Consagração anti-bíblica?

Consagração anti-biblica é aquela em que alguém é dedicado ao ministério da palavra contrariamente às instruções da Bíblia. Devemos refletir sobre o atual estado de coisas tendo a Palavra como base e a história da igreja como explicação das tendências. 

Pensemos agora na nossa realidade. O quadro seguinte é muito comum. Temos um adolescente na igreja que se envolve com os trabalhos e mostra interesse no ministério. Um dia, num culto, ele aceita um apelo para ser pastor e passa a ser tratado de modo diferente. Afinal ser pastor é mais importante que ser médico, advogado, engenheiro, professor, pedreiro, mecânico ou eletricista, certo? Será mesmo? Todos podem exercer o pastorado? O pastor não pode ser um profissional de outra área como acontecia no NT?

Mas voltemos ao nosso adolescente. Evidentemente que não irá para a faculdade. Nesse “antro de perdição” poderia deixar a vocação. Logo, ele vai cedo para o seminário. Com 18 já está na escola de profetas. Com 22 está formado. Não conheceu a vida universitária e o que significa defender sua fé num meio ateísta. Não conheceu a vida profissional, nunca teve um dia de trabalho das 8 as 18, não conheceu a pressão de patrões blasfemos e colegas descrentes. Não se casou ou então é recém casado, não tem filhos ou então os têm ainda nenéns. Mas, baseados em seu curso, vão consagrá-lo ao ministério da palavra e ele será pastor.

Pergunta: Por que os evangélicos costumam criticar o celibato dos padres católicos? Porque defendem a idéia que padres solteiros não têm como aconselhar pessoas casadas e com filhos, por falta de experiência.  Mas,  nosso jovem pastor também não tem experiência universitária, nem profissional, nem de casamento, nem de criação de filhos!  Isso em teoria e pela linha de argumentação usada contra os padres, o desabilita a tratar da grande maioria de suas ovelhas. 

Muitos desses jovens pastores, bem intencionados e cheios do saber do seminário irão pregar sermões repletos de referências aos grandes nomes da teologia, mas que nada dizem à sua congregação.  Seus sermões serão irrelevantes e seu aconselhamento ingênuo.  A culpa será dele ou de quem o consagrou contrariamente aos princípios bíblicos?

O que estamos defendendo aqui é um regresso aos padrões bíblicos para a consagração ao ministério. Se desejarmos essa volta não deixaremos de ter seminários, mas aprenderemos que seminários não formam pastores!  Procuraremos ser mais exigentes com nossos vocacionados e enviaremos menos gente despreparada para o seminário. Teremos mais pastores profissionais no ministério. Alguns dirão que pastores com outras profissões não darão conta do ministério. A resposta está na visão de pastorado. As igrejas do NT tinham ministérios coletivos e bem sucedidos.

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Missionários Aposentados: há vida depois do campo?

Aprendendo com os mais experientes!

Pr. Silva  (nome ficticio) serviu em missões por mais de duas décadas. Trabalhou em vários campos com excelentes resultados. Plantou igrejas, dirigiu trabalhos sociais, deu aulas em institutos biblicos, ganhou e discipulou muitas dezenas de convertidos. Agora está de volta à casa, aposentado e esquecido. Seus dias são passados em leituras diversas e programas de TV sem graça. De vez em quando prega em alguma igreja. Sonha muito com seu tempo na ativa e vive apertado com a aposentadoria.  É um exemplo do que acontece com missionários em fim de carreira, um misto de ingratidão e desperdicio. Ingratidão pelo muito que ele fez, desperdicio do muito que ainda poderia fazer.

Os missionários regressados (não uso o termo ex-missionário, porque isso não existe) têm sido uma dificuldade na realidade das missões brasileiras. Não sabemos o que fazer com eles. Enviamos muitos missionários e começamos a ter muitos missionários aposentados em fim de carreira. O que fazer com eles? Defendo que esses servos de Deus são uma força extraordinária que temos desperdiçado. Sugiro algumas das áreas onde eles deveriam ser aproveitados.

Promoção Missionária

Com o crescimento da obra de missões no Brasil mais e mais igrejas tem se inclinado para a responsabilidade missionária. Na hora dos programs de missões e dos cultos especiais e congressos o problema é sempre o mesmo. Quem vai falar? Não há missionários de férias que cheguem para todas as igrejas. Não há dinheiro para trazer os missionários do campo para promoção. No fim, as igrejas grandes levam os poucos palestrantes disponiveis e as igrejas menos grandes tem que se contentar com noticias de segunda e terceira mão.

