Crônica do Doente que Jesus Não Curou!
Manaim mancava...mancava muito, desde pequeno, e isso sempre o definira. Quando criança havia sido o garoto que não participava das brincadeiras realmente interessantes. Quando jovem, era o moço que não atraía as jovens casadoiras. Como adulto, era o aleijado da aldeia, ao mesmo tempo foco de alguma misericórdia e muito desprezo.
Manaim ouvira falar de Jesus. Um profeta milagreiro, de Nazaré, que andava pela região e curava todo tipo de enfermidade. Um amigo chegou a lhe dizer que deveria tentar sua sorte com Jesus, mas ele não era do tipo afoito. Seu defeito físico o tornara introvertido e medroso. Detestava multidões, porque despertavam nele todos aqueles sentimentos de rejeição que tanto o magoavam, e Jesus vivia cercado de multidões.
Manaim pensava muito no encontro com o rabi Galileu: “Se eu fosse até Jesus, é provável que me curasse..; se eu tivesse quem me levasse até ele, alguém que me apresentasse, afinal não posso simplesmente ir chegando....Ah, se eu tivesse a certeza de que me atenderia, afinal ele vive cheio de trabalho... se tivesse a certeza de que poderia me curar...acho mesmo que nunca curou ninguém com esse tipo de defeito. Se eu conseguisse apanhá-lo um momento sozinho.
E pensando assim Manaim esperava e adiava: “Quando tiver mais tempo irei procurá-lo; quando ele passar por aqui certamente irei vê-lo; quando tiver tratado de arrumar a casa irei convidá-lo; quando puder andar um pouco menos inclinado eu o encontrarei; quando....se...”
Assim andou durante anos até que ouviu que Jesus fora morto e mais ainda, ele ressuscitara! Mas já não andava neste mundo. Milhares foram curados por Jesus. Milhares tinham visto e recebido dele a solução para suas vidas, mas Manaim nada recebeu. Ele ficara preso entre o “se” e o “quando”.
Este lugar (entre o se e o quando) é mais comum do que pensamos. Multidões freqüentam-no e muitos vivem nele constantemente. Como Manaim, deixam de ser, de fazer, de obter e até mesmo de tentar. São as duas posições que representam a hesitação humana da pior maneira.
1) O “SE”
O Se representa o senso de incapacidade. Se ao menos...se eu fosse...se eu pudesse...se eu tivesse... E a marca dominante desta condicional é o medo de errar, de não ser capaz, de não ser aceito, de sofrer rejeição. Num certo sentido, todos nós vivemos esses “ses” em um ou outro momento de nossas vidas, mas viver nessa eterna condicional é abrir mão de tentar, mesmo porque, no final, também temos o direito de errar.
O senso de incapacidade pode ser debilitante e paralisador. Aquele que vive no “se” descobre um dia que não viveu, por puro medo, por pura tolice, por não ter sido capaz de ousar o mínimo.
2) O “QUANDO”
O Quando é irmão do Se. Trata-se do adiamento justificado que, por ser sistemático, resulta igualmente em abdicação da vida. O Quando é a espera danosa pelas condições supostamente ideais que, na verdade, nunca vão acontecer nem aparecer, porque, nesta vida, nada é perfeito, e o ideal é apenas sonhado, mas não concretizado. A não ser em raros momentos de bênção divina ou pura epifania.
O adiamento constante tem sido o alicerce do extremismo. Muito do que os extremistas conseguem, se deve à hesitação dos moderados. Quando aqueles que podem fazer a diferença ficam esperando o momento perfeito para agir, o extremista entra em ação e ganha o dia! Ronald Macmilan escreveu que “os extremistas florescem onde os moderados fracassam.”
Na graça de Deus podemos e devemos sair desse território ingrato e estéril entre o se e o quando. Incapacidades todos têm! É fruto do pecado, mas perdoados pelo sangue de Jesus podemos crescer na virtude do Espírito e deixar as incapacidades naturais de lado. Moisés e Paulo, os expoentes do antigo e novo testamento tiveram suas incapacidades, mas descobriram a força maravilhosa da Graça, saindo do “se” e fazendo diferença!
Na visão da obra de Deus vencemos o adiamento. Nossa agenda não deve ser ditada pelos espaços em branco, pelos dias ocupados ou capacidades acumuladas, mas de acordo com a orientação do Senhor. Nossa agenda deve ser a do Espírito e Quando Ele diz , nós obedecemos, quer sejam as condições ideais ou não.
“Quem olha o vento nunca semeará e
quem olha as nuvens nunca segará”
Eclesiastes 11:4.
2 comentários:
POR FAVOR Pr.JOED CITE NESTA MENSAGEM DE MANAIM A REFERENCIA BIBLICA .OBRIGADO.
Querido irmão, O artigo inicia com uma história de ficção, não está na Bíblia. É meu estilo iniciar um pensamento imaginando uma história que poderia ter acontecido nos tempos de Jesus. Justamente por isso nào tem a referência bíblica. Tenho uma série de contos bíblicos que desenvolvem o contexto da epoca, sem mencionar textos, pois assim estaríamos ferindo a verdade do texto bíblico. Veja no blog poesias e contos... www.poesiasecontosevangelicos.blogspot.com
Abraços,Fique na Paz!
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