Como o Anableps...


Já ouviu falar dele? O anableps? Tem vários nomes, mas talvez o que melhor o define é o de peixe quatro-olhos. Trata-se de um peixe que vive junto à foz dos rios da América Central e do Sul existindo espécies de anableps desde o México ao Brasil. Ele vive na zona de transição entre a água doce e salgada. É um vertebrado carnívoro e come insetos e outros peixinhos minúsculos. Passa a grande maioria de seu tempo nadando lentamente em grupo junto à superfície das águas, aparecendo com sua cabeça meio submersa e os olhos bem no topo.

 E o que há de tão extraordinário nesse peixe? Ao olharmos para ele algo nos chama a atenção. Ele parece ter quatro olhos. Na verdade, isso é uma ilusão de ótica, porque o anableps tem metade dos olhos em baixo de água e metade em cima. E é aí que reside a maravilha. Os olhos desse peixe são únicos em todas as espécies. Ele tem os olhos divididos em duas partes, de cima e de baixo, por uma leve membrana. Tem duas íris e duas pupilas e inclusive índice de refração diferente em cada parte do olho. Apesar de ter apenas um par de olhos, vê com a parte de baixo o que se passa debaixo de água e está adaptado a isso e vê com a parte de cima o que se passa acima da superfície, tendo a visão de cima adaptada para isso. Fantástico não? Lente multifocal num peixe... Isso lhe permite encontrar mais alimento e se defender mais facilmente de predadores.
E o que tem o anableps a ver comigo e com você? É que somos chamados a ser anableps neste mundo. O Cristão recebe de Deus essa visão multifocal para viver neste mundo sem ser dele. Visão para conseguir trabalhar aqui enquanto vive esta vida, mas mantendo a mente e a visão parcialmente em outra realidade, em outra vida e em outro mundo. Para as outras pessoas deve parecer estranho. Os animais têm olhos para ver debaixo de água ou ao ar livre. Animais terrestres podem até mergulhar e abrir os olhos, mas sua visão fica limitada. Peixes podem até subir a superfície e olhar, mas verão pouca coisa. Só o anableps vê perfeitamente bem em ambas as realidades. Assim deveria ser o Cristão.
Paulo escrevendo aos efésios, no capítulo 1,verso 18, orava para que tivessem "iluminados os olhos do coração". Do que ele está falando? Não é dos olhos que veem o material, mas de olhos com visão e perspectiva espiritual. Ele explica isso ao falar aos coríntios, "ora o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem (vêm) espiritualmente" 2:14.

No mesmo capítulo ele já dissera que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito;" 2:9 e 10a. O crente em Cristo transita em duas realidades. Uma que se vê naturalmente, com olhos materiais, com os sentidos humanos e que ele partilha com todas as outras pessoas. Mas também vê com os olhos da fé, do Espírito, realidades que são invisíveis ao olho nu. O Cristão discerne aquilo que para o incrédulo é impossível ver e por isso o chamam de louco.

Assim como o anableps, nossa visão multifocal nos permite colher alimento onde outros só vêm tribulação, ânimo onde outros só vêm dor e esperança onde o mundo só enxerga desespero. Também a visão dupla nos permite defesa nas lutas espirituais que são as mais importantes porque discernimos o inimigo da alma que na esmagadora maioria das vezes é invisível ao homem natural.

Trata-se de um recurso fabuloso e extraordinário, próprio da graça de Deus. Alguns o têm usado de modo contundente como os profetas do passado, os apóstolos do Senhor e o próprio Jesus. Quando devidamente desenvolvida, essa visão dupla é fonte de bênçãos incontáveis.

 Agora imagine um anableps tolo que desprezasse sua visão dupla e desejasse passar a vida ou apenas submerso ou apenas na superfície. Perderia imediatamente metade de seu campo de visão. Metade de seus olhos ficariam meio cegos e toda a vantagem que ele tinha se esvairia tornando-se inclusive mais vulnerável.