Os obreiros aposentados podem ser grande benção nessa área. As igrejas valorizam o testemunho de primeira mão. É evidente que fala muito mais alto a palavra de quem esteve lá, quem fez a obra, quem pode falar na primeira pessoa. Os missionários aposentados poderiam ser fonte de muita inspiração nessas ocasiões. São histórias e testemunhos incriveis que se perdem. Por vezes o missionário está ali sentado no auditório enquanto a igreja tem que se contentar com um filme ou um power point. O Espirito Santo usa homens e mulheres, não tecnologia. Temos muitos desses homens e mulheres disponiveis para a promoção missionária que deveriam ser aproveitados. Todos sairiam lucrando, a igreja, as organizações missionárias e o próprio obreiro que se sentiria valorizado.

Ensino Missionário

Se desejamos enviar mais obreiros aos campos deveriamos prepara-los melhor. Para isso precisamos que nossos seminários e escolas separem mais tempo para as matérias missionárias. Aqui novamente entrariam os missionários aposentados com grande mérito. Quem melhor para falar e ensinar de missões que o missionário que fez o trabalho bem feito e viveu na prática as realidades do campo?

A missiologia tem crescido bastante. Temos professores excelentes no Brasil, mas são poucos. Por outro lado nada substitui a prática. Se os nossos obreiros aposentados tivessem mais oportunidades poderiam trabalhar um pouco os principios teóricos da missão aliados à sua experiencia prática e seriam uma benção enorme. Os alunos apreciam muito mais as histórias e as lições de quem fez do que a simples teoria. Para alguém que se prepara para o campo vale muito poder perguntar: Como foi em seu trabalho? Como lidou com esta questão? Como resolveu este dilema?

Nossas escolas deveriam valorizar todo esse rico material humano. Por vezes nos concentramos demasiado em titulos e formações academicas. Muitos de nossos obreiros aposentados podem não ter titulos e cursos de missões, mas o que aprenderam e viveram vale mais que muitas mestrados e deveriam ser usados para a formação de nossos missionários e a glória de DEus. Novamente muitos sairiam lucrando: as organizações missionárias teriam novos obreiros com melhor formação, as escolas teriam excelentes professores da prática missionária, os alunos aprenderiam pela vivência e os obreiros sentiriam a alegria de continuar sendo benção.

Aconselhamento de liderança

No mundo secular, quando um administrador ou profissional de qualidade se aposenta é muitas vezes aproveitado para consultoria. As empresas sabem que não podem desperdiçar todo esse saber. Os novos administradores e lideres podem aproveitar muito dos conselhos desses veteranos que já passaram por situações as mais variadas. Não seria interessante aprendermos com essa prática?

Temos hoje muitas organizações misionárias no meio evangelico. Existem organizações para todos os gostos, umas de ambito nacional, outras de ação internacional. Várias vezes verificamos que as lideranças desses organismos não tem experiencia de campo missionário. São lideres de missões mas nunca foram missionários. Tomarão decisões sobre realidades que desconhecem e muitas vezes ficarão em dificuldade porque é dificil opinar sem conhecer. Aqui entrariam os missionários aposentados.

Os nosso lideres de missões poderiam aprender e lucrar muito com os obreiros em fim de carreira. Eles conhecem as realidades no campo, as politicas locais, as lideranças evangelicas da região, as tendecias do povo e da cultura de cada zona. Seus conselhos poderiam poupar dinheiro, facilitar estratégias e guiar planos. Como consultores esses obreiros usariam todo o conhecimento adquirido de modo a abençoar as lideranças missionárias. Algumas dessas organizações tem missionários em tantos lugares diferentes que é impossivel um lider conhecer bem cada realidade. Os conselhos de quem viveu lá e ministrou lá seriam certamente valiosos como ouro.

Pastoreio de Missionários

Uma das grandes deficiencias das organizações missionárias é a falta de pastoreio dos seus obreiros. Ainda continuamos com a estranha idéia que missionário é superhomem. Parece que no momento em que é consagrado ao ministério para o campo de missões passou a ser um gigante espiritual. COntinuamos não aceitando dos missionários coisas que consideramos normais em outros obreiros como depresão, desanimo ou esgotamento. Precisamos de pastores para nossos missionários.

