípio que o que vê é normal. Ouve a palavra Natal e tenta perceber o que será. Com acesso a Internet, TV e outros meios de comunicação ele avalia o que será isso de Natal e chega a algumas conclusões. O que ele interpretaria como natal?

Concluiria que natal é uma festa sobretudo familiar. É tempo de dar e receber prendas. É tempo de grandes, fartas e, por vezes, exageradas refeições, com muita comida, muitos doces e bebidas espirituosas. É tempo de enfeitar as ruas e as casas com luzes e muitos enfeites coloridos. É tempo de férias da escola e animação das crianças. É também tempo de frio e neve, renas e árvores enfeitadas. Há um personagem central que é um velhinho vestido de vermelho que conduz um carro puxado por renas nos céus. O E.T gosta sobretudo dessa parte. Quer saber de onde o velhote tirou a tecnologia para tal, como reabastece as renas, e como suporta a pressão atmosférica em altitude…
As conclusões são boas com base no que existe na média. Mas a pergunta permanece: afinal o que é Natal? Porque é uma celebração quase mundial? Porque as pessoas dão presentes? Porque as luzes? Porque frio? Porque vermelho? E podemos começar pelo básico. A palavra Natal. E verificamos que natal é relacionado com nascimento, aniversário. Os dicionários falam de lugar ou data de nascimento. Mas isso é generalizado. Este natal que se celebra será então aniversário, mas de quem? Pelos média fica difícil descobrir. O nome em inglês ajuda um pouco mais: Christmas. E aqui, já chegamos perto da origem da festa. Afinal, Natal é aniversário de Cristo. Celebração do nascimento de Jesus Cristo.

Novamente a imaginação entra em ação. Imagine que é o seu aniversário. Chega em casa para descobrir que está tudo decorado e iluminado e fica entusiasmado. Percebe que há agitação e uma refeição especial sendo preparada. Tudo bate certo! Vão celebrar seu aniversário. Mas, na hora marcada começam a chegar familiares e amigos e a casa de enche de gente. Você está radiante! Tanta gente lembrou. Que maravilha! A refeição é servida, há alegria no ar e todos estão felizes. Mas há algo errado. Ninguém de si, ou mesmo consigo. O aniversário é seu, mas ninguém o menciona ou faz qualquer relação e na hora das prendas todos trocam presentes com muita animação, mas não há nem um sequer para o aniversariante ou mesmo um bolo, ou uma simples canção. Afinal, que gente estranha e egoísta. Aproveitam o seu aniversário para fazer festa e trocar presentes sem sequer lembrar que é por sua causa que estão a se juntar.

É isso que acontece com o natal ocidental. Pouco ou nada sabem sobre a sua real razão. Se Jesus é o aniversariante, porque trocamos presentes? Deveriam ser para Ele. Enfeitar a casa para que? Ele vai ser honrado com isso? Comer demais e beber a propósito de que? Se Ele nem está presente? Porque neve e renas se Jesus nasceu no médio oriente num tempo obviamente de calor? (de outros os pastores não estariam nos campos) de onde surge este velhote de vermelho que rouba a cena? Ainda por cima de vermelho? Na neve de vermelho? 

Percebemos que o famoso Pai Natal é muito mais uma desculpa para nos darmos prendas do que outra coisa. Ele veste-se de vermelho por causa de uma campanha da Coca-Cola mas, na verdade, natal não tem nada a ver com vermelho. Natal é Jesus. Celebração de seu nascimento. Mas, porque deveríamos celebrar seu nascimento?
A pergunta é totalmente legítima. Porque celebraríamos o nascimento do filho de uma camponesa israelita há 2 mil anos, numa aldeia da Judeia sob ocupação romana? Ainda por cima uma camponesa pobre que dá a luz numa estrebaria? Ainda por cima um nascimento que vem manchado por dúvidas porque ela teoricamente engravidou sendo virgem? Porque isso seria digno de festa mundial? Porque é Jesus e Jesus é Emanuel. Emanuel é Deus connosco e aqui começamos a chegar perto do significado do Natal. 

Nenhum povo da antiguidade pensava na possibilidade de andar com Deus, nem mesmo os judeus. A passagem dos deuses na terra era algo comum nos relatos greco-romanos e pagãos, mas era, em geral, algo a evitar. Os deuses não vinham à terra para coisas boas. Eles viviam em bem-aventurança exactamente porque não precisavam se rebaixar à vida humana e seus problemas. Quando vinham à terra era para punir, castigar, avaliar ou ocasionalmente aproveitar algo de bom, como ter prazer com uma mulher de rara beleza. Nada de bom resultava da visita dos deuses à terra e quando isso acontecia era por períodos bem curtos. Ninguém estava a contar com a presença dos deuses, e a maioria dos sacrifícios era para os apaziguar e os manter à distância.

Logo, a ideia de Deus vir habitar entre os homens, como homem, era algo novo, inédito, nunca pensado ou visto e nem mesmo imaginado. Os judeus esperavam o Messias, mas não imaginavam que Ele fosse o próprio Deus a vir viver com os homens. Os discípulos de Jesus precisaram da ressurreição para entender isso.
Ora, Natal é isso – Deus vindo habitar entre os homens e a sua descrição simples é impressionante. Uma mera palavra expressa o inimaginável – Deus com os homens, Deus connosco. A palavra Immanuel, é hebraica, surge na profecia de Isaías 7:14 e é aplicada por Mateus a Jesus. O Senhor nunca foi chamado por esse nome. Esse é um de seus títulos. Mais que um nome, é a explicação de quem Ele era e o que vinha fazer.

