Na última postagem pensamos nas palavras de Jesus em Mateus 18:3 de como devemos ser como crianças e notamos as características infantis que devemos ter. Temos, no entanto, em I Coríntios 3:1 uma advertência de Paulo para que não sejamos crianças. Nessa mesma carta ele diz que ao amadurecer em Cristo “deixou as coisas de menino” I Coríntios 13:11. Já meditamos em como devemos ser crianças. Pensemos agora em que devemos evitar ser como crianças.
As crianças pequenas não desenvolveram ainda aquilo que a psicologia chama de “permanência do objeto”, ou seja, a capacidade de entender a presença de algo que não se vê. Uma criança pequena brinca com algo e se diverte, mas se essa coisa, por exemplo, uma bola, sair de seu campo de visão, ela imediatamente se esquece dela. Para a criança a bola deixou de existir. Ela ainda não desenvolveu a capacidade de saber que está lá, talvez debaixo de um móvel, mesmo que ela não a esteja vendo.
Há crentes assim. Como Tomé só aceitam o que vêm, não conseguem crescer na fé já que essa é a “certeza das coisas que não se vêm” (Hebreus 11:1). Ora sem fé é impossível agradar a Deus e impossível viver e crescer no caminho de Jesus. Somos chamados a deixar de ser crianças e viver da fé, não da vista.
Relacionada com essa característica está a aprendizagem da ausência. A razão porque as crianças choram tanto nos primeiros dias de escola é que não conseguem entender que a mãe vai voltar no fim do dia. Para elas, ao serem deixadas pela mãe e ao deixarem de vê-la foram abandonadas. Serão precisos muitos dias de aula para que a criança perceba que a mãe voltará, mesmo que não pareça. Que apesar do interminável dia, a hora vai chegar em que verá aquele sorriso conhecido e receberá aquele abraço desejado.
Muitos crentes vivem dependentes da ação visível de Deus. Quando há atuação direta, quando há resposta rápida a oração, quando há milagres acontecendo, então são felizes. Mas basta o silêncio do céu durar mais de umas semanas e estão em depressão. Ainda não venceram a fase infantil da fé. Não conseguem entender a presença de Deus sem ver milagres. Não percebem que o Senhor está presente a não ser nas vitórias. Têm muito que crescer ainda.
Uma terceira característica das crianças pequenas é a necessidade de gratificação imediata. A criança tem que comer, beber, mudar de posição, trocar de fralda, ter sua chupeta em base instantânea. Como não pode fazer isso sozinha e depende de outros, sua única reação é chorar e usa essa estratégia de modo insistente e ensurdecedor até ser atendida. E infelizmente temos irmãos e irmãs que parecem bebés chorões. Sempre reclamando de algo que não aconteceu, de uma bênção que não chegou, de um pedido que não foi atendido, de uma pessoa que passou a sua frente. Sem gratificação imediata acham que o mundo vai acabar. Esse tipo de vivência cristã demonstra imaturidade. A esses, Paulo dizia, cresçam e deixem de ser como crianças.
Por último, lembramos do egocentrismo próprio da criança pequena. Ela se julga o centro do universo. Só existe o que lhe diz respeito e tudo o que existe é de algum modo para servi-la em suas necessidades. Entre as primeiras coisas que a criança aprende a dizer está o pronome possessivo “meu”. “É meu” sai depressa de seus lábios. Partilha é algo que levará anos a aprender. Serviço então nem se fala, terá que ser imposto de um modo ou outro pois a criança naturalmente não servirá.
Jesus insistiu que a vida cristã é centrada em Deus e no serviço ao próximo. Crentes egocêntricos, que acham que Jesus veio apenas para salva-los e o Pai existe apenas para responder suas orações, são os que dão mais trabalho. Para eles, a igreja, os irmãos e o pastor, estão lá para tratar de suas necessidades. A esses, Paulo diria: cresçam, deixem de ser como meninos, amadureçam e coloquem de lado as coisas de criança.
A vida cristã é cheia de paradoxos. Somos chamados a ser como crianças na simplicidade, confiança plena, apetência para o ensino, humildade no clamor, alegria grata, mas a deixar de lado a incapacidade de lidar com a aparente ausência do Pai e o egocentrismo que exige gratificação imediata. Sejamos pois como crianças...porém não como crianças.
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