As organizações missiopnárias nos dizem que pastoreiam seus obreiros. Com isso estão falando de viagens esporádicas (com muitos anos de intervalo) de um lider ao campo ou então de cartas (tambem esporádicas) de quem tem que lidar com várias dezenas de missionários de cada vez. Isso não chega. Isso não é o pastoreio que os obreiros precisam e os resultados se vem no regresso prematuro dos campos, coisa em que o Brasil continua sendo campeão.

Os missionários aposentados são uma força tremenda nessa área que simplesmente tem sido ignorada. Esses homens e mulheres de Deus sabem o que é missões. Sabem o que é sofrer nos campos, conhecem as lutas, os dissabores e as alegrias. Criaram seus filhos nas zonas por vezes remotas de missões. Viram o trabalho crescer e minguar. Eles realmente podem dizer ao obreiro no campo: sei o que voce esta passando, já estive aí. E o missionário na ativa aceitaria essa palavra porque reconhecira a verdade das palavras.

Poderiamos perfeitamente aproveitar os obreiros aposentados para esse tipo de apoio e pastoreio. Esse pastoreio se daria via carta, email, msn etc. Os meios hoje disponiveis para o contato com o campo são muito melhores. Desse modo poderiamos ter uns poucos missionários ativos ligados a cada obreiro aposentado o que facultaria um aconselhamento e pastoreio verdadeiro e regular. A oportunidade de receber alimento espiritual, ter com quem abrir o coração, poder compartilhar dificuldades do campo, seria algo maravilhoso. Quantas vezes o obreiro no campo se sente perdido. Não tem com quem se abrir. Não pode faze-lo com novos convertidos e não pode faze-lo com outros colegas (infelizmente), mas poderia vir a faze-lo com um mentor que conhece missões na vivência e no coração.

Conclusão
Voltamos ao inicio. Nossos missionários em fim de carreira tem sido tratados com ingratidão e desperdicio. Podemos e devemos mudar isso. Apresentamos maneiras bem práticas de aproveitar todo esse potencial. Oramos para que nossas lideranças abram os olhos e ouvidos para essa verdade e passem a ser mais gratos por aqueles que deram tanto ao reino e os aproveitem para que todos saiam lucrando. Uma vez missionário, sempre missionário. Vamos dar aos nosso obreiros aposentados a oportunidade de serem a benção que todos precisamos.

Histórias que Salvam

O MISSIONÁRIO CONTADOR DE HISTÓRIAS

“O Vento, as árvores, a atmosfera eram controlados pelo poder da Palavra. Mas a Palavra não era algo que se pudesse ver. Era uma força que permitia que uma coisa criasse outra.”   (parte do mito Wapangwa -Tanzânia- da Criação)  (FORD 1999:177)

Tive o privilégio de ser criado por uma das maiores contadoras de histórias que conheci.   Minha mãe, Márcia Venturini de Souza.  Ela não apenas contava histórias, ela as tornava vivas na minha imaginação. Cada inflexão, gesto, mudança de ritmo, alteração de voz, cada pormenor serviam para dar cor, textura e mesmo paladar e perfume às histórias. 

Recordo-me que no culto infantil da Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu, mamãe sempre começava  dirigindo-se aos adultos e pedindo que fizessem de conta que eram crianças.  Achava divertido o pedido, mas era na verdade desnecessário, pois qualquer pessoa que a ouvisse contar histórias tornava-se criança na hora, e com todo gosto!

Lembro-me ainda de a ver contando histórias a rudes pescadores da aldeia de São Mateusnos Açores em Portugal. Aqueles homens curtidos pelas tempestades do Atlântico Norte terminavam os episódios com lágrimas nos olhos.

Uma boa história rompe barreiras, ganha corações, é universal.

Vivendo no contexto de Missões em África, aprendi que a habilidade de minha mãe era uma das mais valiosas para os missionários.  Na grande maioria dos casos, o evangelista terá muita dificuldade em pregar um sermão ou passar os famosos três pontos da homilética anglo-saxônica.  Mas, se souber contar e aplicar bem uma história, estará garantido.  Qualquer auditório pode ser ganho e elucidado se o orador for um bom narrador de casos e é por isso que vejo o missionário (e porque não dizer o pastor) como um contador de histórias. Nessa arte, creio que o missionário deve se desenvolver em três caminhos principais que passaremos a considerar.