Em termos puramente gramaticais a palavra é formada por duas. El, é um dos muitos nomes de Deus no AT, o mais usado e mais comum, que fala de senhorio, soberania, superioridade, grandeza, reino. EL é Deus supremo, rei sobre tudo e todos. Aquele que é exaltado e elevado acima de toda a criação. Este nome aparece em muitos nomes de origem hebraica que usamos como Samuel, Joel, Gabriel. Immanu tem um significado riquíssimo. Fala sobre estar, continuar, perseverar com alguém, estar junto, fazer companhia, estabelecer amizade, estar lado a lado, ser parceiro, apoiar, ajudar, corresponder. E no meio de tantos significados maravilhosos queremos meditar brevemente em 3 deles e seu valor para Nós porque é o real sentido do Natal. 

Deus Connosco é proximidade, presença – Ele veio!
Eis algo difícil de imaginar. Como é que o Deus soberano, transcendente, criador de tudo, sustentador de tudo, existindo em plena auto existência, sem necessidade de nada, vivendo eternamente em espírito, acima e fora do tempo e do espaço. Veio habitar como um de nós neste pedacinho de mundo no infinito universo? Mas é o que a Bíblia diz. A doutrina milagrosa da encarnação. Não havia nada de atractivo neste mundo, mas também, não havia outro modo de lidar com a dificuldade do homem, seu pecado, sua solidão. Era preciso Deus mesmo vir e se auto limitar para estar com suas criaturas, como se fosse meramente uma delas e Ele fez isso por amor. Pensar na grandeza deste gesto é suficiente para nos manter ocupados por uma vida inteira. Não conseguimos abarcar o significado dessa verdade e nem suas implicações todas porque não conseguimos entender plenamente quem Deus é. Natal é Ele vindo. Fazendo o inimaginável para estar aqui e habitar connosco.

Deus Connosco é amizade, ajuda, apoio, lado a lado – Ele está!
O Senhor poderia ter vindo e, como os outros deuses da mitologia, ficado à parte, usufruindo de sua superioridade para obter o que pudesse ter valor e seguir caminho. Mas Jesus veio habitar entre nós é o fez por 33 anos. Nascendo como um bebé e passando por todos os estágios da vida humana, conhecendo de dentro todos os nossos dramas e lutas, fraquezas e dificuldades. Ele não só veio, ele ficou, ele andou connosco e ao ler de sua vida aqui sentimos sua proximidade. Quando ele ensinou como fez foi porque estava totalmente contextualizado entre nós. Ele era um israelita, da Galileia, de classe baixa, trabalhador braçal, cumpridor das leis, pagador de impostos, limitado no tempo e no espaço, para andar ao nosso lado.

Deus connosco é Deus ao nosso lado em casa, no trabalho, no lazer, nas lutas e tristezas, nas alegrias e vitórias, nos momentos bons e maus, nas festas e nos velórios. Ele veio e ficou ao lado do homem e da humanidade. Veio por causa do nosso pecado e da nossa solidão para que o pecado fosse vencido e a solidão nunca mais sentida. Ele veio e está aqui connosco!

Deus Connosco é permanência, eterna – Ele fica!
O Senhor não só veio e esteve ao nosso lado, Ele ficou para sempre com aquele que o busca e recebe. Essa foi a promessa final. Se por um lado o seu corpo físico subia aos céus, Ele deixou sua presença espiritual marcante a maravilhosa para todo sempre: eis que estou convosco até a consumação dos séculos. O evangelho de Mateus começa com Ele vindo e termina com Ele ficando. Nesse sentido ele não foi embora. Podemos não vê-lo como os discípulos na Galileia, mas Ele está aqui e permanece connosco. Natal é isso também e, por isso, para o crente, Natal é todos os dias, porque todos os dias é Immanuel. 

O que nos impede de perceber e viver Deus Connosco? Nós mesmos, nossos pecados que fazem separação entre nós e Deus. O que nos livra dessa situação? Sua cruz. Ele veio para isso mesmo. A festa angelical que começou em Belém, teve seu clímax no domingo da ressurreição. A vitória consumada, o pecado vencido, a morte derrotada, a salvação garantida. Deus connosco significa Ele vindo, estando e ficando, mas necessita de uma resposta nossa. Não há meio termo. Negligenciar ou ignorar a proposta é o mesmo que negá-la.  Natal só acontece quando abrimos nossas vidas a Ele. Só será Deus connosco se nós também estivermos com Ele. Esta é mensagem e o apelo maravilhoso do Natal. Esta celebração merece todo nosso entusiasmo. Se há algo que devemos festejar é Deus vindo para nos salvar. Desfrutemos dessa salvação e dessa comunhão porque não há nada mais valioso nesta vida. Feliz Natal com Jesus!

Um comentário:

Guilhermina Correia disse...

FELIZ NATAL COM JESUS !!! AMÉN.

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