Candidatos a Discípulos

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Visitar Roma foi uma oportunidade especial que me foi dada num congresso médico. Ver as antigas ruas e monumentos e conhecer o ambiente daquela que foi a capital do mundo é sempre marcante sobretudo para quem ama história. Na visita estava incluída uma passagem pela praça de São Pedro e a sua famosa catedral. Na saída paramos junto de muitas lojas de lembranças apinhadas de turistas. As lembranças eram sobretudo de cunho religioso, mas não me interessavam. No entanto, entrei na loja apenas para acompanhar meus companheiros. Um dos médicos da nossa comitiva parou junto a um conjunto de cruzes muito bonitas e coloridas. Olhou para duas delas, verificou os preços e então comentou com a esposa: “quero uma cruz mais barata…”. E a frase dele me chegou como uma bomba e me acompanha até hoje. Quero uma cruz mais barata parece ser o mote de milhões de cristãos no mundo de hoje. Por isso há tantos que se apresentam como “não praticantes”. Mas, será isso possível? Será que pode haver não praticantes nas fileiras de seguidores de Jesus? O que ele teria a dizer sobre isso? E temos o texto certo para responder:

Lucas 9: 57 a 62
E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.
E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.

E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.
E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.
Lucas 9:57-62
E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.
E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.
Lucas 9:57-62
E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.
E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.
Lucas 9:57-62
Este é um texto de caminho como muitos de Jesus. Quando lemos os evangelhos parece que Jesus estava sempre em movimento e poucas vezes parado. Ele não parava muito tempo em lugar nenhum, sempre à procura de um novo auditório ou gente para abençoar e os discípulos atrás dele. Aqui o vemos novamente a caminho da Judeia e encontramos 3 personagens nessa parte da viagem. Podemos chama-los de candidatos a discípulos.
Temos muito que aprender com o que se passou com eles:

1º Candidato: o entusiasta
O texto em Lucas não diz mas pelo relato de Mateus sabemos que este era um escriba. Algo notável. Os escribas como grupo eram contrários a Jesus. Eles eram em geral mestres, rabis e viam Jesus como concorrência. Além disso eles eram seguidores estritos da lei que viam em Jesus um radical que desprezava a lei curando o sábado e comendo com as mãos por lavar. Mas este escriba vence a pressão de grupo (já por si digno de nota) e se apresenta voluntariamente ao Senhor cheio de entusiasmo com uma afirmação que parece notável. Olhamos para sua afirmação e parece tudo o que Jesus poderia desejar. O mestre acaba de passar por Samaria e de ser rejeitado lá. Ele tentara hospedagem numa aldeia samaritana, mas fora rejeitado. E vindo dessa experiência, receber um escriba entusiasmado parecia ser o remédio certo.

O homem parece convicto. Sua afirmação é impressionante. Mateus diz que ele se dirigiu a Jesus chamando-o de Rabi. No texto de Lucas não há designação dada a Jesus, mas fica implícita a aceitação dele com mestre. As versões que colocam o homem e chamar Jesus de Senhor não estão de acordo com os textos mais aceitos. Na verdade ele vem a Jesus com a declaração que está pronto para ser seu seguidor, seu discípulo, por onde quer que Jesus vá. Ele parece muito convencido sobre o valor de Jesus ou não teria rompido a barreira de seu grupo. Ele parece também convicto de sua devoção visto que se ostra disposto ao que Jesus desejar. Irá com ele a qualquer lugar. O que poderia o Senhor fazer se não aceitar com alegria? E, no entanto, a resposta de Jesus parece estranha… como quase sempre…

Jesus fala de raposas e aves do céu. Certamente animais fáceis de ver na região sobretudo nos caminhos. Mas o que quer ele dizer com isso? Porque rejeitar o entusiasmo do escriba? Que tipo de resposta é essa? Ora Jesus conhecia os corações e ele viu o interior deste homem. Era entusiasmo a mais e sem entendimento. Ele queria mas não sabia bem o que. Ele olhava para Jesus e via multidões, sucesso, curas, maravilhas, milagres e queria fazer parte de tudo isso. Ele entendeu que poderia se juntar a Jesus para usufruir de todas essas vantagens. Vamos sair por aí mestre e vai ser maravilhoso. Mas Jesus lhe dá uma resposta que parece perguntar: está preparado para o preço? Já avaliou o custo disto tudo? Será que já percebeu que ao lado de multidões e maravilhas há muita rejeição, muita animosidade e pouco conforto? Se o que você deseja é um festival de milagres e uma boa recepção a noite, veio ao mestre errado. Com Jesus não há conforto, não há repouso e o fim será uma cruz onde não havia mesmo lugar onde repousar a cabeça.

Jesus é profundamente honesto com o escriba. Mostra-lhe que para o seguir há um custo, há uma exigência e há um sacrifício. Não posso seguir a Cristo pensando em meu conforto, em meus investimentos, em meu bem estar. Se o seguir posso ter a certeza de nunca ficar a perder em nenhum sentido, mas p custo será alto. Será total. E porque seria diferente? Se Ele deu tudo por mim, se Ele fez tudo por mim, se Ele deixou tudo para a minha salvação, porque o custo de o seguir seria menor?... Não há cruzes baratas!

2º Candidato: o relutante
Então temos um segundo homem. Não sabemos do escriba mas me parece que a resposta de Jesus foi tipo balde de água fria que o assustou e levou a repensar seu chamado. Mas aqui temos uma história bem diferente. Este candidato não se apresenta a Jesus. É abordado pelo mestre. Deveria ser alguém que o seguia de algum modo. Já deveria ser conhecido ou então foi daqueles, como Mateus, que o Senhor viu e simplesmente chamou. As palavras de Jesus para ele são curtas e directas como foi no caso de outros discípulos chamados: Segue-me. Sem rodeios, sem discursos, sem apelações. Simplesmente segue-me. E que privilégio. Quantos discípulos Jesus chamou? Não eram 12 os apóstolos? Não deveria ter sido só 12? Como podia ele chamar outros? Quem seria esse homem que recebeu tal privilégio? E ficamos sem saber. Nem um nome temos pela simples razão de que ele não percebeu o que se passava.