Trabalharemos o contexto Africano que é o que conhecemos melhor, mas na perspectiva que as verdades expressas sobre os povos africanos podem ser extrapoladas para outras partes do planeta.

O primeiro caminho a ser seguido pelo missionário contador de histórias é o do garimpo de histórias tradicionais que servem para comunicar o evangelho. Um estudo cuidadoso providenciará muito material de valor. Quase todas as etnias do mundo têm histórias da criação do mundo e do homem, algumas com expressões surpreendentes como a citada no inicio deste artigo.


Também interessante é notar que muitos desses chamados mitos, falam de algo que o homem fez que afastou Deus de seu convívio. Para os Mende (Serra Leoa) Deus se foi porque ficou cansado dos pedidos constantes do homem. Os Ashanti (Gana) dizem que Deus foi embora porque a mulher o incomodava batendo com seu pau de pilar na sola de seus pés. Os Banyarwanda (Ruanda) crêem que Deus ia acabar com a Morte, mas enquanto Deus a caçava houve uma mulher idosa que se apiedou dela e a escondeu. Deus se irou com isso e deixou o homem ficar com a morte.

Já os Bambuti (Congo) dizem que o pecado original foi a curiosidade da mulher que queria ver o homem. Ela levava água até a cabana de Deus diariamente e a deixava na porta. Um dia se escondeu para ver quando Deus sairia para pegar a água e desse modo viu quando a divindade colocou o braço de fora para alcançar o balde. Deus se irou com isso e foi embora.

Muitos outros povos contam a queda do homem em termos muito próximos do relato de Gênesis. O homem pecou ao comer o que era proibido. Para os Pare (Tanzânia) o fruto proibido era o ovo, para os Chaga (Tanzânia) o nhame, para os Barotse (Congo) foi a carne dos animais que Deus dera como companheiros e não alimento, para os Mbuti da floresta de Ituri (Congo) foi o “tahu”. Já na etnia Fang (Gabão) o pecado original foi o orgulho do homem que se deixou encantar pela força e beleza que Deus lhe dera.

Em outros contextos, além do pecado encontramos contos messiânicos extraordinários. O povo Sonjo (Tanzânia) tem um herói nacional chamado Khambageu. Ele viveu entre os Sonjo fazendo milagres de cura e maravilhas, mas foi morto por homens maus. Ressuscitou e foi para o Sol e um dia voltará, antes do fim do mundo, para levar todos os que tiverem a sua marca. Por isso cada Sonjo recebe uma cicatriz no ombro esquerdo para estar preparado para a vinda de Khambageu. Vários outros povos africanos contam de crianças messiânicas que tiveram nascimento milagroso e que vieram ao mundo para acabar com o mal na figura de um monstro ou feiticeiro. É o caso do mito de Lituolone dos Basuto (África do Sul), de Mwindo dos Nyanga (Congo) e de Bagoumâwel dos Fula (Mali). Em todos esses mitos, a criança milagrosa vem ao mundo para vencer o mal, sofre morte atroz, mas renasce para ser vitoriosa e libertar o mundo.

Há histórias tradicionais comoventes como a que os Ila (Zâmbia) contam sobre uma mulher que queria ver a Deus. Inicialmente ela construiu várias torres para tentar chegar ao céu, mas em cada caso a madeira da base apodrecia antes de ela chegar a seu objetivo. Por fim ela resolve andar até encontrar o ponto onde o céu e a terra se tocam para achar o caminho até Deus. Ela nunca chega a esse lugar e morre sem solução. Dificilmente poderíamos criar um conto mais vivo para falar da inutilidade das nossas obras na busca da salvação.

Encontramos igualmente, inúmeras histórias morais na tradição dos povos, que servem para transmitir verdades sobre questões sociais diversas.  Na Guiné-Bissau onde trabalhamos, são comuns as histórias usando animais.  Um grande número delas usam como personagens principais o lobo (no caso guineense a hiena) e a lebre.  Nesses contos, o lobo (símbolo da força bruta) é sempre derrotado pela lebre (símbolo da esperteza) e desse modo se demonstra a superioridade da inteligência sobre a massa muscular. 

