Já ouviu falar em Wang Jingwei? E que tal Widkun Quisling? Ou talvez Benedict Arnold? Ora, esses nomes são famosos em suas terras. Fama merecida, pouco agradável, porém marcante. São todos nomes de homens que trabalharam muito... mas para o inimigo. Jingwei foi um chinês que apoiou as tropas japonesas na conquista de uma província de sua terra; Quisling ajudou as tropas nazistas a conquistar seu país: a Noruega; Arnold foi um general americano que passou-se para o lado dos Ingleses em plena guerra da independência americana. Nomes que vivem associados a traição e infâmia.
Jesus, em uma de suas parábolas (Mateus 13:24 a 30) falou também de algo parecido. Na seara do mestre há aqueles que semeiam a boa semente, mas há também os que semeiam o joio e desse modo trabalham para o inimigo. Há várias maneiras de sermos encontrados trabalhando para o lado errado. Pensemos em algumas:
1) Criando Filhos para o Mundo
Um dos casos mais conhecidos da Bíblia sobre esse tema é o de Eli. Juiz de Israel e sacerdote principal. Não soube criar seus filhos. Eles se tornaram tropeço para o povo, desrespeitando o culto e por fim foram mortos numa batalha que marcou a perda da arca do concerto e a morte de seu pai (I Samuel 2:12 a 17; 4:19 a 22). Foi um momento de vergonha nacional. Eli trabalhou muito... para o outro lado.
Nossos filhos são bênção especial de Deus. Mas a responsabilidade de criá-los nos caminhos de Deus é em primeiro lugar nossa, não da igreja, não da EBD, não de alguma organização para-eclesiástica. Infelizmente muitos crentes são achados criando seus filhos segundo padrões do mundo, permitindo que cresçam longe de Deus. Não os levam a oração, não praticam o culto doméstico, não lhes leem a Bíblia, não acompanham suas atividades na internet e seus programas de TV. Permitem que o mal se insinue até o ponto de dominar. Quando isso acontece criamos nossos filhos para o mundo; trabalhamos para o inimigo...
2) Investindo em Coisas
A orientação de Jesus foi bastante clara em Mateus 6:19 a 34. Se nos deixamos dominar pela ansiedade com as coisas terrenas e investimos apenas neste mundo estamos desperdiçando a vida. Aqui a traça come e a ferrugem corrompe. Um bem material pode ser bênção, mas também pode desviar o coração de tal modo que afasta o homem de Deus. Conheço muitos crentes que eram fiéis enquanto pobres. Quando a prosperidade chegou foram deixando o Senhor pouco a pouco. Nesses casos, a prosperidade foi maldição e não bênção.
Nossos bens são nossos para investir. Temos o privilégio de investir no reino de Deus e desse modo trabalhar para a eternidade. Quando concentramos nossas vidas apenas na aquisição de coisas deste mundo perdemos nosso investimento e corremos o grande risco de sermos encontrados trabalhando para o inimigo...
3) Usando os lábios para maldizer
Em meio a um grande avivamento em Jerusalém, com dezenas de conversões diárias, os apóstolos foram desviados da obra pela maledicência (Atos 6:1 e 2). A murmuração, o falar mal e a crítica destrutiva trouxeram uma crise que ameaçou paralisar a igreja. Foi preciso encontrar uma solução rápida na criação do diaconato para libertar os apóstolos. Aqueles que murmuraram trabalharam muito... para o inimigo!
A Bíblia diz que o nosso adversário é o acusador, o blasfemador, aquele que faz da maledicência uma arte, que critica incessantemente. Quando nos deixamos levar por isso, quando nossos lábios são usados para maldizer, criticar, murmurar e derrubar estamos trabalhando para o mal. É por isso que antes de falar deveríamos sempre nos perguntar: porque vou falar? Que proveito há nisso? Edifica? Enaltece? Servirá para o crescimento? Pode ser considerado prova de amor verdadeiro? Senão, é melhor ficar calado!
4) Servindo de pedra de tropeço
Essa era a especialidade dos fariseus. Não entravam no reino e não deixavam entrar. Jesus os advertiu severamente. O Mestre referiu que os tropeços e escândalos surgem inevitavelmente mas lançou um ai para aqueles que servem de pedra de tropeço (Mateus 18:6 a 9).
Somos chamados a ser bênção, a dar testemunho, a ganhar e não a fechar a porta. Cada vez que nossa hipocrisia, nossa falta de amor, nosso legalismo, nossas exigências rituais afastam alguém do evangelho estamos trabalhando para o inimigo. Devemos viver de tal modo que ninguém possa vir a dizer que por nossa causa não entrou no reino. Mesmo sabendo que essa desculpa não será válida, certamente é nosso dever evitá-la.
Conclusão:
Assusta-me o facto de poder ser encontrado trabalhando para o inimigo. Ele é subtil, astuto e nem sempre mostra as garras. De forma sub-reptícia se infiltra em nossos sistemas de vida, atua em nossa maneira de pensar e por meio de muitos instrumentos deste mundo vai nos levando a trabalhar para ele mesmo sem querermos. O custo de evitar isso é a vigilância. "Vigiai e orai", eis o alerta bíblico. O diabo é como leão que anda ao redor. Sejamos então sábios e fujamos do trabalho para o adversário. Criemos filhos para a Glória de Deus, Invistamos nossos bens na causa do evangelho, usemos nossos lábios para bendizer e ganhar e seremos encontrados trabalhando para o verdadeiro Senhor Eterno.
Um comentário:
Ótima mensagem para nosso dias, pois tenho percebido em minha vida como é importante estarmos alertas para levar nossos filhos a Deus. O inimigo está sempre levantando "poeiras" para nos destrair... Louvado seja o Nome do Senhor!
Postar um comentário