Infelizmente alguns crentes fazem voluntariamente isso. Ou abdicam da visão espiritual vivendo apenas deste mundo, perdendo toda a capacidade de ver as bênçãos, ficando presa fácil do maligno, deixando de enxergar as coisas maravilhosas que Deus preparou para nós. Ou então, resolve viver num mundo espiritual desfasado do real, longe das coisas práticas, perdendo a capacidade de ser útil a igreja e ao Senhor, deixando aos poucos o contacto com as verdades práticas da vida. Assim vivem na igreja tanto os materialistas como os puramente místicos. Abrem mão da preciosa metade de sua visão.

Imagino, por vezes, a vida do anableps em meio a outros peixes. Talvez os outros peixes façam troça dele, de seus olhos estranhos e de sua teimosia em ficar nadando meio submerso. Mas, o anableps não se preocupa. A vantagem é toda dele!

Se vivermos plenamente a visão dupla que o Senhor nos deu seremos mal interpretados, incompreendidos e até ridicularizados. Mas a vantagem é toda nossa. Sejamos gratos por nossa visão multifocal e não deixemos que o inimigo nos prive de nossa maravilhosa capacidade de ver bem em ambas as realidades. Que sejam iluminados os olhos do nosso coração.

Um Travesseiro de Pedra

Dormir é importante e creio que você já sabe. Para dormir bem há vários requisitos. Deve evitar muita agitação antes de ir dormir, deve fazer refeições leves a noite, deve deixar de pensar em problemas... e convêm ter um bom travesseiro. Não sei o que é um bom travesseiro para você. Há pessoas que gostam de travesseiros altos, outras preferem os baixos, macios, mais duros, com certos tipos de material como pena de ganso, etc. Mas, acho que todos concordaremos que uma pedra não será um bom travesseiro! 

Em Gênesis 28:11 lemos que Jacó depois de deixar a casa de seu pai, rumou em direção a leste, dormiu ao relento e usou uma pedra por travesseiro. Não admira que tenha tido uma noite agitada e acordasse para lá de assustado. Pedras não dão bons travesseiros e Jacó estava nessa situação por sua própria conta. Era um homem que desconhecia Deus, toda sua vida agira de acordo com esquemas e trapaças e nunca se preocupara em colocar o Senhor em sua agenda. Resultado: dormia ao relento com uma pedra por travesseiro.
Primeiro Jacó fugira daquilo que se esperava dele. Em vez de ser homem do campo, afoito e corajoso, destemido na caça e nas lutas familiares preparando-se para a chefia do clã, preferia ficar pelas tendas da familia aprendendo a cozinhar com Rebeca sua mãe. Depois esperara a oportunidade para ficar com a primogenitura do irmão. Quando lemos o episódio em que Esaú vende sua primogenitura (Gênesis 25: 27 a 34) fica evidente que tudo foi arquitetado. Não aconteceu por acaso. Jacó conhecia seu irmão e planejou as coisas. Esperou o momento certo, armou o palco e fechou a cilada.

Por fim, veio todo o esquema levado a cabo para conseguir receber a benção de seu pai, Isaque. Jacó faz uso de artimanhas, explora a cegueira do pai e rouba a benção de Esaú. Esse era seu perfil, um sujeito ardiloso e cheio de artificios. Mas, o que isso lhe valeu? Ter que fugir de casa. Sair meio sem saber para onde ía. Logo ele que tanto gostava de ficar junto das tendas familiares e da mãe protetora. Teve que sair pelo mundo, sem rumo certo, sem saber bem onde ficar e sem ter consciência de que o próprio Deus, Criador da terra e céu estava todo o tempo junto a ele (Gênesis 28:16). É isso que deu viver de esquemas. Estava só, dormindo na rua, com uma pedra por travesseiro.

O homem em geral gosta de levar vantagem. Amamos furar fila, ultrapassar os outros antes do sinal fechar num cruzamento, receber o primeiro pedaço do bolo e a última fatia da torta. Alguns são mesmo especialistas nisso. Em certos países já não vemos a meritocracia, mas sim a "jeitocracia", onde em tudo é possível dar um "jeitinho. Se há alguma forma de pularem as leis, os protocolos e as regras podemos estar certos de que o farão. E depois se regozijarão disso e falarão a todos como são espertos. É bom ter cuidado! Jacó também pensava que era... ele é o santo padroeiro dos espertos!

