Vivemos uma verdadeira febre de super-heróis. Ressuscitaram o Super-homem, fizeram então uma série de filmes com Hulk, Homem de Ferro, O Flash, Batman, Homem Aranha, Thor, Conan e Demolidor (que me lembre agora). De repente eles passaram a ser a elite de Hollywood e já se fala num filme com todos eles juntos. E o que isso nos diz sobre o mundo em que vivemos? Pensemos brevemente neles.
Os super-heróis são uma forma mágica de escape da vida real e dura, do trabalho quotidiano e do esforço contínuo para vencer na vida. Os super são uma fuga. Eles são em geral fracotes que se tornam heróis, e todos gostamos dessas histórias. Sua transformação porém é milagrosa e instantânea. Seja um choque radioativo, uma experiência científica meio falhada, a visita de um alienígena ou a picada de uma aranha, tanto faz, o garoto é um derrotado num momento e no seguinte esta pronto a vencer o mundo inteiro de vilania.Os super-heróis fazem tudo no superlativo. A força, agilidade, pontaria e visão são sempre extraordinárias ou então seus brinquedinhos são capazes de torná-los ultraespeciais. Nada de trabalho disciplinado, nada de perseverança para alcançar os alvos propostos. Tudo num estalar de dedos. A fantasia suprema! Tornar-se um semideus no proferir de uma fórmula mágica.
Mas é interessante notar também que os super têm seus problemas. Apesar de terem se tornado o padrão de todo homem e o sonho de cada mulher, eles vivem em crise. Identidades secretas, pontos fracos (que podem ser uma simples pedra verde) e uma enorme e constante dificuldade nos relacionamentos. Era como se o próprio mito se autodestruísse. Os super não sabem conviver. Eles chegam, resolvem os problemas dos outros de modo rápido e indolor e desaparecem para suas crises solitárias pessoais. Quando mais íntima a relação, mais os super se dão mal. É por isso que não casam. Onde já se viu um super casado, lavando a louça ou trocando fralda? Estragaria todo o charme, toda a publicidade.A predileção pelos super-heróis atuais nos fala de um mundo deprimido e cansado do ordinário que sonha com uma vida melhor que venha por obra de algo mágico e que o torne super vencedor. Um mundo que deseja soluções rápidas, comprimidos de felicidade, pílulas de sabedoria, cápsulas de prazer que o faça fugir da disciplina necessária e dos relacionamentos difíceis. As pessoas querem ir ao cinema e esquecer a vida diária, a dívida da casa, a doença do filho, os testes da escola, a incapacidade de ser aquilo que desejavam ser.
O que a Bíblia diz sobre isso? Vaidade! Tudo isso é vaidade e engano! Parece que por trás disso tudo podemos ouvir a vozinha da serpente a segredar: “sereis como deus...” E a resposta Divina é Vida! Relacionamento! Convívio diário, disciplina que faz crescer, aceitação grata das bênçãos pontuais, um aprendizado de vida que nos leva a paz e comunhão com o Criador. Os verdadeiros heróis nunca surgem instantaneamente. As verdadeiras soluções nunca brotam do chão. Os relacionamentos que duram e tornam a vida digna de ser vivida são feitos de pequenas palavras e gestos que tomam proporção especial com o tempo e a prática. Essa vida é real e pode ser maravilhosa. Não anda na velocidade da luz, não quebra rochas com os punhos, mas faz vibrar os corações e transforma destinos!
Um comentário:
É como já dizia Salomão “tudo é vaidade.”(ecl.1:9) e “nada há de novo debaixo do sol” (ecl. 1:9). -- No panteon olímpico dos deuses gregos ou nos roteiros de Hollywood. A tecnologia e computação gráfica propiciam a representação dos velhos mitos com efeitos hiper realistas, mas as histórias e os problemas existenciais do homem continuam os mesmos... Vendo por esse ângulo concordo plenamente com o texto, mas eu não tenho preconceito contra o gênero dos quadrinhos nem suas versões cinematográficas, como forma de entretenimento, desde que apreciados com a visão correta.... para outras questões, fico com a minha fé.
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