Os provérbios pictóricos também são úteis para ilustrar princípios vitais. “A tartaruga quer dançar mas não tem cintura” é um dito crioulo que explica que muitas vezes querer não é poder. “Janti i ka nada, tchiga ki tudu” (adiantar-se não é nada, chegar é que é tudo) é outro dito que ressalta a importância da finalização dos projetos. Outra maneira de colocá-lo em linguagem popular brasileira seria “Iniciativa não é nada, acabativa que é tudo”. Estes são apenas uns poucos exemplos de como contos e provérbios da terra podem ser usados pelo missionário.

O obreiro que souber procurar, certamente terá à sua disposição um rico arsenal de histórias, lendas e provérbios que podem ser utilizados para falar de verdades bíblicas. O seu uso o tornará simpático à população local, demonstrará sua valorização da cultura da terra e fará com que sua mensagem seja entendida mais facilmente. É uma excelente opção na busca da transmissão contextualizada da palavra.

Veja mais exemplos práticos de histórias que dão muito resultado!

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crucifixo proibido

Abaixo o Crucifixo!


O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, sediado em Estrasburgo, decidiu que a exposição do crucifixo em escolas públicas, na Itália, é um atentado à liberdade religiosa e optou por orientar a sua retirada.  No entanto 87% da população italiana concorda com a exposição do crucifixo!

Lembra-nos realmente a expressão de Paulo que dizia pregar a cruz que era “escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (I Corintios 1:23). Refletindo sobre o assunto é fácil entender porque o crucifixo pode ser tão incomodo para os senhores do tribunal europeu.

Sofrimento

O crucifixo é símbolo máximo do sofrimento causado pelo pecado. Na cruz Jesus sofreu a tortura física, psíquica e espiritual extrema por causa do pecado da humanidade. Ora, a filosofia que governa o mundo atual recusa essa explicação do sofrimento. Não a recusa porque seja irracional ou não faça sentido. Na verdade ela é fácil de entender, e faz bastante sentido.
A explicação cristã do problema do sofrimento é rejeitada porque é desagradável e obriga o homem a aceitar a sua culpa. Isso não é considerado “dignificante” e fere o orgulho humano, logo, abaixo o crucifixo!

Injustiça

O crucifixo é o símbolo máximo da injustiça humana. Mesmo o mais desatento percebe que na cruz se deu um ato de profunda injustiça. Jesus não merecia. Sua vida, seus atos, suas palavras eram tais que deveria ter sido recebido em glória. Ao invés disso foi crucificado pelo grito de uma multidão ingrata, ignorante e influenciável.

A história de como as lideranças religiosas da época por inveja e orgulho, levaram Jesus à cruz, incomoda nosso brio e recorda muitas experiências de injustiça que vemos repetidos dia a dia. Os senhores do tribunal europeu que acham o crucifixo incomodo, certamente participariam de bom grado no ato de condenar Jesus, porque ele era muito “intolerante” afirmando-se o único caminho para o céu. Por lembrar-nos de toda a injustiça humana que preferíamos esquecer...abaixo o crucifixo!

Auto-suficiência

O crucifixo é o símbolo máximo da incapacidade humana de resolver o seu maior problema. A cosmovisão cristã diz que o homem foi criado perfeito e em perfeita comunhão com Deus. Ele pecou e o pecado o separou de Deus e é o maior problema da humanidade. O homem sozinho não consegue resolver essa questão. A divida é grande demais, a ofensa é profunda demais. Foi preciso que outro levasse a culpa e o castigo, que outro pagasse a divida. Isso fere o desejo de auto-suficiência do homem. Os orgulhosos senhores que pretendem decretar as leis da Europa não gostam de se sentir “insultados” em sua capacidade de dirigir suas vidas, por isso... abaixo e crucifixo!

Incompreensão

O crucifixo é símbolo de uma salvação que o homem não pode entender. Todas as religiões criadas pelo homem se baseiam no mesmo principio: as obras. O que muda é o sistema, o tipo de sacrifícios e penitencias, as exigências maiores ou menores a que o homem deve se submeter para ganhar a salvação. O homem sempre visualizou Deus como poderoso o que significava distante, alheio, desinteressado.
No Cristianismo descobrimos um Deus que ama o homem ao ponto do auto-sacrificio e isso é loucura para a filosofia. A mente humana não entende racionalmente um Deus criador poderoso que se rebaixa ao ponto de ser morto em tortura para a salvação da criatura. A cruz é a lembrança desse ato salvador tão estranho para a racionalidade humana e que incomoda as mentes modernas, por isso também... abaixo o crucifixo!