O homem/mulher de Deus deve viver de um modo bem diferente de Jacó, antes de chegar até Betel. Primeiro porque tem que ter consciência da presença Divina a todo tempo. A Palavra nos diz que o temor do Senhor é o principio da sabedoria. Princípio aqui no sentido de começo, mas também de base. Ter a noção da presença do Senhor e um santo temor é básico para uma vida sábia e proveitosa. Há muitas coisas que não faremos e que não falaremos se cultivarmos a perspectiva da presença permanente de Deus conosco.

Depois devemos entender que os esquemas podem parecer vantajosos para nós mas representam invariavelmente perda para alguém. Se eu passo na fila alguém ficou para trás. Se eu uso uma cunha ou conhecimento outros serão prejudicados. Ao agir assim eu me igualo a todos os demais. Me desculpo com a resposta tradicional "Todos fazem isso". Mas nós não somos "todos". Somos filhos de Deus, salvos por Cristo para viver em novidade de vida.

Lembremos que o Senhor nos instrui na Palavra a obedecer as autoridades e as leis (Romanos 13: 1 a 7). Isso quer dizer que se há leis, regras, limites e outros estabelecimentos são para serem cumpridos. Meu testemunho exige isso. Meu temor de Deus exige isso. Meu respeito e amor ao próximo exige isso. Vivendo assim contribuo para um mundo melhor. Se todos vivessem assim, teríamos um mundo muito melhor. Farei doravante a minha parte. Outros certamente vão preferir continuar dependendo de esquemas... a esses dizemos: cuidado! Um dia desses pode acabar descobrindo que tem uma pedra por travesseiro.

Os Efeitos do Cristianismo na História (Porque Sou Cristão - capítulo III)

Sou cristão por causa do efeito extraordinário do Cristianismo na História.

Os inimigos da fé deleitam-se em enumerar os crimes da Igreja. Dizem que tudo o que foi feito em nome de Deus deve ser atribuído àIgreja e a Cristo, independentemente de ter sido feito no espírito da fé e ética Cristã ou não. Falam das cruzadas como crime em nome de Deus, esquecendo que foi muito mais um movimento político e que foi iniciado pela agressão das tropas muçulmanas que destruíram toda a civilização cristã do médio oriente e norte de África e que ameaçavam a Europa. Falam da inquisição e da caça às bruxas como um crime indizível e concordamos com eles, pois muitos abusos foram cometidos. Mas, quando lhes falamos dos crimes do ateísmo cometidos por regimes como o de Stalin ou Mao Tse Tung, já se descartam dizendo que esses ditadores não estavam agindo de acordo com a filosofia ateísta.

O suposto "jogo" não pode ser assim. Se os crimes da Igreja têm que ser contados, e são certamente dramáticos, os do ateísmo também. Calcula-se que cerca de 100 mil mulheres e homens foram mortos na caça as bruxas e os registros falam de cerca de 4 mil execuções pela inquisição. São números lamentáveis e revelam grandes injustiças. Mas, então, o que dizer dos 43 milhões de mortos no regime ateísta de Stalin, dos 77 milhões eliminados por Mao Tse Tung e dos 2 milhões assassinados por Pol Pot? Parece que os regimes que baniram Deus se tornaram muito mais criminosos que qualquer coisa atribuída à Igreja.

Mas deixemos de lado os crimes por um pouco de tempo. Pensemos no bem que o cristianismo tem feito? É engraçado notar que os inimigos da fé preferem esquecer ou negar esse bem, mas os mesmos gozam da liberdade que o Cristianismo trouxe para a sociedade ocidental. Se na batalha de Tours, Carlos Martel não tivesse derrotado os muçulmanos talvez a Europa fosse islâmica e aí onde estariam esses pensadores? Nunca teriam nascido, ou nunca teriam liberdade para falar. Eu sou Cristão porque a fé trouxe avanços colossais para a humanidade.

O Cristianismo defendeu o casamento e a família de um modo único. Numa era em que a família caía cada vez mais em descrédito no mundo romano a fé cristã elevou o casamento e a família. A união entre o homem e a mulher foi colocada ao nível do amor de Cristo pela Igreja dando base entre outras coisas para o nascimento de todo um movimento romântico e de valorização da mulher. A mulher que era desprezada e desvalorizada em todos os regimes de então e que até hoje sofre sob religiões como o islamismo e o hinduísmo foi levada a posição de igualdade com o homem e de destaque pela igreja de Jesus.