A prova de que não percebeu foi sua resposta. E pode ser que achemos a resposta razoável. Na lei judaica o cuidado dos pais e dos funerais dos pais se sobrepunha a qualquer exigência religiosa. Alguns ao lerem isto ficam com a ideia de que o pai do homem acabara de morrer e por isso era só uma questão de ir fazer o funeral e voltar. Mas não deve ser esse o caso. A linguagem é oriental. O pai do homem nem devia estar doente. Não se tratava de uma urgência. O que ele disse a Jesus foi: “tenho que cuidar de outros interesses primeiro; há outras prioridades; quando meu pai morrer e eu tiver minha herança e a vida estiver resolvida então posso pensar em te seguir e terei alegria nisso.” O homem não entendeu o privilégio e nem a palavra de Jesus apesar de breve e a resposta vai explicar o que Jesus pensava disso.

O Senhor lhe responde: “Vivemos num mundo morto em relação a Deus; as pessoas vivem sem entender a razão de sua existência; tu tens tido a oportunidade de perceber onde está a vida real; tens tido o privilégio de conviver com o Senhor da vida; podes fazer parte da maior missão que existe, a de Deus, de restaurar a humanidade; portanto, deixa aqueles que não entendem a vida, que estão na verdade mortos, tratar dessas coisas, mas tu segue a ordem dada e anuncia a reino de Deus que não há nada mais valioso neste mundo”. Jesus não estava a negar a este homem a responsabilidade de enterrar seu pai. Estava era a mostrar-lhe que suas prioridades estavam trocadas e que segui-lo não era um hobbie para a velhice ou uma actividade paralela numa vida cheia de outros compromissos.

O que este homem falhou em perceber é que Jesus não lhe fez um convite. Não foi um apelo e muito menos uma sugestão. Foi uma ordem! E ELE tem todo o direito de o fazer. Só Ele tem esse direito. Deu sua vida para ter esse direito. Tem direito de criação e de salvação. E no entanto, nós como este 2º candidato, muitas vezes olhamos para as ordens de Jesus como meras sugestões. Como se seu comando fosse uma opinião ou um convite amigável. ELE é SENHOR! Ele não sugere, ordena. E segui-lo é seguir o Senhor e entender que sou servo e que minha vida só será bem vivida se for a seu serviço. E por não entender isso concluímos que este candidato também ficou pelo caminho. Não há cruzes baratas!

3º Candidato: o confuso
Ainda outro candidato se cruza com Jesus nesta viagem. E novamente um voluntário que aborda com aparente alegria. E este parece mais centrado, visto que chama a Jesus de Senhor. Não é tão descritivo como o 1º candidato e não parece tão entusiasta, porque junto com sua proposta lança logo uma condição. A situação aqui começa complicada porque este homem acha que pode seguir a Jesus colocando as suas condições. “À minha maneira”. Vou te seguir, mas há certos pontos que devem ficar bem claros. Vou ser teu discípulo, mas deves perceber que tenho minhas colocações. Quero ser teu seguidor, mas há alguns limites e coisas que devo fazer também…”. Ele quer seguir a Cristo, mas a família, os amigos e provavelmente outras coisas mais ainda tinham um lugar muito importante em sua vida. Ele queria Jesus mas não estava preparado para fazer dele sua prioridade. Nós que já vimos os outros 2 candidatos percebemos que isto não pode terminar bem.

O comentário de Jesus a este candidato fala sobre compromisso e prioridade. A ilustração é óbvia. Quem está a arar não pode se desconcentrar muito menos olhar para trás. Se o fizer vai estragar todo o trabalho. O que certamente aconteceu com este homem é que ele perdeu a oportunidade de seguir a Jesus. Com suas outras prioridades em mente ele vai deixar que o Senhor siga viagem e nunca mais terá a chance de o seguir e de ser seu discípulo. Para Jesus não havia como segui-lo e ainda manter outras agendas. Ele exigia a prioridade máxima. Não há cruzes baratas!

E, no entanto, não há como seguir a Jesus. Ele deu sua vida por nós. Ele nos ama com amor incondicional. Ele nos chama para uma caminhada de glória em glória cada vez mais perto de Deus e com a certeza da eternidade. Que mais poderíamos pedir? Seguir a Jesus é o começo do céu na terra mesmo com todas as dificuldades, mas exige compromisso, prioridade, desprendimento.


4 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito da maneira como o Pastor abordou o texto.Fui muito edificada! Um grande abraço para todos! Elaine Ovando

Paul disse...

Muito importante realmente o assunto da nossa prioridade.

Abracos Pastor Venturini

Paulo de Tarso Rangel Ribeiro

Joed Venturini disse...

Caro primo, agradeço as palavras de apoio. Missionária Elaine, ficamos gratos pelo incentivo e pelo abraço. Em Novembro teremos oportunidade de retribuir o abraço na Guiné, se Deus assim o permitir.

Paul disse...

Caro primo Pastor Venturini

A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o irmao e a sua igreja.


A partir de 16 de outubro proximo estarei servindo como pastor da Igreja Portuguesa Batista de Fall River (MA). Peco-lhe apoio de oracao para que o meu ministerio naquela igreja seja abencoado.

Paulo de Tarso Rangel Ribeiro

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