A parábola do Rico
insensato
(Lucas 12:13 a 21)
Ele tinha o que parecia ser uma vida de sonho! Era rico, famoso,
conhecido. Família bonita, esposa maravilhosa, filhos inteligentes, negócio
próspero. Investiu na bolsa de valores com esperteza e com a experiência de
anos no mercado. Suas ações quadruplicaram num ano e ele ficou ainda mais rico
e poderoso. Seu dia de trabalho era de 14 a 16 horas. Trabalhava até na hora de
dormir. Não tinha tempo para mais nada! Havia que aproveitar a onda favorável.
A bolsa podia mudar, os negócios podiam murchar. Teve alguns episódios de
taquicardia e uma passagem na urgência hospitalar, mas tudo foi deixado para
trás... Havia que usar toda essa nova riqueza para ganhar mais um pouco.
Ele avaliou bem o mercado, estudou as tendências, consultou
os especialistas e decidiu onde devia investir. Sabia que a nova empresa seria
um sucesso ainda maior. Sabia que teria algum trabalho extra por mais uns 4 ou
5 anos, mas depois poderia finalmente descansar, tirar um tempo, relaxar e ver
o mundo e quem sabe até lembrar da família. Decidiu tudo e planejou seu novo
empreendimento, seria um sucesso de arromba e o colocaria definitivamente no
topo...
Nessa noite teve um enfarte agudo do miocárdio e morreu às 3 da madrugada...
em seu funeral, tudo o que puderam dizer foi: foi um grande empresário...
Esta seria uma versão moderna da parábola de Jesus em Lucas
12. A história começa com um contexto próprio. Jesus é abordado por um homem no
meio da multidão. Um homem pede justiça. Aparentemente essa oração tem tudo
para dar certo. Mas Jesus a recusa? Porque? Não fora o mestre que ensinara a
pedir? Não era seu propósito trazer justiça? Não era costume da época que os
rabis, conhecedores da lei, servissem de juízes de causas menores e de
repartição de heranças? Porque Jesus recusa?
Jesus não nega o pedido por justiça. O que ele nega é a
ganância por trás do pedido. O que ele faz é usar de discernimento e notar que
há ali muito mais do que parecia. Um pedido de justiça pode abrigar vingança ou
cobiça. Uma oração piedosa pode abrigar orgulho ou malícia. Um discurso honrado
pode esconder vaidade e interesses próprios. Jesus discerne o coração. E as
palavras no original nos podem ajudar a entender. Ele pergunta: Quem me constituiu
repartidor entre vós? Jesus não veio para ser repartidor mas reconciliador.
Aquele homem queria a partilha para se separar definitivamente de seu irmão.
Jesus queria que vencesse a cobiça e se reconciliasse com o irmão. Conta então
a parábola.
É de notar que o homem da parábola já era rico. Ele não é
apresentado como incorreto ou corrupto. Sua riqueza parece honesta e sua
colheita pode até ser considerada bênção de Deus. A prosperidade do Senhor pode
não ser usada de modo certo. Este homem será um exemplo. Ele é abençoado
prodigamente, mais do que precisa (não será assim com todos nós, em certa
medida?).
Todo seu discurso é voltado para si mesmo e para seus bens. Ele
provavelmente, deveria ser casado, com família e conhecidos, mas não há o menor sinal de que
os tenha em conta em sua vida. Ele não conversa com ninguém a não ser consigo
mesmo. Não considera ninguém em seus planos a não ser ele mesmo e seus bens. A
vida é concentrada em si mesmo e no que possui e no que vai possuir. Um
discurso feito de meus frutos, meus bens, meus celeiros, minhas ideias e
planos. Ele era um construtor de celeiros. Um armazenador numa cultura que
valorizava a comunidade e a solidariedade vivia para si mesmo.
O trágico da história é que no fim não somente ele morre, mas
não há o que fazer com seus bens. Ele não percebera que a vida era
passageira e uma espécie de empréstimo. Terás que dar contas de ti mesmo. Terás
que dar conta da tua alma, de devolver o que recebeste e como o farás? E tudo o
que planejaste? Para quem será? Quem saberá dar continuidade? Que legado ficará
para além do celeiro que fica como monumento da tua vida isolada e egoísta?
Na vida podemos ser construtores de celeiros ou de vidas,
mas não dos dois. Celeiros são lugares para guardar bens. Nossas casas, cursos,
trabalhos, até passatempos podem ser celeiros. Feitos para guardar bens,
acumular riquezas que podem ser dinheiro, coisas, diplomas, promoções etc. Leva
uma vida inteira para construir celeiros. Mas de que servem? Darão segurança?
Darão futuro? Garantirão a eternidade? Darão realmente a vida (zoe e não bio)
que devemos viver?
Construir vidas também demora. Temos a nossa vida para
construir e as vidas de outros ao nosso redor. Trata-se de um investimento bem
mais demorado e custoso. Leva tempo para construir uma vida, seja a nossa ou a
de um amigo, irmão, parente, esposa, filhos. Mas, enquanto celeiros têm a
tendência de ficar, vidas são eternas. Trata-se de um investimento que nos dá
VIDA aqui e que terá valor eterno. Invista num banco que não vai falir de
certeza. Construa vidas, não celeiros!
Um comentário:
Oi Pr. Joed
Postei o seu blogspost, e tenho
acompanhado suas mensagens. Foi para mim
um presente de Deus, pois como sempre suas mensagens me confortam muito.
Conhece-lo, assim com a Ida, foi uma benção muito grande.
Os admiro e amo muito.
Maria Luisa.
Querida irmã Maria Luísa,
Deus a abençoe grandemente. Obrigado por sempre lembrares de nós e por suas orações.
Pode acompanhar nossas mensagens no facebook da Terceira Igreja. Mas vai ouvi-las em português de Portugal...com certeza vai entender bem.
Abraços,
Em Cristo,
Pr.Joed
Postar um comentário