As crianças foram amadas por Jesus num mundo onde o infanticídio era comum e banal, onde os pais podiam rejeitar e mandar matar as filhas pelo simples fato de serem meninas já que as crianças eram mera propriedade. Na Igreja de Cristo os pais foram instruídos a educar seus filhos com amor e lhes dar valor. Sempre que uma cultura deixou de valorizar a família acabou por ruir. A restauração da família foi a base da sociedade europeia até hoje e só será diferente no futuro porque a Europa e o ocidente, rejeitando o cristianismo, estão levando a destruição da família e renovando o infanticídio em milhões de abortos anuais.

O Cristianismo desde a origem defendeu uma responsabilidade civil estrita. Os cristãos foram sempre orientados a serem cidadãos exemplares e obedientes. Jesus instituiu a liderança serva, um conceito revolucionário que levou entre outras coisas a instituição de ministros (palavra que significa servo) como pessoas de liderança. Pena que nossos ministros de hoje não entendam a base cristã de sua posição que é o serviço ao povo.

O Cristianismo defendeu e instituiu a compaixão em todas as áreas da vida. Em vez de ódio e vingança aos adversários Cristo anunciou o amor mesmo ao inimigo. No intuito desse mandamento surgiram hospitais, casas de repouso, orfanatos e outras instituições de caridade. Na origem da maioria delas está a misericórdia cristã. Até hoje, se virmos as listas de doações dos países do mundo ainda veremos que os que têm base cristã são mais generosos que os demais. Podem nem perceber, mas suas raízes cristãs os levam a ver a necessidade de ajudar o próximo algo que não existe em outras crenças. Foi um famoso ateu como Nietzsche que reconheceu que " a vida e os valores do ocidente estavam baseados no Cristianismo". Retire a base cristã e os valores irão com ela. É isso que temos visto acontecer na Europa pós-cristã. Afinal, o Cristianismo elevou a humanidade dando-lhe valores únicos.

Foi a fé cristã mais que qualquer outra que lutou pela igualdade dos homens (um conceito que Nietzsche chamava de insano). Documentos de importância capital para a história moderna como a Declaração de Independência dos Estados Unidos ou a Declaração dos Direitos do Homem aprovada nas nações Unidas em 1948 tiveram como base princípios cristãos. A Igreja é acusada de tolerar a escravidão mas a verdade é que o movimento abolicionista foi liderado por Willian Wilberforce, um cristão convicto e dirigido por cristãos de vários quadrantes e é no mundo cristão que essa instituição foi banida enquanto ainda hoje persiste em outras partes do mundo onde a existência de escravos é considerada normal e mesmo uma lei. Foi Martin Luther King, um pastor batista, que liderou o movimento que culminou com a queda do segregacionismo nos EUA. A Fé tem ajudado a melhorar o mundo.

Foi o Cristianismo que insistiu em colocar o homem e a mulher em pé de igualdade em relação ao divórcio. Foi a Igreja que trabalhou para a liberdade de expressão. Se houve momentos na história em que certos líderes da igreja procuraram calar certas vozes, essa não foi a prática corrente e nem a visão cristã bíblica. Aqueles que hoje de modo tão aberto ofendem os cristãos e caluniam a fé, só o fazem porque vivem em países onde o Cristianismo tornou isso possível. Seria interessante vê-los ter a mesma atitude num país islâmico ou ditatorial.

A Igreja é acusada de impedir o avanço da ciência, mas a verdade é que foi a igreja a estabelecer o domínio do ensino. Os princípios da ciência foram determinados por cristãos. O método científico foi divisado por Francis Bacon, um cristão devoto e a grande maioria das escolas foi estabelecida pela Igreja. Robert Grosseteste, bispo franciscano foi o primeiro chanceler da Universidade de Oxford e a maioria das universidades iniciais da Europa estavam ligadas à igreja como em Paris e Bolonha. Universidades famosas nos EUA como Harvard, Yale, Princeton, Darthmouth e Brown começaram como instituições cristãs para o treinamento de pregadores. Os maiores nomes da ciência ao longo da História como Copérnico, Kepler, Galileu, Descartes, Boyle, Newton, Gassendi, Faraday, Lavoisier, Ampére, Pasteur, Planck e Mendel, foram cristãos praticantes e dedicaram suas obras a Igreja e a Deus. O diretor atual do projeto Genoma, um dos maiores programas científicos mundiais, Francis Collins, escreveu um livro intitulado "A linguagem de Deus" para defender sua fé cristã. A verdade é que o Cristianismo fez a ciência possível.