Identificação / Amor

Mas o crucifixo é, provavelmente, mais que qualquer outra coisa, o Símbolo Maximo do amor de Deus.  A cruz nos fala da identificação de Deus com o sofrimento humano.  É comum o homem se revoltar contra Deus quando sofre e o acusar em ato blasfemo de não se importar e ser cruel. 

A cruz nos lembra que Deus se importa, se importa de tal maneira que se fez homem e se identificou com todo tipo de sofrimento que a humanidade conhece. Foi perseguido político e religioso, vitima de preconceito de raça e província, exilado, desprezado pela origem e profissão, alvo de inveja e ciúme, traído pelos amigos mais íntimos, julgado injustamente, morto da forma mais cruel e sádica. Tido por amor, tudo pela salvação do homem.

A cruz é um símbolo religioso estranho mas poderoso. O instrumento de tortura se tornou símbolo de amor. O objeto de morte produziu vida. À sombra da cruz o homem que se rende encontra paz, salvação e significado.

Ora a cruz fala de um Deus criador que ama a criatura e tem um propósito para ela. A filosofia vigente diz que somos produto do acaso, sem propósito, sem significado numa vida sem sentido. Por apresentar o significado da vida humana a cruz incomoda, então... abaixo o crucifixo!

Como Cristão essa medida do tribunal europeu não me surpreende. O mundo não entende as coisas de Deus e se julga superior classificando a fé cristã de superstição. Na verdade, a cosmovisão cristã é a única que explica toda a nossa realidade e dá à vida sentido superior que o homem deseja e almeja justamente.

Por tudo o que a cruz representa, nós amamos seu formato e vivemos à sua sombra.  Ela é a recordação de nossa salvação, a esperança do céu, a garantia do amor de Deus, a indicação de nosso valor eterno.  No ato histórico da crucificação de Jesus, Deus se reconciliou com a humanidade!  Por tudo isso amamos a cruz e respeitamos o seu símbolo.

Sonetos de Lisboa


Em 1999 , Pastor Joed Venturini decidiu voltar sozinho à Guiné Bissau, que estava em guerra há nove meses.

Não era possível deixar de apoiar a pequena igreja de Bafatá, que neste momento estava sem o seu pastor.
Sua filha Rebeca, com apenas 3 meses de idade, sua esposa e seu filho de 5 anos teriam que esperar até que os conflitos terminassem.

Em Lisboa, e mais tarde na Guiné passou 4 meses de solidão. Foi neste tempo que escreveu uma série de sonetos que ficariam marcados pela dor e pela saudade de sua eterna namorada, Ida.

Leia Mais Sonetos de Lisboa

SONETO I

SAUDADES DO PARAÍSO

REFLEXÕES DE ADÃO...



Tenho saudades da Inocência ...Hoje fui até lá, não sei bem o por quê.  Não disse nada a Eva.  Já fazia tanto tempo que não ia...
No princípio passávamos por lá muitas vezes, mas a luz da espada flamejante nos mantinha distantes e ela chorava.   Depois paramos de ir.  Não fazia mais sentido.
Mas hoje fui lá... Está tão mudado...
O mato cresceu tanto que há uma verdadeira floresta onde antes havia só um belo jardim. Logo estará perdido.  Bem, acho que para nós esta perdido há muito tempo...

Creio que queria recordar. Lembrar a liberdade, a paz, a inocência, a comunhão. Tudo parece hoje tão distante que nem me lembro mais como era. Depois que Abel morreu, ficou ainda mais difícil. O erro de tudo aquilo parecia pesar ainda sobre nossas cabeças, como se a culpa no fundo fosse nossa. Não sei se é isso que os pais devem sentir ao ver os erros dos filhos, mas é o que sentimos.

Então Caim foi embora. Agora raramente ouvimos falar dele. É verdade que outro dia um filho de seu filho passou por aqui. Estranho, é homem crescido. Estou ficando velho e cansado e nem sabia.

Tenho saudade! Saudade da força, da vitalidade que tinha com Deus no jardim. Ele nos perdoou mas as consequências são terríveis e mesmo o perdão não as pode apagar.
Os sacrifícios aliviam, a esperança traz algum consolo, mas a comunhão nunca mais será a mesma e meu coração parece não ter parado de murchar desde aquele dia fatídico. Maldito dia, terrivel dia. Tanto engano e mentira!