Se quisermos pensar em Filosofia também o Cristianismo estará a frente. Mentes brilhantes como as de Agostinho de Hipona, Tomas de Aquino ou Pascal foram cristãos devotos. A Igreja estimulou o pensamento e a reforma protestante incentivou a liberdade de pensamento e critica individual. Devemos notar que o hinduísmo e o budismo não têm teólogos e o islamismo tem teólogos que são na verdade juristas. A fé cristã nunca abdicou da razão mas a viu como dádiva de Deus a ser usada para sua glória também.

Se pensarmos em arte também teremos que reconhecer que muitas das mais extraordinárias obras de arte foram inspiradas pelo Cristianismo. Pensemos em pintura e logo vem a mente a Capela Sistina, a última ceia de Da Vinci, pensamos em escultura e visualizamos a Pietá de Michelangelo, pensamos em música e lembramos do Aleluia de Handel ou Jesus é a Alegria dos Homens, de Bach, pensamos em arquitetura e nos vem a mente catedrais magníficas espalhadas pelo mundo, pensemos em literatura e lembramos O Peregrino de Bunyan, as alegorias de C S Lewis ou a obra tremenda de Tolkien. A Fé Cristã tem inspirado artistas ao longo de séculos e tem dado trabalho a génios que de outro modo talvez nunca fossem descobertos.
Sou então Cristão porque além de Jesus me dar razão de viver e me garantir uma esperança na vida futura, sua Igreja tem lutado para tornar este mundo melhor e graças a ela o mundo é bem melhor do que seria se não existisse a fé e o cristianismo não fosse real. Se alguém desejar ler livros que ajudam a refletir de forma séria sobre o valor da fé cristã recomendo: "A Verdade sobre o Cristianismo" de Dinesh D’Souza e "Verdade Absoluta" de Nancy Pearcey.

Porque Sou Cristão - capítulo II

Há milhões de cristãos convictos no mundo, que sabem o que crêem e porque crêem, que têm uma boa formação superior e pertencem a classes sociais elevadas. Eu tenho estudado a vida toda detendo cursos superiores de elevado grau de dificuldade e sou cristão convicto.
Minha convicção não se baseia apenas na experiência pessoal (muito valiosa, mas subjectiva) mas nos dados reais disponíveis a respeito de Jesus e do Cristianismo.

Passo então a dissertar sobre a segunda razão que me faz ser um cristão convicto.

Em segundo lugar sou Cristão por causa da Bíblia.

O cristão é uma pessoa da Bíblia e defende que ela é a revelação escrita vinda de Deus. Que o Criador, Ser espiritual, que tem todo poder e preside sobre o universo, quis comunicar com o Homem e deixar sua revelação de modo escrito. Para tal compartilhou com cerca de 40 escritores ao longo de mais de 1500 anos e usando suas próprias experiências e estilos inspirou a escrita de 66 livros que temos por sagrados, ou separados dos demais por seu caráter especial.

A coerência da Bíblia é extraordinária. Um conjunto de livros escrito por 40 homens diferentes, vivendo com séculos de diferença entre si, em contextos totalmente diversos, usando línguas diferentes e pertencendo a extractos sociais totalmente dispares, revela um sentido comum, não se contradiz e acaba se complementando. É fabuloso. Estadistas como Moisés e Daniel se juntam a pescadores como João e boiadeiros como Amós. Homens de grande cultura como Salomão e Paulo ou Lucas ao lado de gente simples como Marcos ou Pedro. Textos poéticos como os salmos, jurídicos como o pentateuco ou proféticos como o Apocalipse se misturam e completam numa harmonia estonteante. Não há nada nem próximo na história da literatura mundial.

Ao longo dos séculos, em especial nos últimos 100 anos, muitos tem tentado desacreditar a Bíblia. Por vezes pareciam ter dado um golpe duro ou até fatal ao texto sagrado, mas a Bíblia sempre recupera mostrando sua superioridade. Notemos apenas alguns desses episódios:

- Durante muito tempo se fez troça do texto de Gênesis sobre a criação, porque falava do surgimento da luz no primeiro dia quando o sol e as estrelas só aparecem no quarto dia (sendo dia aqui não 24 horas mas medida indefinida de tempo). A Bíblia parecia incoerente. De onde vinha a luz se não havia sol? Então o homem descobriu o big bang, a teoria bastante aceita e abalizada cientificamente, de como surgiu o universo. Tudo teria começado com uma tremenda explosão... de luz! E só milhões de anos depois surgiriam as estrelas e o nosso sol. A Bíblia tinha razão!

- Muitos duvidavam da existência dos patriarcas como Abraão e dos costumes de seu tempo descritos em Gênesis. Até que pesquisas arqueológicas confirmaram a existência dos lugares, das rotas e do tipo de comércio citado na Bíblia e até tábuas cuneiformes com o nome de Abraão e a descrição de costumes de sua época que desapareceram séculos depois. Alguns desses lugares desapareceram pouco depois dos patriarcas. Alguns desses costumes deixaram de se usar. Como o autor de Gênesis sabia? A Bíblia estava certa.

- Autores ridicularizavam a ideia de Moisés ser o escritor do pentateuco aludindo que não havia escrita em seu tempo até descobrirem que a escrita existia muito antes de Moisés e que no próprio Egito já havia bibliotecas. Moisés sendo criado na corte de faraó teve acesso a tudo isso e usou seu conhecimento para escrever os livros da lei.

- Muitos críticos atribuíam o salmo 22 ao tempo dos macabeus (100 anos antes de Cristo) em que havia convívio com os romanos porque Davi (800 anos antes) não poderia ter escrito esse salmo descrevendo uma crucificação, algo que não era praticado em sua região e em seu tempo. As descobertas do mar morto encontraram rolos com o salmo 22 datados de séculos antes dos macabeus. A profecia de Davi foi uma visão pormenorizada de uma crucificação séculos antes de ela começar a ser usada na Judéia.

- Arqueólogos descobriram que Jericó foi destruída de modo pouco usual com as muralhas caindo para fora e rente ao chão como descrito em Josué. Acharam textos falando da casa de Davi provando que ele não era ficção. Encontraram a explicação para Belsazar ser chamado de rei em Daniel já que ele era o 2º no reino atrás de Nabonido e podia ser assim chamado em sua ausência resolvendo desse modo o dilema de não haver nas listas oficiais um rei com esse nome.

Livros têm sido escritos para mostrar a quantidade impressionante de material bíblico comprovado pela história e arqueologia. A Bíblia é a revelação de Deus ao homem e responsável pela transformação de mais vidas na história que qualquer outro texto sagrado ou não. É também por sua causa que sou Cristão.

Porque Sou Cristão - capítulo I

Criou-se uma imagem bastante negativa do cristão em nossos dias. Sobretudo do cristão evangélico tradicional. Ele é visto como um simplório, com baixo nível de formação intelectual, baixo rendimento salarial, facilmente manipulável por líderes religiosos e de mente fechada e tacanha. Trata-se de uma generalização e como tal peca por preconceito e falta de verificação. Há milhões de cristãos convictos no mundo, que sabem o que crêem e porque crêem, que tem uma boa formação superior e pertencem a classes sociais elevadas. Eu tenho estudado a vida toda detendo cursos superiores de elevado grau de dificuldade e sou cristão convicto. Minha convicção não se baseia apenas na experiência pessoal (muito valiosa, mas subjectiva) mas nos dados reais disponíveis a respeito de Jesus e do Cristianismo. Passo então a explicar, o mais sucintamente possível sem ser obtuso, as minhas razões para crer.
           Em primeiro lugar sou cristão por causa de Jesus Cristo. Jesus, apesar de todas as inúmeras tentativas em contrário, é um personagem histórico incontornável. O registro de sua vida e obra não tem igual na história. São relatos feitos por testemunhas oculares que viram e ouviram Jesus enquanto as biografias de Mohamed (para citar um exemplo apenas) foram feitas por pessoas que ouviram um relato de 3ª mão na melhor das hipóteses. As cópias dos evangelhos que temos foram produzidas poucas décadas depois do original garantindo sua validade. As melhores cópias que temos dos escritos de César são de mil anos após sua escrita e os melhores textos de Aristóteles datam de 400 anos após sua escrita, só para ter uma base de comparação.