A serpente ainda vai aparecendo de vez em quando. Já não fala, mas o veneno está lá. Tenho matado algumas, mas parecem renascer com facilidade e sua malícia não diminuiu nada com o tempo. Como fomos enganados!

"Conhecereis a verdade", disse ela. Sim, mas não explicou como iríamos lidar com ela. "Sabereis a diferença entre o bem e o mal", sim, mas quem disse que teríamos a força para escolher o certo?  Sereis como Deus!  Ah!  Como se isso fosse possível ...como se isso fosse desejável...

Quanto mais o tempo passa, mais parece grande a tolice daquele dia, mais parece incrível que tenhamos caído tão facilmente. Mas, a verdade é que caímos. E o peso dessa escolha vai manchar meu nome por toda a eternidade. Multidões de gerações me amaldiçoarão ao saber como fui enganado. Ninguém estava tão habilitado a resistir... e é isso o que mais me dói. Ter caído sem necessidade. Ter caído podendo ter ficado de pé.

Tenho saudades da inocência, do riso alegre e sem malícia que enchia o rosto de minha mulher, dos sonhos tão doces à noite, do trabalho tão recompensador, da natureza tão amiga. Saudades da sensação de pureza e santidade que me enchia cada vez que o Criador vinha nos visitar.

Aqueles momentos eram tão plenos.  Sua presença era a razão de toda a existência, o motivo da vida, a causa de nos sentirmos desfalecercom sua ausência. Não se pode mesmo viver sem a Sua presença. Simplesmente tudo deixa de fazer sentido.


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GRATIDÃO

AOS QUERIDOS AMIGOS


Sinceramente, não esperávamos tantas respostas e apoio à postagem sobre nosso filho Gabriel.  Foi apenas uma surpreza para ele, e realmente vimos que ficou emocionado e surpreendido com tantas palavras de apreço e apoio, mesmo depois de tantos meses fora do Brasil.

Para nós, missionários, é sempre difícil a distância dos queridos no Brasil, e mais uma vez o Senhor nos brinda com seu carinho e amor através dos irmãos, que nos sustentam em oração e também através das palavras de apoio. 

Para agradecer Gabriel se atreveu a escrever estas linhas, ele é meio encabulado, mas sabe se expressar muito bem quando é tocado.

Neste momento queremos apenas louvar ao Senhor, que é Soberano em toda a terra e providencia  para nós os "tios" e "tias" que meus filhos precisam e poderemos dormir tranquilos, porque temos uma grande cobertura em oração.


"É muito bom saber que existem tantas pessoas orando e se lembrando de mim. Espero mesmo poder, um dia, corresponder a tudo o que se espera e poder continuar com exemplos na minha vida como meu querido pai e outras pessoas abençoadas que ja tive a honra de conhecer. Obrigado mesmo por todo apoio!!!



Gabriel Venturini."



                QUE DEUS VOS ABENÇOE!
 

O PASTOR ATEU?

Quem já ouviu falar?


Apesar da expressão parecer contraditória, a verdade dos fatos nos mostra que tal personagem
(o pastor ateu) é até bastante comum ,e anda por nossas igrejas sem dificuldade. Quando falamos de ateu não estamos tratando da questão filosófica, mas da prática. Apesar do muito barulho que fazem nos meios de comunicação social, os ateus filosóficos são a minoria. A maioria esmagadora da população mundial professa, pelo menos de boca, a crença num ser superior, na divindade.


Quando passamos a lidar com ateus práticos as coisas mudam. A maioria das pessoas que diz crer em Deus vive na prática como se Ele não existisse.

Ora, é raro encontrarmos pastores que defendam filosoficamente que Deus não existe. Provavelmente, se dará com alguém que deixou o ministério.   No entanto, pastores que professam crer e conhecer a Deus e até a trabalhar para Ele, mas que, na prática, vivem e ministram como se Ele não existisse são muitos e daí o título desta reflexão – o pastor ateu.
Eis algumas pistas para reconhecer o tal pastor:

1- Pregação Carnal
2- Multidões como Prioridade
3- Lucro Ministerial
4- Política Religiosa

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minha oração

MEU FILHO FAZ HOJE 16 ANOS...