          A vida e obra de Jesus foram descritas por seus discípulos, mas também reconhecida por historiadores da época como Suetônio, Plinio o Novo, Tácito e Flávio Josefo dando confirmação da veracidade dos relatos bíblicos. Jesus viveu no primeiro século de nossa era (seu nascimento marca o nosso calendário) fez e operou milagres a vista de multidões, morreu numa cruz romana devidamente comprovado pelos presentes e ressuscitou sem sombra de dúvida no terceiro dia. Sua ressurreição não pôde ser rebatida pelos líderes judeus de seu tempo quanto mais agora. Seria a coisa mais fácil para eles, provar que era tudo ficção e acabar com o Cristianismo. Mas não puderam fazê-lo simplesmente porque ele ressuscitou mesmo.

          Os ensinos de Jesus foram os mais marcantes da História tornando um simples carpinteiro da galileia na figura mais influente de todos os tempos. Jesus não foi um filósofo influente com muitos alunos ricos, não foi um general ou politico vitorioso, não foi um escritor de textos poéticos ou em prosa maravilhosa, não ocupou cargos públicos e nem sequer viveu em uma cidade digna de nota em seu tempo. Foi um camponês de uma província insignificante com um punhado de discípulos que eram pescadores da galileia. Como tal homem pode ter marcado a história se não fosse o salvador? Podemos repudiá-lo, podemos rejeitá-lo e até odiá-lo, mas não é possível ignorá-lo.

          Sou Cristão porque nos ensinos de Jesus encontro a raiz do verdadeiro problema do homem - o pecado. Jesus não se ficou pela superficialidade que as teorias e psicologias modernas nos querem vender. Ele foi ao coração do problema humano, a moralidade. Nosso problema é moral. Por isso vemos jovens bem-criados e com recursos em casa se tornarem bandidos e gente sem escrúpulos. A maldade do homem vem de dentro, não é apenas produto de criação ou ambiente. E só trabalhando de dentro teremos uma solução e Jesus nos deu a solução. O problema era humano, e ele veio como humano, mas era pecado contra um ser infinito e Ele era Divino. Tinha as condições para resolver nosso problema e o fez sofrendo nossa dor, morrendo nossa morte e vencendo nosso inimigo. Só ELE o fez, por isso sou seu seguidor.

          Multidões reconhecem o ensino de Jesus como superior. Mesmo aqueles que não o aceitam têm que reconhecer a superioridade de suas palavras. Tornou-se relativamente pacífico aceitar Jesus como um dos grandes Mestres do passado ao lado de Sócrates, Platão, Buda e Confúcio. Mas essa posição aparentemente respeitosa não é defensável. Por mais que queiramos não é possível aceitar Cristo como apenas um bom filósofo. Não se trata de intransigência ou de intolerância mas de coerência com o que Ele disse. Diante das afirmações de Jesus como "Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida" ou "Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim ainda que esteja morto viverá" não há meio-termo. Ele não podia ser só um bom professor. Ou era um louco que dizia coisas acertadas misturadas com devaneios de megalomania ou era quem dizia ser, Deus o Filho e o Filho de Deus. Não há meio-termo. Eu creio que Ele era quem dizia ser.

          Sou Cristão porque Jesus não somente nos diz que temos que viver uma vida boa (muita gente disse isso), mas nos dá as condições de vivê-la, Ele nos capacita para isso. Não só seu exemplo nos orienta e anima, mas sua presença real dá ao homem sentido para esta vida, força para as lutas diárias e esperança viva para a vida futura na garantia da vitória final sobre a morte. Em nenhum outro encontramos isso e por isso a humanidade que rejeita Jesus vive sem direção, abusando de recursos passageiros e impróprios, se auto anestesiando com entretenimento barato em vez de tomar a salvação oferecida de e pela graça.
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