Lembro-me bem quando nasceu...era madrugada fria nos Açores. Neste dia estava de plantão no Hospital de Angra do Heroísmo das 8h às 20h, mas como ele não nascia, esperamos até às 3 da manhã. Nasceu pequenino, franzino e ruivo, pensei...quem vai ser este menino?

Os anos se passaram e com 6 anos perguntou-me:
_ Pai, você quer que eu seja um pastor?
Pensei comigo, nesse momento ele será o que eu pedir...que lindo!!
Respondi:
_ Filho, quero que seja como o significado do teu nome...Gabriel, um Homem de Deus! O que você quiser fazer, seja onde for, seja sempre um homem de Deus!

E Deus ouviu nossas preces, desde antes do seu nascimento. Sempre alegre, disposto e muito falador. Desde os dois anos só conheceu a Guiné Bissau, mas como se sentia feliz!   Brincando na rua com os amigos, jogando o futebol na terra vermelha...chegando em casa quase irreconhecível e rindo da mãe quando ralhava: _ Vá tomar banho na bacia!


Desenvolveu uma fé pura e sincera, fruto da experiência própria das crianças a quem Deus responde com milagres todos os dias...
_ Vou orar para que chova, a terra está tão seca...
E no mesmo dia choveu!
_ Viu? Foi Deus quem mandou esta chuva, bem na hora!


Nunca teve vergonha que ser o único crente no meio de maioria muçulmana. Sempre debateu firme e convicto...e ficou conhecido por ser aquele que sempre falava a verdade!


Quando tinha dúvidas sempre vinha conversar, e conversamos mesmo, muitas vezes!
Fiquei surpreendidono dia que disse a um colega:
_Meu pai é a pessoa mais parecida com Jesus que eu conheço!
Que responsabilidade!  Espero sempre corresponder a esta sua expectativa.


Mas será que como adolescente não vai mudar? E quando voltarmos ao Brasil? É tudo tão diferente, as pressões do grupo, televisão, novelas...tudo para enfraquecer a fé.


Mesmo aí, Gabriel honrou o seu nome e continuou sendo destaque quando nas primeiras aulas o professor de biologia prega a apologia do evolucionismo e ele se levanta para defender o criacionismo com argumentos tão seguros que no fim o professor pede emprestado os livros que citou.


Influenciou de tal maneira seus colegas que quando decidimos voltar a Portugal a diretora nos telefonou pedindo que Gabriel pudesse ficar e terminar o ensino secundário no Brasil.


_ Por quê? Perguntei curioso.


_ Porque desde o momento que Gabriel entrou na escola ele mudou o clima da sala. O exemplo dele tem ajudado muitos alunos. Os professores ficaram surpresos por ver que, mesmo vindo da África, conseguiu ficar entre os 3 melhores alunos da escola e tirar notas tão altas, em tão pouco tempo. Ele é um aluno que não podemos perder!


Apesar disto viemos como família para Portugal. Nova escola, nova turma e num país onde os brasileiros não têm boa fama, infelizmente...


Apenas 3 meses se passaram e o aluno representante de turma aproximou-se de Gabriel e lhe avisou:
_ No conselho de classe, os professores mencionaram o seu nome como o aluno mais promissor da turma. Tuas notas já são as melhores. Além disto, falaram que sua presença fez muito bem ao ambiente de trabalho! Acho que vai concorrer ao prêmio de excelência!


Gabriel achou que o João estava brincando, quando a professora de português entrou e perguntou:
_ Já contou a novidade ao Gabriel, não foi?
_Tenho certeza que este ano o prêmio de excelência ficará nesta turma, graças ao Gabriel! Parabéns!


Gabriel, meio encabulado respondeu apenas:
_Espero corresponder às expectativas, por mim vou continuar me esforçando! Obrigado!


Todos já sabem que Gabriel é protestante, seria mesmo difícil de esconder indo com a camisa dos Embaixadores do Rei para a Educação Física. A curiosidade dos colegas serviu de mote para o testemunho...e sempre surgem oportunidades... para demonstrar que continua honrando o seu nome e vivendo como um Homem de Deus!


Neste dia em que completou 16 anos, minha oração é apenas uma:
_Senhor, que ele seja sempre esse Homem de Deus e que Tua Luz o guie por onde quer que andar!
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SONHO DE DEMBA (VERSÃO REVISADA)

Agora podes fazer o download do Conto Africano, com versão revisada pelo autor.
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